Dicas

Por Professor Carlos Alberto dos Santos

Nas minhas primeiras aulas de jornalismo para novas turmas, eu sempre começava com uma pergunta: “Quantos lados tem uma moeda?”. Alguns alunos logo respondiam: “Dois lados”. Outros até questionavam, tipo: “Como assim? Lógico que são dois”. Havia também aqueles que trocavam olhares e davam um sorrisinho, como quem dizia: “Que pergunta é essa, professor?”.

Quando alguém me devolvia a mesma pergunta, eu soltava a bomba, para a surpresa de muitos: “A moeda tem três lados: o de cima, o de baixo e o da lateral!”. Depois disso, começava a explicar o motivo dessa pergunta que, confesso, atiçava a curiosidade de quase todo mundo.

Afinal, como futuros jornalistas, eles precisavam aprender a ter um olhar mais amplo sobre os fatos. Nem sempre bastava perguntar: “Quem é o culpado? Quem errou?”. Ou ainda: “Quem é o mocinho e quem é o vilão?”. “O carro capotou porque o motorista dormiu ao volante ou passou mal?”. Buscar novos elementos, fazer várias indagações e pesquisar diferentes pontos de vista ou possibilidades pode ampliar nossa capacidade de enxergar uma realidade muito maior e não apenas o que está diante de nós.

Existe um provérbio chinês que diz: “Todos os fatos têm três versões: a tua, a minha e a verdadeira”. Sempre pensei que esse aprendizado profissional também poderia ser incorporado à nossa vida pessoal. Corremos o risco de ficarmos presos ao nosso entorno, ao nosso metro quadrado, e deixamos de ampliar conhecimentos e saberes.

No mundo atual, com tanta informação disponível, principalmente nas redes sociais, caímos facilmente na armadilha de pensar que, por termos acesso a tantos dados, “estamos bem na fita”. Mas informação não é conhecimento, assim como conhecimento não é sabedoria. Essa busca pelo saber e pelo conhecer precisa ser permanente, sempre com espírito crítico e analítico.

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