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Das cores que os meses do ano carregam para conscientização de doenças, dezembro tem, entre outras, a cor laranja que acende o alerta para a importância da prevenção do câncer de pele.

No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) revela que o câncer de pele não-melanoma é o tipo de câncer mais frequente e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. O melanoma é mais raro, representando apenas 3% das neoplasias malignas da pele. Ainda de acordo com o Instituto, para o triênio de 2023 a 2025 é estimado 220 mil casos de câncer de pele não melanoma no país, número que corresponde a 31,3% de todos os diagnósticos de câncer previstos anualmente.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o diagnóstico precoce da doença é responsável por até 90% de chances de cura. No entanto, o número de casos diagnosticados em fases mais avançadas tem crescido consideravelmente.

De acordo com a dermatologista cooperada da Unimed-BH e diretora da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Minas Gerais, Gisele Viana, o diagnóstico precoce tem alguns empecilhos, existem fatores cada vez mais comuns que dificultam sua descoberta. “Infelizmente, grande parte da população recorre a procedimentos estéticos que tiram manchas, pintas e que tem como objetivo melhorar a aparência da pele. Contudo, muitos profissionais que realizam esses procedimentos não possuem conhecimento suficiente acerca dos sinais dos cânceres de pele. Assim, tratamentos com lasers, peelings, luz pulsada, e até procedimentos invasivos como microagulhamentos e jatos de plasmas são responsáveis por tirar eventuais lesões de câncer de pele. Isso pode dificultar o acompanhamento de uma lesão suspeita e, consequentemente, atrasar o diagnóstico e o tratamento.”, explica.

A médica alerta, ainda, que outros procedimentos estéticos, como o uso de aparelhos de bronzeamento artificial, aumentam sobremaneira os riscos de desenvolvimento da doença e, apesar de proibidos, continuam sendo feitos e divulgados. “O hábito de pegar “aquele” bronzeado, também contribui para o aumento do desenvolvimento de lesões na pele. Além disso, tatuagens em cima de cicatrizes ou outras lesões também dificultam o diagnóstico precoce”, alerta.

Campanha Dezembro Laranja

A Campanha Dezembro Laranja, que destaca a importância da Prevenção ao Câncer da pele, acontece em várias partes do mundo. No Brasil, a disseminação de informações acerca da prevenção ocorre em vários locais, como escolas, consultórios médicos e na mídia. A dermatologista afirma que a informação é a principal ferramenta para a conscientização e o autocuidado. “Vivemos em um país em que é alta a incidência da luz solar. A exposição ao sol é saudável em horários específicos, mas de forma descontrolada pode resultar em importantes consequências. Por isso, campanhas educativas, a exemplo do Dezembro Laranja, auxiliam muito na busca pelo diagnóstico de lesões pequenas, iniciais, com maior chance de cura”, afirma.

Medidas que ajudam a prevenir o câncer de pele

A atenção dos pais e responsáveis com idosos e crianças, ensinando sobre a importância desse cuidado, além de assegurar a fotoproteção naqueles que são incapazes de realizar por conta própria. Lembrar que os efeitos da radiação solar são acumulativos;

Uso de camisas, chapéus e roupas, especialmente, os que têm proteção contra os raios ultravioleta;

Uso regular de protetor solar;

Prática de atividades ao ar livre em horários de menor incidência de raios UV – antes das 10h e após as 17h;

Profissionais como manicures e cabelereiros, que muitas vezes surpreendem um sinal no couro cabeludo ou unhas, podem ajudar quando alertam o paciente para buscar um médico dermatologista.

Foto: SBD