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Conselho de Patrimônio tomba acervo de documentos da Comissão Construtora de BH
Fotografias mapas, plantas cadastrais, livros de registros, recibos e outros documentos, datados do final do século XIX, serão preservados pelas próximas gerações
O Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte (CDPCM) se reúne nesta quinta-feira, dia 11 de dezembro, a partir das 14h, para deliberar sobre o tombamento dos registros da Comissão Construtora da Nova Capital (CCNC), datados de 1893 a 1897. Ao todo serão preservados cerca de 4 mil documentos, compreendendo material textual, cartográfico e iconográfico (fotos e pinturas) que estão atualmente sob a guarda do Arquivo Público da Cidade, Arquivo Público Mineiro e Museu Histórico Abílio Barreto.
Para Leonidas Oliveira, presidente da Fundação Municipal de Cultura e também presidente do Conselho de Patrimônio, a política de preservação e salvaguarda do patrimônio cultural de Belo Horizonte tem atuado na proteção de temas importantes para a cidade. “Recentemente realizamos o tombamento do Teatro de Belo Horizonte, já indicamos para proteção, a dança e o circo, além de uma grande ação de tombamento do bairro de Santa Teresa prevista para janeiro de 2015. A meta para os próximos anos também é a de que em cada mês sejam realizados tombamentos que garantam a preservação da memória coletiva da cidade, sobretudo, protegendo as ambiências urbanas para além das proteções isoladas, bem como seus símbolos por meio do registro imaterial. A perspectiva é que no próximo ano sejam protegidos, portanto, os quilombos urbanos da cidade de Belo Horizonte”, conclui.
O acervo da CCNC foi gerado a partir das atividades técnicas, das rotinas administrativas e das relações de poder e saber tecidas entre os seus principais protagonistas, tais como políticos, médicos, sanitaristas, comerciantes, artistas, funcionários públicos e antigos moradores do Curral Del Rei. Trata-se de um rico material que guarda não só a história da cidade que se construiu, mas também, das características naturais, geográficas e humanas do território sobre a qual tal nova cidade foi construída.
Para Yuri Mello Mesquita, diretor do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte, os documentos representam um testemunho precioso do processo de concepção planejamento e construção de uma cidade capital. “O conjunto documental da CCNC apresenta interesse para a história da ciência e da técnica, para a história da arquitetura e paisagismo e, finalmente, para a história da própria república Brasileira, sobretudo do seu projeto simbólico e civilizacional, apoiado no pensamento positivista”, afirma.
Um bom exemplo da riqueza documental produzida pela CCNC pode ser visto através do vasto material por ela produzido para se elaborar a Planta Topográfica e Cadastral da área destinada à construção a cidade. Para elaborar a Planta Cadastral nove turmas de engenheiros e técnicos percorreram o Arraial Curral del Rei, coordenadas pelo engenheiro civil Américo de Macedo, levantando as características físicas dos terrenos e edifícios e registrando os dados em Cadernetas de Campo.
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