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Casa Fiat de Cultura inaugura exposição de Bracher em homenagem a BH

A mostra revela a sensibilidade e a paixão de Bracher pela capital mineira, em obras que unem a pluralidade das técnicas do artista em registros de prédios históricos, personalidades, grupos culturais e futebol

Após quase 10 anos da última exposição de Carlos Bracher em Belo Horizonte, a cidade ganha um presente especial em celebração pelos seus 127 anos: uma exposição inédita deste renomado pintor mineiro. “Belo Bracher Horizonte na Casa Fiat de Cultura” reúne mais de 60 obras do artista, entre pinturas em óleo sobre tela, aquarelas e desenhos a carvão, capazes de transportar o olhar para a força de suas pinceladas e de suas perspectivas singulares, impregnadas de cores e ficções. Com curadoria de Fani Bracher, esposa do artista, a mostra apresenta desde o primeiro quadro feito em Belo Horizonte, retratando o Parque Municipal, até as mais de 30 obras, criadas exclusivamente para a exposição, proporcionando uma visão, que é, ao mesmo tempo, pessoal e coletiva, das faces de Bracher em seus 84 anos de vida. A exposição, que conta com o patrocínio da CSN, fica em cartaz de 12 de dezembro de 2024 a 9 de fevereiro de 2025, com entrada gratuita.  

Carlos Bracher é mineiro, natural de Juiz de Fora, e um dos artistas plásticos mais prestigiados e premiados do Brasil. Ele escolheu Ouro Preto como local para viver, mas nutre profunda admiração por Belo Horizonte. A exposição é, então, a forma por meio da qual Bracher expressa seu amor pela capital mineira. Com suas obras, o artista convida o público a explorar a cidade sob uma nova perspectiva: cada pincelada, traduzida em cores, luzes e sombras, traz fragmentos da essência de BH, revelados por meio dos trajetos percorridos pelos olhos e pelo coração do pintor.  

“Belo Horizonte é minha quase cidade natal. Sou de uma terra muito querida por mim, Juiz de Fora, mas em BH estão minhas raízes eletivas, sensoriais e sensitivas. Eu sempre vim a BH para ter mais vida, mais fontes, mais sabedoria. Eu queria muito fazer essa homenagem, demonstrar minha gratidão à cidade e às pessoas”, afirma Bracher.  

As lembranças e a paixão pela capital se transformam em arte. Os registros destacam as paisagens, a arquitetura – por meio de símbolos icônicos da cidade –, e as personalidades que ajudaram a construir a identidade cultural de BH. Na exposição, o pintor estabelece um arco de tempo e vivências entre o seu primeiro quadro de Belo Horizonte, pintado em 1963, no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, e os dois últimos, a Praça da Liberdade e o Museu Abílio Barreto, marcos do surgimento da cidade, que foram pintados ao ar livre.  

“Ao som da Nona Sinfonia (de Bethoven), Bachianas Brasileiras nº5 (de Villa Lobos) e da Paixão Segundo São Matheus (de Bach) surge a cidade de Bracher. São quadros tecidos na linha do tempo e no bordado colorido de suas memórias e afetos”, revela Fani Bracher, curadora da exposição.  

Com sobreposições de tintas, pinceladas densas e contrastes fortes, o artista – autodidata – apresenta ao público, 60 telas, sendo a maioria delas produzidas em 2024 para integrar a exposição. Entre as 37 obras inéditas estão a Praça da Liberdade e os prédios históricos ao seu entorno; estandartes que retratam, por exemplo, a banda mineira Pato Fu, o Grupo Galpão e o Grupo Corpo – representando sua conexão com a música, o teatro e a dança; e os símbolos da cidade, como o Viaduto Santa Tereza, a Praça da Estação e a Avenida Afonso Pena.  

Nomes importantes como Juscelino Kubitschek e Milton Nascimento, que sempre foram inspiração para o artista, estão representados nas telas das edificações do Complexo da Pampulha e no núcleo “Rostos da inspiração: retratos de arte e alma”. Outro destaque é a obra “Paixão segundo São João”, que foi pintada ao vivo durante a execução da obra de Bach por uma orquestra mineira, no dia 7 de abril de 2024. Esta tela poderá ser apreciada também em seu verso, por trazer recados afetuosos e dedicatórias – uma curiosidade à parte apresentada na exposição. Em um vídeo disponível na galeria da Casa Fiat de Cultura, o público ainda poderá conhecer mais detalhes sobre o artista e seu processo criativo.  

“Assim como Bracher, a Casa Fiat de Cultura também é movida pela arte. Mais do que uma homenagem a Belo Horizonte, esta é uma celebração, um tributo a este grande artista que, com seu entusiasmo e energia criativa, amplia seu legado indelével, que transforma e inspira a todos nós”, celebra o presidente da Casa Fiat de Cultura, Massimo Cavallo. 

A expografia da mostra, desenvolvida pela arquiteta Erika Foureaux, foi inspirada no ateliê de Bracher, que fica em Ouro Preto, para criar um ambiente que conecta o público ao processo de criação e às inspirações do artista. Já as cores das paredes, em tons de marrom, verde, azul e roxo, foram escolhidas a partir das janelas da casa onde o pintor trabalha. Um cavalete, que faz parte da coleção pessoal de Bracher, também compõe o espaço e é uma verdadeira obra de arte pelo seu simbolismo e importância.    

O projeto do qual a exposição faz parte inclui um minidocumentário, que tem direção de Fred Tonucci e pesquisa iconográfica de Blima Bracher, e um livro, que serão lançados no final do período expositivo, completando a trajetória de Bracher. Todo projeto tem coordenação geral de Tatyana Rubim, da Rubim Produções, em colaboração com José Renato, da Portfólio. As fotografias são de Cristiano Quintino. 

A exposição “Belo Bracher Horizonte na Casa Fiat de Cultura” é uma realização da Casa Fiat de Cultura e do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta com o patrocínio da Companhia Siderúrgica Nacional, copatrocínio do Banco Safra, da Usiminas e da Sada. Tem apoio institucional do Circuito Liberdade, além do apoio do Governo de Minas, do Programa Amigos da Casa, do eSuites e da Let’s Atlântica.     

Núcleos da exposição 

A exposição “Belo Bracher Horizonte na Casa Fiat de Cultura” está dividida em núcleos, que apresentam a pluralidade das técnicas de Bracher e expressam sua conexão emocional com a capital mineira.  

O azul de Bracher 

Bracher sempre encontrou na paisagem urbana a sua maior inspiração. A partir da Praça da Liberdade, um dos cartões-postais de Belo Horizonte, o artista pinta o que encontra em seu entorno: o prédio do IEPHA, as curvas de Niemeyer, as linhas do coreto projetado por Edgard Nascentes Coelho, o neoclassicismo das edificações tombadas e o prédio modernista da Casa Fiat de Cultura.  

Duas das obras que integram este núcleo, Praça da Liberdade e Museu Abílio Barreto, foram pintadas ao ar livre, sob o olhar do público, como uma forma de ilustrar a coexistência da arte e do artista em processo criativo.  

As obras que compõem este núcleo são:  
Museu Abílio Barreto (2024) 
Praça da Liberdade (2024) 
Prédio do IEPHA (2024) 
Palácio da Liberdade (2022) 
Antiga Secretaria do Interior e Educação | Prédio Rosa (2024) 
A harmonia entre som, cor e movimento 

Apaixonado pelas múltiplas expressões artísticas, Bracher encontra na música, no teatro e na dança uma fonte inesgotável de inspiração. Reconhecendo a riqueza cultural de Minas Gerais, neste núcleo o artista homenageia os renomados grupos mineiros, traduzindo essa conexão em suas criações. 

São apresentados neste núcleo os estandartes:  
Grupo Galpão (2024) 
Grupo Corpo (2024) 
Pato Fu (2024) 
Skank (2024) 
Giramundo (2024) 

Pampulha: o sonho de JK pelas pinceladas de Bracher 

Nascida do sonho visionário de Juscelino Kubitschek, a Pampulha revela espaços de contemplação que instigaram Bracher a criar sua própria versão dela.  

Neste núcleo estão: 
Museu de Arte da Pampulha (2024) 
Casa do Baile (2022) 
Igreja da Pampulha (2022) 

Entre o sagrado e o cotidiano: a fé e os encontros 

Bracher acredita que, ao tocar o sagrado dentro de si, o ser humano se torna capaz de romper fronteiras e alcançar o inatingível. Ele revela, inclusive, que “o seu Deus é a arte”. Por isso, neste núcleo estão igrejas e outros locais emblemáticos de Belo Horizonte.  

São eles: 
Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem (2024) 
Igreja São José (2022) 
Basílica Nossa Senhora de Lourdes (2024) 
Casa Fiat de Cultura (2024) 
Minas Tênis Clube (2024) 
Automóvel Clube de Minas Gerais (2024) 
Conservatório de Música (2024) 
Instituto Estadual de Educação de Minas Gerais (2014) 
Academia Mineira de Letras (2022) 
Palácio das Artes (2024) 
Cine Theatro Brasil (2024) 
Viaduto Santa Tereza (2024) 
Av. Afonso Pena com vista para a Serra do Curral (2024) 
Mercado Central (2024) 
Prefeitura de Belo Horizonte (2024) 
Praça Sete de Setembro (2024) 

Rostos da inspiração: retratos de arte e alma 

Este núcleo reúne figuras emblemáticas que desempenharam um papel significativo na trajetória de Bracher em Belo Horizonte, evidenciando o aspecto mais íntimo e emocional do pintor. Cada tela é um retrato da admiração e do carinho de Bracher por personalidades que ajudaram a construir a identidade cultural da cidade.  

Lô Borges (2014) 
Samuel Rosa (2016) 
Otto Lara Rezende (1987) 
Affonso Ávila (1975) 
Ailton Krenak (2023) 
Inimá de Paula (1997) 
Álvaro Apocalipse (1994) 
Amilcar de Castro (1977) 
Ronaldo Fraga (2021) 
Pedro Cava (2023) 
José Alberto Nemer (1981) 
Milton Nascimento (1997) 
Maurício Tizumba (2024) 
Jonas Bloch (2022) 

Arquitetura em tons de água: memórias e pinceladas 

Nove aquarelas, todas elas inéditas, pintadas em 2024, compõem este núcleo. Elas apresentam ilustram algumas residências de Belo Horizonte de relevância histórica, afetiva e arquitetônica para Bracher. Um retrato de Gustavo Penna, um dos mais importantes arquitetos brasileiros, também está neste núcleo.

Foto: Cristiano Quintino

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