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Artista plástico Jorge dos Anjos é homenageado em mostra da Escola de Artes Visuais do CEFART

Pintura “Festa”, feita pelo artista, ficará exposta ao lado de produções dos alunos da Escola de Artes Visuais na PQNA Galeria Pedro Moraleida; abertura contará com roda de conversa com o homenageado

A Escola de Artes Visuais do Centro de Formação Artística e Tecnológica da Fundação Clóvis Salgado (CEFART) realiza, de 12 de dezembro a 5 de janeiro, sua tradicional mostra de fim de semestre, a CHAMA. Em sua 16ª edição, a exposição é intitulada “Travessia das memórias: Arte, ancestralidade e movimento”, homenageando o pintor, escultor e desenhista Jorge dos Anjos. Assim como nas edições anteriores, uma das obras presentes no acervo da Fundação Clóvis Salgado (FCS) foi selecionada para nortear as discussões sobre o tema escolhido. A partir da pintura “Festa”, de Jorge dos Anjos, vinte e três obras propostas pelos alunos ficarão expostas em conjunto com a peça na PQNA Galeria Pedro Moraleida, no Palácio das Artes. Além disso, a curadoria reúne mais de dez vídeos produzidos para a mostra. Na noite de abertura, no dia 12 de dezembro, a partir das 18h, o homenageando estará presente em uma roda de conversa no Café do Palácio das Artes. Além disso, intervenções artísticas e apresentações musicais compõem a programação, que acontecem na Galeria Aberta Amilcar de Castro. A entrada é gratuita.

Nascido em uma pequena vila operária em Ouro Preto, Jorge dos Anjos já descrevia desde a infância o sonho de ser pintor, sendo incentivado por seu pai, Olinto. Iniciou seus estudos em pintura e, posteriormente, também em restauração, com Jair Afonso Inácio. Posteriormente, o artista teve aulas de pintura com Nello Nuno, mas foi com Amilcar de Castro que afirma ter adquirido “régua e compasso”. Amilcar o ajudou a desenvolver e trabalhar a noção de espaço em suas obras, além de transmitir a Jorge o concretismo, que moldaria sua linguagem artística. Com o passar do tempo, o artista se dedicou à escultura, com obras muito conhecidas, como o “Portal da Memória – Monumento a Iemanjá”, localizado na Lagoa da Pampulha. Em seu trabalho, utiliza bastante o aço e a pedra-sabão, que possuem ligação simbólica com os orixás Ogum e Xangô. Sua poética aborda a experiência das pessoas negras e é fortemente ligada a elementos da cultura africana e sua ancestralidade. Na pintura que ficará exposta na galeria, Jorge utilizou a técnica de têmpera vinílica sobre papelão para representar alguns desses elementos presentes nas religiões de matriz africana, como guias, rosas, cálices e tridentes.

A “16ª Mostra CHAMA – Travessia das memórias: Arte, ancestralidade e movimento” é realizada pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais e Fundação Clóvis Salgado. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm a Cemig como mantenedora, Patrocínio Master do Instituto Cultural Vale e Grupo Fredizak, Patrocínio Prime do Instituto Unimed-BH e da ArcelorMittal, Patrocínio da Vivo e correalização da APPA – Cultura & Patrimônio. O Palácio das Artes integra o Circuito Liberdade, que reúne mais de 50 equipamentos com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. A ação é viabilizada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Vale-Cultura. Governo do Brasil, do lado do povo brasileiro.

Arte e ancestralidade — O conceito da mostra “Travessia das memórias: Arte, ancestralidade e movimento”, se inspira na ancestralidade africana — que se apresenta como força de resistência e reinvenção, perpassando tempos e linguagens por meio de processos de hibridização cultural —, destacando a arte de Jorge dos Anjos.  Giovane Diniz, professor da Escola de Artes Visuais do Cefart, explica que o trabalho selecionado é de suma importância para a discussão das questões propostas. “A escolha da obra ‘Festa’, do artista Jorge dos Anjos, se deu a partir da definição do tema para essa mostra, ‘Ancestralidade africana na arte brasileira: contextos e desdobramentos na contemporaneidade’. Pesquisamos no acervo da FCS um artista que representasse essa temática e sua importância. A partir disso, os estudantes elaboraram um conceito com base nas pesquisas. O Jorge é um artista de grande relevância para as artes no Brasil, e a ancestralidade africana é parte fundamental em suas obras, fala de suas origens”, pondera.

Para a exposição na galeria, a pintura passou por um processo de restauração realizado pelo Núcleo de Conservação e Restauro da Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP). Para Giovane, que também possui uma ligação com a Fundação, isso demonstra um encontro com um espaço que foi tão importante para sua formação. “Tenho muita admiração por ele e pelo seu trabalho. Assim como eu, ele teve sua formação inicial em artes na FAOP, uma instituição de grande valor para as artes no nosso estado. Um fato importante é que a obra escolhida para a mostra foi restaurada por profissionais da FAOP, o que representa uma oportunidade de reencontro entre a instituição e o artista, por meio de sua obra. Dessa forma, a Mostra CHAMA nos permite conhecer mais sobre a cultura africana e homenagear esse grande artista, ao mesmo tempo em que promove e preserva o acervo da FCS”, afirma o professor.

A mostra também tem o papel pedagógico de ensinar aos alunos dos cursos de Arte Educação, Curadoria, Expografia e Formação Inicial Continuada (FIC) em Assistente de Produção Cultural os processos que envolvem as exposições de artes visuais. A aluna Maria Fernanda Ferreira, do curso de produção, destaca o aprendizado ao longo do semestre. “Participar da pré-produção da mostra tem sido uma experiência profunda e inspiradora. Acompanhamos de perto a construção conceitual e prática e contribuímos para que cada detalhe honre a trajetória do artista e a força simbólica de suas narrativas. Para a abertura, também colaboramos com propostas que ampliam o diálogo com o público e fortalecem a dimensão sensível e coletiva que o legado de Jorge inspira. É uma honra integrar uma iniciativa que celebra memória e potência”, conta Maria Fernanda.

Programação de abertura

18h – Abertura da exposição

18h30 às 19h30 -- Roda de conversa com o artista Jorge dos Anjos

19h30 às 22h – Intervenções artísticas

19h30 às 22h – Performance e DJ Set

22h – Encerramento

CEFART – O Centro de Formação Artística e Tecnológica (CEFART), da Fundação Clóvis Salgado, é responsável por promover a formação em diversas linguagens no campo das artes e em tecnologias do espetáculo. Referência em formação artística, o CEFART possui amplo e inovador Programa Pedagógico para profissionalizar e inserir jovens talentos no mercado de trabalho da cultura e das artes. Diversas gerações de artistas e técnicos foram formadas ao longo dos quase 40 anos de atividades, com forte impacto no fazer artístico de Minas Gerais. São oferecidas, gratuitamente, oportunidades democráticas de acesso à formação cultural diversa, por meio de Cursos Técnicos, Básicos, de Extensão e Complementares, com grande repercussão social.

FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Palácio da Liberdade, espaços geridos pela FCS. A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado é responsável, ainda, pela gestão do Circuito Liberdade, do qual fazem parte o Palácio das Artes, Palácio da Liberdade e a CâmeraSete. Em 2021, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todas as pessoas.

16ª Mostra CHAMA - Travessia das memórias: Arte, ancestralidade e movimento

Abertura: 12 de dezembro (sexta-feira)

Horário da abertura: 18h

Período expositivo: 13 de dezembro a 5 de janeiro 

 Local: PQNA Galeria Pedro Moraleida, Galeria Aberta Amilcar de Castro e Café do Palácio das Artes

(Avenida Afonso Pena, 1537, Centro)

Classificação indicativa: Livre

Entrada gratuita

Informações para o público: https://fcs.mg.gov.br

Foto: Jorge dos Anjos

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