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Exposição: eu é outr@[s] - fotoperformances de Mazzilli
O artista visual Domingos Mazzilli apresenta na Galeria do BDMG a exposição de fotoperformances eu é outr@[s]. Selecionado peloMostras BDMG, Mazzilli interpreta vinte e três mulheres do seu imaginário, sob curadoria de Susan O. Campo, uma dessas personagens. A exposição traz fotografias de Felipe Ferreira e participação do maquiador espanhol Raul Cabanell. O trabalho poderá ser visto pelo público nesta última semana, até 14 de dezembro, diariamente, de 10 às 18 horas, na Galeria de Arte do BDMG Cultural.
A mostra parte da frase de Rimbaud “eu é um outro” que por derivaçãoeu é outra, eu é outras, "eu é outr@s" introduzindo a clivagem do eu, questionando a identidade, o feminino e a discussão de gênero. O artista pensou esta série a partir dos heterônimos de Fernando Pessoa e da frase “mulheres são desdobráveis” de Adélia Prado.
“Fui, em poucos meses, todas as mulheres que quis. Tive todas as cores, tamanhos e texturas de cabelo, todas as cores de unhas e de olhos, todas as cores e tipos de roupas, todas as caras e bocas”, afirma o artista.
Entre 2013 e 2014, mais de 10 mil fotografias foram feitas para a sérieeu é outr@[s], em aproximadamente 28 ensaios, nos quais há um diálogo com a moda nos últimos 100 anos, por meio de vestimentas, acessórios, maquiagens e penteados. Cada sessão de fotos durou cerca de oito horas, entre cabelo, maquiagem e fotografias.
A produção não repetiu formatos, cores de roupas, cabelos ou unhas. As personagens, em sua maioria, foram propostas pelo próprio artista, a partir do seu imaginário e de outras figuras sugeridas pelo maquiador Raul Cabanell, que também ajudou na direção de cena e iluminação. Cada personagem tem a sua biografia fictícia criada por Mazzilli.
Tibério França, fotógrafo e professor, fala um pouco sobre essa diversidade. “O retrato, tão caro ao imaginário coletivo, nos torna imediatamente íntimos de todas as mulheres aqui presentes: a editora de moda, a punk de Berlin, a crítica literária, , a noiva grávida, a ‘biscate’ alcoólatra, a cabelereira perua, a dona de casa assassina, a ‘drag queen’ bizarra , a melindrosa ‘vamp’, a Nossa Senhora das Dores, a cantora de cabaré, a freira sádica e a própria curadora desta exposição, num exercício de metalinguagem. Não duvidamos de suas existências, pois Mazzilli materializa o espírito de cada uma dessas mulheres imaginárias, certificadas por meio de suas biografias. Cabe, portanto, à fotografia, dar credibilidade ao que vemos, como um avalista que endossa uma promissória,” afirmou Tibério.
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