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Espetáculo do Grupo Rosa dos Ventos, com direção de Adyr Assumpção, apresenta as transformações da capital mineira
Uma Belo Horizonte com sua arquitetura, paisagens, personagens, e desenvolvimento, ao longo de 116 anos de existência, retratados por meio da união entre a música, poesia e narrativas. O espetáculo musical “Horizontinos: cidade inventada” apresentado pelo grupo Rosa dos Ventos, com direção de Adyr Assumpção estreia na capital no dia seguinte em que comemoramos o aniversário da cidade. A apresentação única será no dia 13 de dezembro às 20h30, no Grande Teatro do Sesc Palladium.
Inspirado na criação da capital mineira por uma percepção não só histórica, mas também de sua construção artística, o espetáculo utiliza uma mistura cênico-musical para retratar ambientes e situações relacionados ao desenvolvimento da cidade. Ao invés de ordenar fatos históricos em sucessão cronológica, a montagem foca no imaginário de possibilidades, do período anterior ao estabelecimento de uma sociedade campesina, até a transformação em centro urbano, criando atmosferas lúdicas que remetem ao traçado do cotidiano na cidade mineira. Músicas e textos inéditos, criados especialmente para o espetáculo, estabelecem um diálogo contemporâneo que explora as implicações da construção e desconstrução do habitat urbano, desde sua essência até os dias atuais. Toda a trilha sonora é executada, ao vivo, pelo próprio elenco durante a apresentação. “Horizontinos busca percorrer sotaques, expressões e desejos das múltiplas origens do povo desta cidade. Sotaques de muitas regiões do planeta, do país e do próprio estado, representando as correntes temporais da sua construção e desenvolvimento. Este percurso tem como referência as trupes ciganas que por aqui passaram e se estabeleceram, com suas músicas, danças, as companhias de teatro, de circo e de circo-teatro, as óperas e os espetáculos melodramáticos e as formas de expressão das comunidades patrimoniais”, explica o diretor Adyr Assumpção.
Construindo “Horizontinos” – O espetáculo surgiu do desejo do Grupo Rosa dos Ventos de falar sobre a cidade e a construção de identidades de um povo. A primeira etapa, iniciada em 2010, foi uma longa pesquisa bibliográfica e visitas a igrejas, museus e demais espaços, observando aspectos arquitetônicos, marcas do passado e da contemporaneidade, tradições e costumes da diversidade de povos que compõem a sociedade belorizontina. Paralelo à pesquisa, Pedro Gontijo, do Grupo Rosa dos Ventos, criava as primeiras composições musicais e sugestões de roteiros.
As influências contidas em “Horizontinos” mesclam as riquezas de uma diversidade presentes nas manifestações de origem popular como os folguedos e congados; a religiosidade; a história e tradição teatral e circense, representadas pelo melodrama; o teatro comunista e o de animais; o circo; as lendas populares, envolvendo aparições, sereias e metamorfos; figuras históricas, dentre outros. “A construção de Horizontinos representa um amadurecimento cultural, artístico, técnico e, acima de tudo, pessoal para os integrantes do grupo. Considero todos mais aptos a desempenhar funções artísticas depois das vivências possibilitadas pela montagem, bem como, no meu entendimento, se desenvolveram enquanto cidadãos da cidade - que é agora mais claramente nossa matéria e obra”, explica Pedro Gontijo.
Dando sequência ao processo de construção, o grupo convidou Adyr Assumpção para assumir a direção do espetáculo e Anderson Feliciano para a criação da dramaturgia, diálogos e demais partes faladas, colaborando de maneira especial na construção da concepção dramatúrgica do espetáculo. “Adyr é uma pessoa com uma bagagem cultural enorme e nos abriu um universo de possibilidades, compartilhando conhecimentos e, principalmente, sugerindo bibliografias, leituras e vídeos, o que enriqueceu muito nosso olhar sobre esse trabalho”, conta Silvana Ferreira, do grupo Rosa dos Ventos.
A montagem de “Horizontinos: cidade inventada” é viabilizada com recursos do Fundo Municipal de Cultura.
Os personagens – Os personagens foram criados a partir do imaginário de um grupo de músicos-atores que contam a história. São utilizadas referências arquetípicas, mais abstratas e universais, tendo como base as trupes ciganas, que levam suas músicas e teatros as cidades e povoados. Um “bando” que não tem formas bem definidas, características bem delineadas, como as alegorias. Porém, com uma versão mais contemporânea e próxima da realidade atual. Os sete personagens se dividem em arquétipos, sendo três masculinos, um ambivalente, e três femininos.
Sobre o grupo Rosa dos Ventos - O Grupo Rosa dos Ventos realiza há 8 anos um trabalho conjunto, em pesquisa e experimentação. Foi constituído a partir de oficinas de formação artística ministradas no Parque Lagoa do Nado, em Belo Horizonte, pela cantora Titane e o diretor teatral João das Neves. O projeto contou também com a colaboração da preparadora corporal Irene Zivianni e do músico Sérgio Pererê, resultando no espetáculo “Exercício nº 1”.
A partir de uma dramaturgia do ator, baseada em células rítmicas para criação de personagens e do desenvolvimento de linguagem para coro e percussão, o grupo integra todos os elementos das artes cênicas, entendendo o teatro, a música e a dança como práticas coletivas em espaços coletivos, tendo como referência alguns elementos da cultura popular mineira, como o congado, a folia de reis e os festejos populares.
O Rosa dos Ventos participou de importantes eventos do calendário cultural de Belo Horizonte e do interior de Minas com o espetáculo “Exercício nº1”, tais como: Conexão Telemig Celular, Festival de Arte Negra - FAN, Festival Internacional de Teatro-FIT BH e Tambores de Natal. Em 2007, foi selecionado para o Conexão Telemig Celular. Já em 2009, estreou o seu segundo espetáculo, "Mosaico Rosa dos Ventos", com maior aprofundamento da linguagem cênico-musical e composto por textos e composições dos artistas do grupo. Os atores integraram também o elenco do Espetáculo "Titane e o Campo das Vertentes”, que circulou na capital, interior de Minas Gerais e Rio de Janeiro e , em 2012, foi lançado registro em DVD.
Da primeira formação estão no grupo Marcos Mateus e Vânia Silvério. Na segunda, Celton Mendes, Pedro Gontijo e Silvana Ferreira. Recentemente, foram integradas ao grupo Inaê Hollanda Rosa e Daniane Gonçalves Reis.
Um pouco do diretor Adyr Assumpção – Graduado em Artes Cênicas pela UFMG; Mestre e Doutorando em Artes pela UNICAMP; Ator, diretor, produtor, professor de Teatro, Cinema e Televisão. Idealizador e Coordenador Geral da Imagem dos Povos - Mostra e Seminário Internacional Audiovisual. (2004/2013).
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