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Chega nas plataformas “Obrigado, Mestre”, primeiro disco do premiado saxofonista mineiro Silas Prado
Confira
Vencedor, em 2022, do Prêmio BDMG Instrumental, um dos mais importantes do país no que tange à composição e ao arranjo em música instrumental, o saxofonista mineiro Silas Prado vem desde então trabalhando em seu primeiro disco. O ciclo se completa nesta sexta-feira, dia 6 de dezembro, quando o trabalho chega às plataformas de streaming. Intitulado “Obrigado, Mestre”, o trabalho parte de uma homenagem ao maestro baiano Letieres Leite (1959-2021), com quem fez uma imersão musical em 2019 e é fundamental referência para a música de Silas.
Composto por seis faixas, “Obrigado, Mestre” sai com a chancela do selo Atlântico Sul Music, o primeiro do Brasil voltado para artistas negros da música instrumental – Silas Prado é o primeiro artista mineiro a ter sido convidado a integrar o catálogo do selo. ACESSE PARA OUVIR: https://lnk.fuga.com/silasprado_obrigadomestre_album
A faixa-título, como declarado, é uma homenagem a Letieres Leite, ainda reverenciado com um arranjo para “Honra ao Rei”, uma de suas composições mais impactantes. Também estão no disco “Pé na Terra”, homenagem a Gaia Wilmer, que inclusive participa da gravação, “Herança”, composição de Acauã Ranne, “Capitão Du”, composta por William Pajé Alves, e “Moçambique pro Cria”, escrita por Silas para Acauã Ranne.
O trabalho foi gravado com o sexteto que acompanha Silas Prado há vários anos: William Pajé Alves (trompete), Lucas de Moro (piano), Acauã Ranne (guitarra e percussão), Cyrano Almeida (bateria) e Egberto Brant (contrabaixo). Há, ainda, as participações de Felipe Vilas Boas e de Gaia Wilmer na faixa “Pé na Terra”.
TRAJETÓRIA
Silas Prado foi criado em Francisco Dumont, no Norte de Minas, em uma família muito musical. O avô, clarinetista, fundou a banda da cidade. Ainda muito menino, com mais ou menos 10 anos de idade, incentivado pelo pai, que tocava baixo, cantava e fazia bailes, foi levado para a banda e, muito rapidamente, já despertou para a música. Curiosamente, seu primeiro instrumento foi o trombone de pisto. Com 13 anos, ele já sabia que queria a música na sua vida como profissão. Mas foi seguindo seu caminho se formando pelos bailes da vida, com a tradição das bandas como bagagem, de forma autodidata.
A virada para os 30 anos também significou uma virada em sua formação. De 2015 a 2016, cursou a Universidade Bituca, que tem como patrono Milton Nascimento, e isso abriu para ele um mundo ao qual ele ainda não tinha tido oportunidade de acessar. Já emendou os estudos na UFMG, onde, em 2020, concluiu o bacharelado em Música Popular e, em 2024, concluirá o mestrado em Performance Musical.
Em 2022, uma outra grande virada aconteceu quando ele foi sagrado um dos vencedores do Prêmio BDMG Instrumental. Foi ali, no contexto do prêmio, que as primeiras composições e arranjos que agora estão reunidos no disco nasceram. A partir de então, o trabalho de Silas em sexteto ganhou palcos diversos – Instrumental Sesc Brasil, Virada Cultural de BH, II Festival Internacional de Saxofones da UFMG, entre outros – e arremata, com o disco, um ciclo, que se desdobrará em outros a partir de agora.
“Um filme passa na minha cabeça. Sinto orgulho do menino de 10 anos que veio de uma família simples, de uma cidade com menos de 3 mil habitantes e começou numa banda de música do interior de Minas ter persistido e, assim, ter podido crescer, ganhar prêmio, tocar no palco mais importante da música instrumental no país, com pessoas que são muito importantes para mim, lançar esse disco e estrear esse show. Sinto que realizei sonhos, estou realizando, e que isso não para por aqui, não. Tenho muitos sonhos mais para realizar”, afirma Silas Prado.
FAIXAS COMENTADAS
“Obrigado, Mestre” é uma homenagem ao Maestro Letieres Leite. Composta por Silas Prado, a obra reflete a influência do maestro. Foi com ela que o saxofonista venceu o 21º Prêmio BDMG Instrumental.
“Herança” é uma composição de Acauã Ranne, amigo e multiinstrumentista de Silas, que assina a faixa mais "groovada" do álbum. A música traz a marcante guitarra rítmica de Acauã — tocada com a maestria de um Ogã — e os sopros que constroem um background harmonioso, com o naipe dialogando de forma orgânica com o jazz contemporâneo.
“Pé na Terra” é uma composição de Silas Prado dedicada à saxofonista e amiga Gaia Wilmer, que também participa da gravação no álbum. A faixa ganha um toque especial com a presença do guitarrista Felipe Vilas Boas. O título faz uma alusão à mitologia grega, onde Gaia é a Deusa da Terra, revelando uma brincadeira criativa por trás da homenagem.
“Capitão Du” é uma composição do trompetista e amigo William Pajé dedicada ao amigo e tubista Aldo Bibiano, que também é capitão da guarda de Moçambique de Nossa Senhora do Rosário, do bairro Santa Efigênia, em Brumadinho. A música, carregada de reverência e tradição, já se tornou um verdadeiro "standard" nos shows da cena instrumental afromineira.
“Moçambique pro Cria” é uma composição de Silas Prado em homenagem ao amigo e multiinstrumentista Acauã Ranne. A faixa tem um significado especial, pois foi apresentada na final do Prêmio BDMG Instrumental, marcando o momento em que Acauã deixou a percussão para assumir a guitarra. Inspirada no ritmo do Reinado Mineiro, a música celebra a tradição afro-brasileira e presta homenagem a um Ogã.
“Honra ao Rei” é uma composição do homenageado do álbum, o maestro Letieres Leite, e carrega um significado especial para Silas Prado. Foi a primeira música de Letieres que Silas conheceu e também a primeira que ele tocou, marcando o início de sua conexão com o legado do mestre. A faixa foi apresentada como arranjo no primeiro BDMG Instrumental, onde Silas recebeu palavras inspiradoras do jurado Joatan Nascimento: “Você conhece de verdade a música do mestre, não pare aí, continue...”.
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Foto: ÉLCIO PARAÍSO BENDITA CONTEÚDO
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