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O Projeto Domingo na feira do Conservatório UFMG apresenta: Orquestra jovem Sol das Gerais
A Orquestra Jovem Sol das Gerais é reconhecida pela comunidade pelo seu desafio técnico e motivacional, que coloca as meninas em alta conta da inserção social. São 25 componentes da orquestra veterana, e as demais estão a caminho de chegarem lá tornando-se mais uma opção de trabalho para nossas adolescentes sendo um símbolo de bom desempenho das habilidades que o Projeto Gente Grande/PGG se propõe a desenvolver. O projeto Gente Grande é um programa sócio cultural que há 17 anos atende adolescentes da região de Betim e Contagem e há doze anos é patrocinado pela Jabil do Brasil.
As jovens ingressam no programa através de seleção anual de acordo com as vagas abertas para o período. Hoje são 60 garotas em treinamento sendo 40% com mais de três anos no projeto, 20% com 2 anos e 40% com menos de 1 ano. A idade para inscrição é de 11 até 12 anos, cursando a escola formal em horário compatível e diferente do horário do PGG.
É avaliado o grau de pobreza, a capacidade de atenção, a frequência no projeto e na escola, o interesse, a habilidade para aprender coisas novas, em especial a música.
As formações são: Matemática, Ética e Valores Humanos, Informática, Inglês, e Música Teórica e Instrumental.
Após dois anos de formação, a adolescente dependendo do desenvolvimento da sociabilidade no grupo e nas atividades (responsabilidade, competência técnica e disciplina) poderá ser convocada para a orquestra do Projeto, ou desconvocada, quando for o caso.
Em meio à montanha russa de sentimentos da adolescência, o trabalho musical com jovens entre 12 e 18 anos também se mostrou essencial para o desenvolvimento das capacidades intelectuais e, principalmente, emocionais. Isso porque, nessa idade, os adolescentes vivenciam um momento peculiar, cheio de dúvidas e muitas descobertas. É nesse momento de relações intensas com o mundo que a música pode ajudar a organizar o caos psicológico.
O universo sonoro funciona como um apoio na adolescência, já que é comum os jovens recorrerem à música quando se sentem angustiados com questões pessoais. A regente da Orquestra Jovem Sol das Gerais, Vânia Mendes, sabe bem disso, Em sua transição para a vida adulta, ela encontrou nas canções um lugar de tranquilidade e alegria. Hoje, Vânia é um exemplo de como a música pode trazer progressos para a vida particular e desenvolver capacidades e talentos.
Nascida numa família em que os pais e os tios sempre tiveram inclinações musicais, Vânia conta que, aos 14 anos, demonstrou grande interesse pela arte e começou a frequentar aulas de canto e coral na Escola Técnica Federal: “Minha adolescência foi marcada pelas tardes passadas em casa ouvindo música clássica.”.
Anos mais tarde, Vânia tornou-se idealizadora do Projeto Gente Grande /PGG, trabalhando com musicalização de meninas entre 11 e 16 anos. As jovens integram a Orquestra Jovem Sol das Gerais, que tem como objetivo primordial o desenvolvimento musical e social de adolescentes que estão na linha da pobreza. Com Bach, Vivaldi, Beethoven, Villa-Lobos, Brant e Milton Nascimento, as aulas aliaram a socialização com a possibilidade de iniciação no mercado de trabalho por meio do aprendizado sonoro. E a escolha de trabalhar com o sexo feminino foi pela constatação de que, nas classes menos favorecidas, são elas que saem para trabalhar e mantém a casa.
As aulas de ritmo, teoria musical e técnica de instrumentos de orquestra ocorrem nas dependências de uma montadora eletroeletrônica, permitindo às alunas conviverem com um ambiente profissional e, principalmente, transformarem-se em mulheres produtivas e aptas para lidar com o mercado de trabalho.
Garantia de uma nova vida
De acordo com Vania, em 17 anos de trabalho com a orquestra, as conquistas são visíveis. “Dá para perceber o avanço das meninas. Vemos o salto no comportamento geral, na disciplina durante as aulas e na mudança do trato entre elas”, observa. Os progressos também são percebidos pelas adolescentes, que ganham autoconfiança e o sonho de um futuro promissor. A jovem Nathália se surpreende com os próprios resultados: “Eu nunca pensei que fosse capaz de tocar um instrumento. Hoje estou na Orquestra e pretendo trabalhar sem deixa a música”.
Para o professor de violino, viola e violoncelo e diretor musical da Orquestra Jovem Sol das Gerais, Eliseu Martins de Barros, a música tem o poder de ajudar nas relações humanas. “A música não só trabalha convivência entre as meninas, como chega para amansar, acalmar e fazer uma integração social”, diz Eliseu, que também é concertinho da Orquestra Sinfônica e violonista da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, afirma que o talento das jovens surpreende pela qualidade e pelo desenvolvimento alcançado pelas integrantes: “Elas estão fazendo um bonito trabalho na Orquestra e ainda trabalham a concentração nas aulas e melhoram o desempenho na escola”.
De 1994 a 2005, o trabalho incluía várias modalidades na área da arte como teatro, artesanato e brincadeiras lúdicas. Mas, em 2005, a maestrina teve um insight e optou exclusivamente pela musicalização. O grupo hoje possui 70 integrantes divididos em duas turmas de 35 jovens. A metodologia é participativa, alegre e com dinâmicas associativas. As meninas são livres para escolherem o instrumento de sua preferência. E o repertório executado vai do barroco ao popular regional, encantando os ouvidos mais apurados.
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