Notícias

Responsável por capacitar e inserir 1.304 pessoas com deficiência no mercado de trabalho até outubro de 2016, por meio do programa Rede Inclusiva, a Rede Cidadã foi convidada pelo Ministério do Trabalho para participar do seminário "Lei de Cotas - Boas Práticas de Inclusão". O evento será realizado dia 12 de dezembro, das 8h30 às 17h15, no Sesc Palladium. A entrada é gratuita mediante inscrição no link https://goo.gl/forms/IoZewJihTEYiu38y1.

O seminário abordará os processos de inclusão, como a aprendizagem profissional como meio de inclusão gradual, os apoios e metodologias utilizados dentro das empresas e, também, nas entidades formadoras para inclusão dos trabalhadores beneficiários da política de cotas, com foco principal na deficiência intelectual e no autismo. Além da participação na programação, a Rede Cidadã contará com um estande para apresentar o trabalho da instituição aos interessados.

Responsável pelo programa Rede Inclusiva, Wandelza Valim explica que, ao dar uma oportunidade às pessoas com deficiência, as empresas ajudam a restaurar a autoestima delas. "Muitos que passaram pelas nossas turmas de capacitação chegaram desmotivados, sem acreditar que seria possível uma colocação no mercado. Nosso trabalho é mostrar que elas são capazes e úteis. Para isso, precisamos do auxílio de parceiros comprometidos", afirma.

Presença de pessoas com deficiência no mercado de trabalho ainda é pequena

De acordo com dados divulgados pela Relação Anual de Informações Sociais (Rais) em 2015, 381,3 mil pessoas com deficiência estão inseridas no mercado de trabalho em todo o país. A quantia corresponde a 0,77% do total de postos. O panorama ganha ainda mais destaque neste ano, em que a Lei de Cotas para a inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho completa 25 anos com o aumento de apenas 20% de inserção nos últimos cinco anos, de acordo com o Ministério do Trabalho e Previdência Social. 

Para atender a legislação, empresas com mais de 100 empregados devem destinar de 2% a 5% de suas vagas para pessoas com deficiência. Cerca de 81% delas, entretanto, fazem isso apenas para cumprir a obrigação, sem se preocupar com etapas fundamentais desta colocação, como o acolhimento e sensibilização dos funcionários. Os resultados deste descaso são impactantes: de acordo com o site Vagas.com e Talento Incluir, quatro em cada dez pessoas com deficiência já sofreram discriminação no ambiente de trabalho - sendo que 57% foram vítimas de bullying, 12% afirmaram enfrentar dificuldades para serem promovidos e 9% disseram que já se sentiram isolados ou rejeitados pela equipe. 

Para reverter esse quadro, a Rede Cidadã, uma das principais organizações sociais voltadas para a geração de trabalho e renda do país, desenvolve o programa Rede Inclusiva, que oferece cursos de capacitação profissional para pessoas com deficiência e faz a ponte entre os alunos e as empresas interessadas em contratar pessoas com esse perfil. "Mesmo com a criação de políticas públicas, a inclusão de grupos considerados vulneráveis no mercado, como os trabalhadores com deficiência, continua sendo um desafio", afirma Fernando Alves, Diretor Executivo da organização. "A desconfiança e a desinformação dos empregadores fazem com que essas pessoas sejam colocadas em segundo plano quando o assunto é o ingresso em determinado emprego, ou o seu crescimento dentro de uma empresa". 

A pessoa com deficiência que busca uma oportunidade no mercado de trabalho ou a empresa que necessita realizar contratações com esse perfil podem procurar a Rede Cidadã. No caso do profissional, o auxílio vem com a capacitação, através de aulas teóricas e práticas sobre como se portar em uma entrevista de emprego, a importância do compromisso e cursos técnicos em diversas áreas, e cadastro no Banco de Talentos. Já a empresa, tem o seu processo seletivo otimizado e com uma contratação mais assertiva. Trata-se de uma relação onde todos ganham. 

Foto: Divulgação