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Casa Fiat de Cultura Apresenta " O jovem Drummond e a cidade do tédio

Professor e escritor Roberto Said conta ao público a juventude de Carlos Drummond de Andrade em Belo Horizonte

No início da década de 1920, após inesperada decisão familiar, Carlos Drummond de Andrade mudou-se para a cidade de Belo Horizonte, primeira utopia urbanística da modernidade latino-americana. A palestra “O jovem Drummond e a cidade do tédio”, que integra o Ciclo de Palestras da exposiçãoQuasePoema – Cartas e Outras Escrituras Drummondianas na Casa Fiat de Cultura, a ser realizada no dia 10 de dezembro, às 19h30, aborda as tramas culturais, políticas e literárias que mediaram as relações do jovem Drummond e de sua obra com a capital mineira. O professor e escritorRoberto Said é o responsável por fazer o público reviver esse cenário libertador do jovem poeta.A palestra é gratuita e sujeita a lotação do espaço (200 lugares).

 

O palestrante explica que a reviravolta na vida dos Andrades resultaria em uma espécie de libertação para o futuro escritor. Ele e a nova capital eram praticamente da mesma idade: jovens lançados na tumultuosa corrente do século 20, àquela altura já definitivamente revirado pela Primeira Guerra Mundial e pela Revolução Bolchevique. “O novo mundo, tal como os cinematógrafos de então, prometia-lhes imagens irresistivelmente sedutoras. De fato, em Belo Horizonte, Drummond experimentou, conforme depoimento próprio, sua ‘vida mais profunda’. Afinal foi o período das grandes amizades, da vadiagem rebelde, da formação intelectual e literária e, especialmente, de seus primeiros escritos”, acrescenta Roberto Said.

 

Antes de publicar seu primeiro livro, o jovem Carlos produziu uma numerosa e heterogênea série de textos composta por poemas em prosa e em verso, crônicas, resenhas, aforismos e ensaios críticos. Leitor voraz, ele exercitou sua veia crítica, transitando por diversos gêneros e saberes. Seus escritos abarcavam desde os clássicos da cultura ocidental até as produções mais recentes da literatura brasileira, passando ainda pelas novidades cinematográficas e pelos eventos marcantes do cotidiano e da política, tanto no âmbito interno quanto no externo.

 

Com o intuito de proporcionar ao público ampla identificação com o escritor mineiro, a Casa Fiat de Cultura organizou um Ciclo de Palestras com estudiosos sobre sua obra e personalidade. Todas as palestras são gratuitas e realizadas às 19h30.

 

O palestrante

Professor de Teoria da Literatura da Universidade Federal de Minas Gerais. Graduação em História (UFMG,1996); Mestrado em Teoria da Literatura (UFMG, 2002) e Doutorado em Literatura Comparada (UFMG, 2007). Realizou estágio de Doutorado na Universidade de Buenos Aires (UBA, 2004). Concluiu pesquisa de Pós-Doutorado (UFMG, CNPQ, 2008) . Experiência na área de Letras, História e Cultura brasileira, com ênfase em Teoria da Literatura, Literatura brasileira, História e memória cultural, atuando principalmente nos seguintes temas: Literatura comparada, poesia contemporânea, literatura e filosofia, literatura e cinema, arquivos e acervos literários, estudos biográficos. Autor de Angústia da ação: poesia e política em Drummond (2005); Margens teóricas (2010); Jacques Derrida: entreatos de leitura e literatura (2014).

 

 

“QuasePoema – Cartas e Outras Escrituras Drummondianas na Casa Fiat de Cultura”

 

Sob curadoria de Marconi Drummond e Fabíola Moulin, a mostra “QuasePoema – Cartas e Outras Escrituras Drummondianas na Casa Fiat de Cultura”, em cartaz até 18 de janeiro de 2015, relaciona a correspondência entre o poeta e a mãe com a poesia drummondiana. O seleto repertório de 88 documentos e cartas escritas por Drummond é do acervo do Memorial Carlos Drummond de Andrade e nunca antes foi apresentado ao público.

 

O público tem acesso, ainda, a 28 cartas escritas pela mãe do poeta, Dona Julieta Augusta Drummond, que pertencem ao Instituto Moreira Salles. Pela primeira vez, as correspondências, que se mantinham, respectivamente, nas mãos de um colecionador particular e na reserva técnica para restrita pesquisa, podem ser apreciadas pelos visitantes, que são convidados a entrar em um universo particular deste que é um dos grandes nomes da literatura brasileira.  A programação é gratuita.

 

A exposição é uma realização da Casa Fiat de Cultura em parceria com Instituto Cultural Sérgio Magnani, Circuito Cultural Praça da Liberdade e Governo do Estado de Minas Gerais, com patrocínio da Fiat Automóveis e Líder Aviação, além de parceria institucional da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade, da Prefeitura de Itabira e do Instituto Moreira Salles.

 

Sobre a Casa Fiat de Cultura

A Casa Fiat de Cultura, responsável por realizar 16 grandes exposições, com mais de 700 mil visitantes, está instalada em sua nova sede no antigo Palácio dos Despachos, edifício que integra o conjunto arquitetônico e histórico do Palácio da Liberdade. A instituição, mantida pelas empresas do Grupo Fiat, realizou completa revitalização e restauro do prédio, implantando a mais moderna tecnologia museológica dentro de padrões internacionais. Considerada um dos mais importantes espaços para discussão e exposição das artes no Brasil, a Casa Fiat de Cultura destaca-se pelo alto valor histórico, artístico e educativo de sua programação, sempre gratuita.

 

A Casa Fiat de Cultura agora no Circuito Cultural Praça da Liberdade marca um importante momento para as artes em Belo Horizonte e fortalece a política da instituição de contribuir para a formação de público, ampliar o acesso à produção artística brasileira e internacional e promover o desenvolvimento humano e social. As adaptações realizadas no edifício do Palácio dos Despachos fazem da Casa Fiat de Cultura um dos mais bem equipados espaços para receber exposições internacionais no Brasil, com tecnologia museológica, climatização, amplitude das salas expositivas e reserva técnica para receber obras de arte de alto padrão, equiparadas aos grandes museus do mundo.

 

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