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Espetáculo Emaranhado, na Funarte, destaca pesquisa em visualidade cênica desenvolvida na UFMG
Obra é fruto de conclusão de curso em Teatro da UFMG; temporada será nos dias 5, 6 e 7 de dezembro
Sob a direção e dramaturgia de Greicielle Souza, o espetáculo Emaranhado estreia na Funarte MG (Rua Januária, 68, Centro) com três apresentações, nos dias 5, 6 e 7 de dezembro (sexta e sábado às 19h e domingo às 18h). A obra se desenvolve a partir dos dispositivos de cenografia e caracterização criados por Amanda Fuchs e Tereza Castro, fruto de suas pesquisas de conclusão do Bacharelado em Teatro da UFMG. Emaranhado se apresenta como uma obra que une pesquisa acadêmica e criação artística, colocando em cena uma reflexão visual, física e poética sobre afeto, mito e aprisionamento. A entrada é gratuita, e os ingressos podem ser retirados antecipadamente pelo Sympla ou diretamente na portaria da Funarte MG, sujeito à lotação.
A peça é resultado de um intenso processo artístico e investigativo. A criação parte de arquétipos mitológicos para explorar diferentes expressões do amor e seus desdobramentos afetivos e simbólicos. No centro da narrativa, duas mulheres enfrentam prisões emocionais distintas: uma aprisionada pelo amor romântico, outra pelo amor familiar, em um espaço cênico abstrato que funciona tanto como abrigo quanto como campo de embate. A presença de uma entidade silenciosa, figura que encarna os tormentos e sombras de ambas, reforça a ideia de que, apesar das rotas distintas, suas dores compartilham a mesma raiz.
Na cenografia, Amanda cria dispositivos visuais pautados no método Peixe-Imagem, desenvolvido pelo professor da UFBA Otávio José Correia Neto, para compreender como o fazer técnico molda a estética e o comportamento do espaço. Já Tereza investiga a caracterização como elemento vivo, construído a partir da interação direta com o corpo do ator, relacionando máscaras, visualidade e presença cênica ao conceito de corporificação de Erika Fischer-Lichte. Juntas, as pesquisas articulam cenografia, corpo, dramaturgia e caracterização como motores criativos que influenciam mutuamente a experiência do público.
A atuação de Ramon Frank aprofunda a dimensão corporal do trabalho, explorando os dispositivos cenográficos e de caracterização como extensões do próprio corpo. A direção de movimento e a iluminação, assinadas por Ismael Soares, potencializam a atmosfera sensorial do espetáculo, integrando luz, gesto e espaço de forma orgânica.
Nos dias 5 e 6, após as apresentações, haverá a banca avaliadora referente ao Trabalho de Conclusão de Curso de Tereza Castro e Amanda Fuchs, composta pelos professores e artistas Eduardo Andrade, Tereza Bruzzi, Luiz Dias, Daniel Ducato e Antonio Hildebrando, que analisarão os processos de caracterização e cenografia desenvolvidos pelas artistas.
Foto: Divulgação
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