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“Velha Guarda Da Vanguarda” traz série de shows com os ícones da Vanguarda Paulistana a bh, de 17 a 20/12, no CCBB
“Toda vanguarda que se preze é concebida, conscientemente ou não, para ser entendida à frente de seu tempo. Talvez tenha chegado a hora da Vanguarda Paulistana”, disse Paulo Lepetit. Essa hora chegou e não será em São Paulo. Será em Belo Horizonte com o projeto Velha Guarda da Vanguarda, entre 17 e 20 de dezembro, no CCBB-BH. Arrigo Barnabé, Isca de Polícia, Premê e Patife Band reencontram no palco outros expoentes da Vanguarda Paulista, além de artistas na nova geração, influenciados pelo movimento em sua origem ou inspiração.
A inventividade, humor e sonoridade da Vanguarda Paulistana serão apresentados nas seguintes combinações: no dia 17, Arrigo Barnabé abre a série convidando Vânia Bastos e Kiko Dinucci; dia 18 é a vez da “pós-punk” Patife Band se apresentar com Alzira E e Luz Marina - mãe e filha; Isca de Polícia recebe no palco Ná Ozzetti e Dani Black no dia 19; e para fechar a temporada, no dia 20, a banda Premê - antiga Premeditando o Breque, convida Virgínia Rosa e Leo Cavalcanti.
A série tem curadoria e direção musical de Paulo Lepetit, integrante da banda Isca de Polícia e figura essencial na carreira de Itamar Assumpção, ícone da Vanguarda que faleceu em 2003. O projeto não é só uma homenagem, mas a oportunidade de mostrar em outro estado um momento musical relevante dos anos 80 e que ainda ecoa, continua moderno.
“Foi um dos movimentos mais importantes que já surgiram no Brasil, mas ficou restrito a São Paulo. Nos últimos anos uma nova geração começou a tomar conhecimento e houve uma grande procura desses artistas. Todos eles continuam não só em atividade constante, como estão desenvolvendo novos e consistentes trabalhos, não se atendo ao saudosismo”, explica o diretor.
Cada show terá um repertório selecionado em um processo a muitas mãos, envolvendo direção musical e artistas, para que o resultado represente as diferentes estéticas da Vanguarda Paulistana, bem como traga um retrato da atitude do movimento nas produções contemporâneas. Mas o público pode esperar canções marcantes como Clara Crocodilo, Nego Dito, Rubens, Sabor de Veneno, Teu bem, Baby, Tô tenso, São Paulo São Paulo, entre muitas outras.
“Essa geração dos anos 80 me influenciou e influencia muito. Seja pela música ou pela postura, de como desbravaram o mercado independente e não abriram mão da integridade de sua arte para se adaptar às regras do mercado. O Arrigo pra mim é um ídolo. Ele imprimiu a arte dele na página da história da música brasileira. Pra mim será um prazer poder dividir o palco com ele”, conta Kiko Dinucci.
Velha Guarda da Vanguarda é realizado pela Baluarte Cultura, com patrocínio do Banco do Brasil. “Esse projeto nos orgulhou muito e trazer para BH foi uma alegria, pois o público é participativo e vai dialogar bem com a proposta dos shows. Certamente teremos releituras diferenciadas da Vanguarda Paulistana. E entendemos que colocar a velha guarda junto aos artistas da atualidade vai ser uma celebração muito grande”, afirma Paula Brandão, diretora da Baluarte Cultura.
SOBRE A VANGUARDA PAULISTA
Em fins da década de 70 o Brasil viu surgir um turbilhão de irreverência e criatividade artístico-musical que não teve pares na história da arte nacional. Surgiram na cena paulistana as bandas Sabor de Veneno, liderada por Arrigo Barnabé, Isca de Polícia, que acompanhava Itamar Assumpção e outras iniciativas que reinventaram a canção brasileira de forma inusitadacomo a “fala-canção” do Grupo Rumo e o humor inventivo dos grupos Premeditando o Breque e Língua de Trapo.
Completava essa erupção a roqueira Patife Band, com um rock calcado em sonoridade experimental. Nomes hoje reconhecidos nacionalmente como Ná Ozzeti, Luís e Paulo Tatit, Virgínia Rosa, Cida Moreira, dentre outros. Música atonal, experimentalismo, aventura sonora, humor, dramatização, performance, podem ser alguns dos termos que levam a este universo que era, em essência, uma atitude coletiva.
Não havia, como em outros movimentos musicais, uma estética comum, um gênero específico que desse conta da explosão deste momento. A própria Vanguarda Paulistana não se pretendia um movimento, formou-se em torno deste grupo de artistas que, na contramão da dinâmica das grandes gravadoras, buscaram viabilizar suas expressões de forma autoral e acabaram por criar uma cena especial.
Tendo o Teatro Lira Paulistana como ponto de encontro e espaço de catarse, os artistas da Vanguarda inauguraram o mercado alternativo da produção musical, lançando selos independentes. Atualmente a tecnologia possibilita que mesmo artistas fora do mainstream possam difundir seus trabalhos, mas para os paulistas de fins da década de 70 era um grande desafio. Consolidar essa cena alternativa foi um legado inquestionável da Vanguarda Paulistana.
Programação:
17/12: Arrigo Barnabé convida Vânia Bastos e Kiko Dinucci
18/12: Patife Band convida Alzira E e Luz Marina
19/12: Isca de Polícia convida Ná Ozzetti e Dani Black
20/12: Premê convida Virgínia Rosa e Leo Cavalcanti
Os ingressos estarão à venda a partir do dia 9 de dezembro. Para os clientes Ourocard haverá pré-venda no período de 5 a 8/12, para compras pelo site e também pela bilheteria.
Foto: Divulgação
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