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Cia de Dança Palácio das Artes e coletivo Cia Favelinha apresentam o espetáculo inédito “Química”, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes
Ação faz parte do programa “Sobre Tons”, do Ministério Público de Minas Gerais, feito em parceria com a Fundação Clóvis Salgado; grupos artísticos começaram a desenvolver a coreografia em dois workshops realizados em julho de 2025
Em julho de 2025, a Cia de Dança Palácio das Artes (CDPA) realizou, junto à Cia Favelinha, um workshop para desenvolvimento de um trabalho inédito. Na ocasião, os resultados foram apresentados para estudantes da rede pública de ensino ao longo de dois dias, seguidos também por debates entre os artistas e os espectadores. Agora, o público poderá assistir ao espetáculo completo, intitulado “Química”, no dia 27 de novembro, às 20h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. O bailarino Maxmiler Junio (integrante da CDPA) divide a direção artística com Léo Garcia, diretor da Cia Favelinha. A ação faz parte do programa antirracista “Sobre Tons”, do Ministério Público de Minas Gerais, feito em parceria com a Fundação Clóvis Salgado. Os ingressos para o espetáculo são gratuitos, e estão disponíveis na bilheteria do Palácio das Artes e na plataforma Eventim; será possível retirar até 1 par de ingressos por CPF.
A Cia de Dança Palácio das Artes, um dos três corpos artísticos geridos pela Fundação Clóvis Salgado, é reconhecida nacionalmente, sendo referência para a história da dança em Minas Gerais. O grupo foi institucionalizado em 1971, e atualmente, com 18 bailarinos, desenvolve repertórios de dança contemporânea, atuando também nas óperas da FCS. Já a Cia Favelinha, atuante há quase uma década, é um grupo de dança voltado para estudos relacionados ao funk, composto por 7 intérpretes-criadores. Anteriormente chamada de Favelinha Dance, o coletivo nasceu e reside no Centro Cultural independente Lá da Favelinha, localizado no Aglomerado da Serra, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Criado para proporcionar maior acesso à cultura das comunidades e difundir a dança, o grupo se destaca por animar eventos e embalar festas, pelas oficinas de passinho que são ministradas no Centro Cultural Lá da Favelinha e por se apresentar ao lado de diversos artistas reconhecidos (como Liniker e Karol Conká), nos principais palcos musicais de Belo Horizonte (em festivais como o Breve e o Sarará, e no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes) e também fora do Brasil, em países como Reino Unido e França.
O espetáculo “Química” é realizado pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais, Ministério Público de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais e Fundação Clóvis Salgado. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm a Cemig como mantenedora, Patrocínio Master do Instituto Cultural Vale e Grupo FrediZak, Patrocínio Prime do Instituto Unimed-BH e da ArcelorMittal, Patrocínio da Vivo e correalização da APPA – Cultura & Patrimônio. O Palácio das Artes integra o Circuito Liberdade, que reúne mais de 50 equipamentos e empreendimentos criativos com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. A ação é viabilizada pelo “Sobre Tons”, programa antirracista do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Fundo Especial do Ministério Público de Minas Gerais – FUNEMP, e pela Lei Federal de Incentivo à Cultura. Vale-Cultura. Governo do Brasil, do lado do povo brasileiro.
Artes que se fortalecem – O bailarino e codiretor artístico do espetáculo “Química”, Maxmiler Junio, destaca a importância de reunir dois grupos tão diversos, mas que convergem em diversos pontos do fazer artístico. “Essa união representa um marco histórico e simbólico. Duas companhias com trajetórias e estéticas diferentes, mas que dialogam sobre urgências parecidas: território, corpo, pertencimento, resistência e futuro. Ambas as companhias já pisaram no Grande Teatro antes, mas separadamente. Agora, dividem palco, visão e responsabilidade. Isso por si só já diz muito: é o reconhecimento de que coletividade move estruturas e desloca imaginários. A química entre as duas é o que existe de mais precioso nesse processo — porque ela não se inventa: ela nasce quando mundos se atravessam. Desde o primeiro encontro, tudo se moveu, e nada voltou a ser como antes. As conversas, os improvisos, as trocas de linguagens, os modos diferentes de existir na dança — tudo isso afetou os modos de criar, ensaiar, compor e olhar o outro. O impacto maior talvez seja esse: perceber que, quando a arte encontra outra arte, nenhuma das partes sai igual. Ambas crescem”, ressalta.
O codiretor artístico Léo Garcia concorda que essa união com a Cia de Dança Palácio das Artes é um encontro de mundos, que agora se abraçam, se misturam e se fortalecem. “Ao abrir suas portas, o Palácio [das Artes] redefine o que é acesso e representatividade. Mostra que a política pública só se cumpre de fato quando reconhece e fortalece as potências que a cidade produz para além de seus limites tradicionais. E, quando os públicos dessas duas companhias ocupam esse espaço, juntos, pra mim é um deslumbre de uma cidade finalmente se vendo inteira. A troca entre os dois grupos atravessou os artistas de forma positiva e desafiadora desde o primeiro encontro em julho, mesmo com o tempo breve e urgência para a construção do ‘trampo’. Nesse segundo encontro já existe uma química artística que facilita a melhor leitura do que a cena pede e quais são os desejos desse ‘bonde’. Os grupos trocaram métodos, repertório, modo de criar e inspirações artísticas. Os ensaios se tornaram laboratório, espaço guiado por escuta, risco e colaboração. Essa convivência abriu novas possibilidades de produção e ampliou a visão de cena e estética de ambos. O ‘trampo’ desenrola sobre construção conjunta, valorizando suas potências e respeitando as diferenças nas caminhadas”, explica.
Os dois diretores concordam que a dança pode ser uma ferramenta poderosa no combate ao racismo. “A luta antirracista acontece quando pessoas negras estão em posições de criação, direção, liderança e decisão. A dança também opera como ferramenta quando rompe padrões estéticos coloniais, mistura linguagens, reconhece ancestralidades e legitima diferentes formas de movimento e existência. A dança tem força porque não fala só com a cabeça — ela fala com o corpo inteiro. Ela desloca, emociona, expõe e gera reflexão. E, quando a arte encontra propósito, ela vira movimento — no palco e na sociedade”, afirma Maxmiler Junio. “A dança pode ampliar o olhar e abrir conversas necessárias, mas o debate antirracista precisa começar principalmente nos espaços e com as pessoas que reproduzem e se beneficiam dessas desigualdades. Ao artista negro cabe criar a partir da própria vivência e percurso, sem a expectativa de ocupar um lugar pedagógico permanente. As discussões mais urgentes devem ser encaradas por quem sempre circulou com tranquilidade nessas estruturas. A arte sugere caminhos e amplia a compreensão, mas a responsabilidade pela mudança é coletiva e precisa ser assumida por todos os ambientes da sociedade, nas escolhas e na forma como cada pessoa se posiciona diante da violência estrutural que organiza o Brasil”, reforça Léo Garcia.
FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS. A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado é responsável, ainda, pela gestão do Circuito Liberdade, do qual fazem parte o Palácio das Artes e a CâmeraSete, entre outros diversos equipamentos. Em 2021, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.
MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) é uma instituição responsável pela defesa dos direitos dos cidadãos e dos interesses da sociedade. Sua função é zelar pela correta aplicação da lei, pela ordem jurídica e pela democracia. Cabe a ele lutar contra as desigualdades, garantindo uma vida digna a todos os cidadãos. Com o objetivo de combater o racismo, o MPMG lançou, em 2023, o programa antirracista “Sobre Tons”, por meio da Coordenadoria de Combate ao Racismo e Todas as Outras Formas de Discriminação (Ccrad) e da Assessoria de Comunicação Integrada (Asscom). No ano de seu lançamento, o programa teve como ação principal o letramento racial de seu público interno, com a divulgação periódica de conteúdo informativo. A partir de 2024, expandiu seu trabalho para toda a sociedade, por meio de parcerias, com sessões de cinema comentadas, veiculação de vídeos em estádios de futebol e nas redes sociais, criação de um podcast, promoção de atividades culturais, entre outras ações. Em dezembro de 2024, deu origem, juntamente à Educafro Minas e à Fundação Escola Superior do Ministério Público de Minas Gerais, ao Projeto Tenório, que concede bolsas integrais para pessoas negras em curso preparatório para ingresso na carreira de promotor de Justiça. Neste ano de 2025, em parceria com a Fundação Clóvis Salgado, o programa multiplicou suas ações culturais, fortalecendo o compromisso com a escuta e a valorização das vozes negras.
Sobre Tons na Dança: Cia de Dança Palácio das Artes convida Cia Favelinha – Espetáculo “Química”
Data: 27 de novembro de 2025
Horário: 20h
Local: Grande Teatro Cemig Palácio das Artes
(Avenida Afonso Pena, 1537, Centro – Belo Horizonte)
Classificação indicativa: Livre
Entrada gratuita, com distribuição de ingressos na bilheteria do Palácio das Artes e na plataforma Eventim; será possível retirar até 1 par de ingressos por CPF
Foto: Divulgação
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