Notícias

Belo Horizonte recebe lançamento do documentário “Além dos Sentidos”

Diretor mineiro Shelmer Gvar lança documentário sobre surdez. “Além dos sentidos” mostra personagens que nasceram surdos ou que perderam a audição, apresentando conceitos, tratamentos, depoimentos de profissionais, exemplos de vida e vivências desse universo que ainda sofre muito preconceito

 

Em 2010, o dramaturgo, ator e diretor Shelmer Gvar fundou a produtora Operários da Alma com duas vertentes: realizar projetos de pesquisa na linguagem artística e atuar com projetos voltados para a inclusão social, com temáticas, premissas e conceitos com relevâncias sociais. E é seguindo essa linha de trabalho que ele  lança o documentário “Além dos sentidos”, que traz a tona a surdez. O filme é um enlace entre a informação, a humanização, a ciência e a arte. Com o objetivo de informar e esclarecer a respeito de perdas auditivas, uma das deficiências mais prevalentes na população e ainda tão envolta em mitos e pré-conceitos. A exibição única e gratuita será no dia 30 de novembro, quarta-feira, às 19h30, na sala Humberto Mauro (Palácio das Artes), com bate-papo com o diretor após o filme.

De acordo com o diretor Shelmer Gvar, que também assina o roteiro, o argumento,  a produção executiva e a montagem,  a deficiência auditiva foi escolhida como tema do documentário pela sua relevância. “Estudos apontam que a perda auditiva é a deficiência congênita mais frequente e mais prevalente dentre aquelas rotineiramente triadas em programas preventivos de saúde. Além disso, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (Word Health Organization), 1,5% da população brasileira é portadora de algum tipo de deficiência auditiva, a qual ocupa o terceiro lugar entre as deficiências no país. Dessa forma, vimos no documentário uma alternativa para orientar a população sobre um assunto tão corriqueiro, mas também tão desconhecido e temido pela população”, explica.

A película é um enlace entre a informação, a humanização, a ciência e a arte. Histórias reais, com pessoas que perderam a audição em diferentes momentos da vida e buscaram caminhos distintos. Profissionais renomados da área abordam questões que vão desde a importância do diagnóstico precoce até as diversas possibilidades de tratamento. “Sobre a parte criativa e técnica partimos da premissa, temática e abordagem voltados para a surdez e os tratamentos, porém os acontecimentos em torno do processo de filmagem vindo das vidas dos depoentes afetaram positivamente o processo criativo fazendo com que situações de aflição, preconceito e superação dialogassem com a temática central. A parte científica partiu dos dados estatísticos sobre a deficiência auditiva no Brasil. Buscamos em comunidades surdas e em centros de tratamentos especializados na área, como o Centro Mineiro de Reabilitação Auditiva (CEMEAR), pessoas que vivenciam esta realidade da deficiência auditiva para contarmos suas histórias de vida e mostrarmos as dificuldades e superações. Além disso, profissionais da área - uma médica otorrinolaringologista e três fonoaudiólogos - foram convidados para explicar os caminhos a serem percorridos por pessoas que apresentam a deficiência”, lembra o Gvar. 

O diretor completa que o documentário visa, acima de tudo, revelar a importância de enxergarmos o próximo e respeitarmos as diferenças, que se completam além dos sentidos. “Ao abordarmos esse tema, queremos mostrar à população como é o dia-a-dia do surdo, uma pessoa com perda auditiva e também as possibilidades de tratamento e a importância de se procurar um profissional o quanto antes, além de alertar quanto à importância da triagem auditiva neonatal universal para a detecção de perdas auditivas em neonatos sem fatores de risco para a deficiência”.

Além disso,  de acordo com Shelmer Gvar, o filme pretende desvendar os vários tipos de preconceito existentes sobre o assunto, não só por parte de indivíduos ouvintes, mas também nos próprios deficientes auditivos. “Queremos que a comunidade surda se sinta respeitada e representada. E que o expectador ouvinte perceba a superação em torno do assunto. Seja daquela pessoa que perdeu a audição e terá que buscar uma nova forma de viver, com aparelhos ou cirurgias de implante, como aqueles que optaram ou tiveram que viver com a surdez total e aprenderam a viver, apesar de uma sociedade pouco preparada para conviver com os surdos. O filme é, também, um alerta sobre a importância dessa inclusão”.

Foto: Bruno Rezende

Selecionamos os melhores fornecedores de BH e região metropolitana para você realizar o seu evento.