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Filarmônica de Minas Gerais se apresenta sob regência do maestro John Neschling

O regente convidado John Neschling, responsável por transformar a vida sinfônica brasileira com a restruturação da Osesp, conduz a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais no dia 21 de novembro, às 20h30, no Grande Teatro do Palácio das Artes, na Sinfonia Manfredo, op. 58 de Tchaikovsky, baseada no drama Manfred, de Lord Byron. Complementando o repertório, o violinista germano-brasileiro Nicolas Koeckert interpreta o Concerto de Sibelius para o instrumento.

 

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O maestro John Neschling

 

Recentemente nomeado Diretor Artístico do Theatro Municipal de São Paulo, John Neschling volta ao Brasil após alguns anos em que se dedicou à sua carreira na Europa. No Brasil, de 1997 a 2009, esteve à frente da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), período em que a reestruturou e a transformou em um ícone da música sinfônica na América Latina. Nos anos 1990, dirigiu os Teatros Municipais do Rio de Janeiro e de São Paulo.

 

Neschling nasceu no Rio de Janeiro em 1947 e sua formação foi brasileira e europeia. No Brasil, seus principais mestres foram Heitor Alimonda, Esther Scliar e Georg Wassermann. Seus estudos em música começaram pelo piano e deram a ele a reputação de menino prodígio. Mas Neschling encontrou sua vocação em regência e deixou o Brasil para estudar com Swarowsky na Academia de Música de Viena. Mais tarde, estudou com Leonard Bernstein em Tanglewood. Ainda enquanto estudante de música, venceu vários concursos internacionais de regência, incluindo o Concurso Guido Cantelli no La Scala (1976), Orquestra Sinfônica de Londres (1972) e Florença (1969).

 

Como regente sinfônico tem uma longa experiência frente a grandes orquestras dos continentes americano, europeu e asiático. Durante a sua longa carreira de regente lírico, Neschling dirigiu musical e artisticamente importantes teatros europeus e apresentou-se em muitas das maiores casas de ópera da Europa e dos Estados Unidos. Ao longo dos anos, Neschling voltou sua atenção cada vez mais ao trabalho de compositor. Escreveu trilhas sonoras para importantes filmes brasileiros, como O Beijo da Mulher Aranha, Pixote, Lúcio Flávio, Gaijin, Os Condenados e Desmundo. John Neschling é membro da Academia Brasileira de Música.

 

O violinista Nicolas Koeckert

 

Germano-brasileiro nascido em Munique, Alemanha, em uma tradicional família de violinistas, Nicolas Koeckert ganhou seu primeiro violino aos cinco anos e, aos 12, recebeu lições da violinista russa Olga Voitova. Aos 16, começou estudos acadêmicos na Escola Superior de Música em Wuerzburg, com Grigori Zhislin. Em 1998, ingressou na Escola Superior de Música de Colônia, onde foi aluno de Zakhar Bron. Recebeu seu Diploma Artístico em 2005 e se formou em 2007. Em 2001, ganhou o primeiro prêmio na Competição Internacional de Violinistas em Novosibirsk, na Rússia, bem como o Prêmio Cultural da cidade e o Prêmio especial pela melhor realização da peça obrigatória.

 

Em 2002, foi o primeiro violinista alemão a receber um dos prêmios principais da Competição Internacional Tchaikovsky, em Moscou. No mesmo ano, foi nominado Artista do Governo da Bavária. Em 2003, tornou-se um dos vencedores na Competição Internacional de Montreal e ganhou o segundo prêmio na Competição Internacional Liana Issakadze, em St. Petersburg. Nicolas Koeckert apresentou-se na Ásia, na Europa e em países como México, Brasil e Canadá. Trabalhou com importantes maestros e foi solista de orquestras como Symphonique de Montréal, Russian National Symphony, Bavarian Radio Symphony, Bamberg Symphony, KBS Symphony, Zagreb Philharmonic, entre outras. Koeckert ministra aulas e masterclasses regularmente na Alemanha e no exterior. Desde setembro de 2011, é professor de violino no Conservatório de Música de Viena.

 

Repertório

 

A Filarmônica de Minas Gerais dá início ao concerto com a obra Concerto para violino em ré menor, op. 47,  de Jean Sibelius (Finlândia, 1865-1957), com a presença do violinista Nicolas Koeckert.  Sibelius teve sólida formação musical no Instituto de Música de Helsinque. Ao viver um conturbado período histórico, marcado pela resistência à ocupação russa e pela independência de 1917, o compositor, rapidamente, foi reconhecido como o mais importante e influente músico do nacionalismo finlandês. Sua obra adquiriu o status de símbolo patriótico e o Estado lhe ofereceu pequena pensão vitalícia para que pudesse dedicar mais tempo à composição.

 

O Concerto para violino  foi composto em 1903. A parte solista da versão original apresentava dificuldades técnicas que o próprio compositor, como violinista, reconheceu acima de suas possibilidades. Para a versão de 1905, Sibelius fez as necessárias revisões, e o concerto, desde sua estreia em Berlim (com o violinista Karl Halir sob a regência de Richard Strauss), incorporou-se definitivamente ao repertório violinístico. Exige do solista técnica impecável e um virtuosismo que só se torna convincente quando aliado a uma sobriedade expressiva devidamente calculada. Escrito nos três movimentos clássicos, o Concerto para violino apresenta forma muito livre, que preserva seu caráter rapsódico.

 

O programa se completa com a Sinfonia Manfredo, op. 58, de Piotr Ilitch Tchaikovsky (Rússia, 1840 - 1893). Baseada no poema dramático Manfredo, de Lord Byron, ahistória refaz a trajetória de um nobre intimamente torturado por uma culpa misteriosa. Trata-se da única obra sinfônica programática de Tchaikovsky, escrita em mais de um movimento. No primeiro, extremamente dramático, Manfredo vagueia pelos Alpes, atormentado pela memória de seu passado de crimes. O tema inicial, associado ao protagonista, será ouvido por toda a sinfonia.

 

A delicadeza do segundo movimento, com sua belíssima seção central, remete à fada dos Alpes, que aparece para Manfredo sob um arco-íris, enquanto o solo de oboé e a orquestração leve garantem a atmosfera pastoral do terceiro movimento. Já o Finale, com sua agitação frenética, retrata a vida infernal no palácio subterrâneo de Arimane. No final da sinfonia, Manfredo morre. Dedicada a Balakirev, a composição iniciou-se em maio de 1885 e ficou pronta em quatro meses. Custou a Tchaikovsky mais tempo e dedicação do que qualquer outra obra lhe custara até então. A estreia, em 11 de março de 1886, em Moscou, sob a regência de Max Erdmannsdörfer, foi um sucesso estrondoso.

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