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Professor titular do departamento de filosofia da Unicamp e reconhecido internacionalmente como grande estudioso da obra do filósofo alemão Friedrich Nietzsch. Esse é o breve currículo de Oswaldo Giacoia, próximo convidado da palestra gratuita, a ser promovida pelo Competências Criativas, no dia 20 de novembro, às 19h30, no auditório do Centro Universitário Una, anexo à Casa Una (Rua Aimorés, 1.451 – Lourdes). Integrando o evento, o workshop destinado aos 40 agentes e lideranças culturais de Minas ocorre nos dias 21 e 22 de novembro no MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal. Esta será a última edição do projeto em 2014, as atividades serão retomadas em fevereiro do próximo ano com a participação da doutora em ciências antropológicas e consultora em política cultural, Lucina Jiménez.

 

Formado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em filosofia pela PUC-SP e doutor em Filosofia pela Freie Universität de Berlim, Giacoia é autor de diversos livros, entre eles os recentes “O Humano como Memória e Promessa” (Petrópolis: Vozes, 2013) e “Heidegger Urgente” (São Paulo: Três Estrelas, 2013). Sua pesquisa concentra-se na área de filosofia moderna e contemporânea, com ênfase em História da Filosofia, Ética e Filosofia do Direito, ocupando-se de temas como: teoria da cultura, ética pura e aplicada, filosofia social, política e da história, filosofia clássica francesa e alemã, especialmente com as obras de Augusto Comte, Arthur Schopenhauer e Friedrich Nietzsche. 

 

Para sua palestra no Competências Criativas, Oswaldo Giacoia pretende abordar o tema “O Mal: Liberdade e História” sob alguns aspectos colocados pela filósofa política alemã, Hannah Arendt, em sua obra “Algumas questões de filosofia moral”. Segundo Giacoia, o pensamento de Arendt constitui hoje, para a atual filosofia política e do direito, uma das referências obrigatórias, na medida em que, sob vários e importantes aspectos, nos auxilia a pensar os dilemas e os desafios ético-políticos mais relevantes de nosso tempo. “Vale lembrar que à obra de Hannah Arendt estão ligadas algumas das mais importantes contribuições para a teoria dos direitos humanos, de modo que talvez não seja demasiada ousadia afirmar que as reflexões dela nos dão ensejo de repensar as categorias com auxílio das quais temos pensado as relações entre história, política e direito”.

 

Ampliando o debate

 

Tendo ainda como premissa a temática da palestra, mas visando uma abordagem teórica mais aprofundada e até mesmo prática, no workshop destinado aos 40 agentes e lideranças culturais de Minas, Oswaldo Giacoia conduzirá o assunto “Ética, Direito e Política: História e Razão Prática”. Os dois dias de atividades (21 e 22 de novembro) serão promovidos no MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal (Praça da Liberdade, s/nº, Prédio Rosa).

 

De acordo com o palestrante, partindo da interpretação do jusfilósofo Celso Lafer e do filósofo político, Norberto Bobbio, para quem o legado filosófico de Hannah Arendt representa uma contribuição essencial para a reconstrução dos direitos humanos na era de sua mais profunda crise, o curso oferecerá subsídios teóricos para uma reflexão sobre o mal radical e sua imbricação com a natureza humana. “Para tanto, pretendo recorrer à tradição da ética filosófica a fim de demonstrar a relevância e atualidade do pensamento moral e político”.

 

Entendido como potenciais multiplicadores de conhecimento e experiências profissionais, o grupo de lideranças culturais participante do projeto é estimulado a estabelecer trocas de informações e práticas entre si e com os profissionais convidados, a fim de formar redes transversais e temáticas para a problematização da cadeia cultural de Belo Horizonte e de Minas Gerais, tendo como princípio levantar novas proposições, alternativas e intercâmbios.

 

Desde a estreia do Competências Criativas, ocorrida em agosto deste ano, os 40 agentes culturais de Minas, já tiveram a oportunidade de estar em contato com grandes profissionais na área, como o gestor cultural espanhol, Fernando Vicário; o professor da ECA/USP, Vinicius Romanini e a professora e pesquisadora em políticas públicas culturais, Cláudia Leitão.

 

Para o empreendedor criativo, Celmar Junior, participar do projeto tem sido um grande barato pelo fato de estar repensando todos os seus processos. “Vejo que isso não tem acontecido só comigo, mas com o grupo como um todo. Essa inquietação profunda da gente que acha que está fazendo e acontecendo na cultura, mas na verdade ainda temos muito que caminhar e se conectar”.

 

Na visão da diretora do Teatro Universitário, Maria Clara Lemos dos Santos, a dinâmica proposta pelos professores até o momento tem sido reflexões de temas atuais. ”São pessoas que nos atualizam e nos provocam”.

 

Competências Criativas – realizado pela Casa Una, o projeto é um ciclo de atividades reflexivas que acontece na capital mineira uma vez por mês se estendendo até junho de 2015, quando será realizado um grande seminário gratuito de encerramento. Ele é promovido em um formato diferenciado, ou seja, uma palestra gratuita aberta ao público e um ciclo de workshops voltado para 40 lideranças culturais do Estado previamente selecionadas. O principal objetivo do encontro é contribuir para o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva da cultura no município de Belo Horizonte e no estado de Minas Gerais.

 

Para a idealizadora e coordenadora geral do programa, Alessandra Drummond, “o projeto vai de encontro a um dos cinco grandes desafios apontados pelo Plano Nacional da Economia Criativa para alçar a economia criativa ao status de política de desenvolvimento no país, que é o da educação para o desenvolvimento de competências criativas. O Plano reconhece, assim, a existência de um déficit de atividades de formação qualificada para a área, resultando em profissionais pouco preparados para a gestão de empreendimentos criativos”.

 

O projeto Competências Criativas é uma realização do Instituto Una de Responsabilidade Cultural e Social e da Casa Una, com apoio do Centro Universitário UNA. Tem patrocínio da Gerdau e apoio do MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Estado de Minas Gerais.