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"Festival Imagem Comunitária e Transformação Cultural" traz ao público produções e debates sobre comunicação comunitária
Qual a importância de se discutir, revisitar e dar visibilidades às produções em mídias comunitárias nos dias de hoje? Como resposta a essa pergunta será realizado, entre os dias 20 e 24 de novembro, o Festival Imagem Comunitária e Transformação Cultural. O evento irá reunir debates, mostra de vídeos e uma exposição em cinco dias de atividades no espaço CentoeQuatro, localizado no centro de Belo Horizonte. O Festival, promovido pela Associação Imagem Comunitária (AIC), marca também os 20 anos da ONG.
O acesso público às mídias e a democratização da comunicação, temas que pautaram as ações da AIC nas últimas duas décadas, são o eixo em torno do qual gira a programação do Festival. O objetivo foi construir um evento plural, que dialogasse com a diversidade das experiências em mídias comunitárias no Brasil.
Para Rafaela Lima, uma das fundadoras da AIC e que hoje trabalha na gestão da entidade, essas são questões que ainda precisam ser amplamente discutidas: “quando a AIC começou, percebíamos a mídia como um espaço ao qual todos deveriam ter o direito de acessar, e nossas ações buscavam promover um acesso qualificado, reflexivo e emancipador de grupos e coletivos populares a ela”.
De acordo com Rafaela, entretanto, o barateamento das tecnologias de comunicação e a infinidade de espaços de visibilidade nos dias de hoje não garantem um acesso pleno às mídias. “Nos processos de produção em rádio, TV, jornal e web, ao levantar questões como ‘o que queremos dizer?’, ‘pra quê?’ e ‘pra quem?’, os grupos populares que buscam se apropriar dos espaços midiáticos chegam em várias outras questões, relacionadas à sua identidade, a seus propósitos, à sua percepção e posicionamento em relação aos públicos com os quais querem dialogar. Por isso, o essencial continua sendo a dimensão relacional, a educação midiática, a ocupação qualificada dos espaços da mídia”, argumenta.
Seminário
Em consonância com as ações da AIC nas últimas duas décadas, orientadas por uma série de debates que colocaram em pauta aspectos metodológicos, políticos e culturais da produção em comunicação comunitária no Brasil, será realizado um seminário de 20 a 22 de agosto. Os debates reunirão pesquisadores, profissionais da área da cultura, professores e representantes de ONGs e coletivos culturais que trabalham pela democratização da comunicação.
O seminário será dividido nos eixos Conversas sobre espaços de aparência, onde serão discutidas as mídias comunitárias como meios para promover a pluralidade de representações na cultura; Democracia e Diversidade Cultural, que trará a discussão sobre ações que propõem novos lugares para se olhar o mundo e a cultura digital como instrumento para a promoção da diversidade cultural; e Lugares da Comunicação, que discutirá sobre as possibilidades da comunicação comunitária e os desafios da democratização das mídias hoje.
Mostra de Vídeos
Intitulada Audiovisual comunitário no Brasil e na América Latina: do vídeo popular às experiências contemporâneas, a Mostra de Vídeos irá trazer ao público de Belo Horizonte uma seleção de materiais que cobrem 30 anos de produção audiovisual comunitária. Como fio condutor, estão os trabalhos de grupos, entidades e coletivos, nacionais e internacionais, que utilizam o audiovisual como ferramenta de transformação social e promoção de visibilidade a uma infinidade de causas, lutas e mobilizações sociais. Das primeiras iniciativas dos movimentos populares nos anos 1980 aos projetos contemporâneos de midiativismo, passando pelas TVs de rua, canais comunitários da década de 1990, e pelos processos formativos em audiovisual junto às juventudes, a Mostra contemplará uma diversidade de produções ainda bastante desconhecida pelo grande público.
Exposição
Ao longo do ano, 50 parceiros da AIC - desde egressos de projetos até fornecedores, passando por funcionários e patrocinadores – registraram, em um “Diário de Bordo”, seus percursos por Belo Horizonte e outras cidades de Minas Gerais, seus afetos e desejos. A partir da apropriação desses registros, que retornaram como escrituras nas mais diversas linguagens (narrativas, desenhos, colagens, vídeos), a equipe da AIC compôs uma exposição colaborativa. Trechos dos diários foram bordados e impressos em roupas e outras peças de pano que, penduradas em varais, formarão corredores por onde se pode transitar. Os vídeos e paisagens sonoras produzidas pelos parceiros serão projetados nas paredes. Outros textos e algumas das imagens são explorados em um zine formado por três folhas que, abertas, funcionam como cartazes e, fechados, são o catálogo da exposição, que pode ser levado pelos visitantes e destrinchado em outros espaços.
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