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Bienal do Livro de Minas bate recorde de visitação em primeiro final de semana

Escritores convidados, programação cultural diversificada e livros em promoção foram principais atrativos para o público

O primeiro final de semana da Bienal do Livro de Minas foi um sucesso. A visitação do público nos três primeiros dias superou as expectativas dos organizadores e mostrou um crescimento de 10% em relação ao mesmo período nas duas edições anteriores. De sexta (14) a domingo (16) passaram pelo Expominas mais de 65 mil pessoas. A quarta edição da Bienal do Livro de Minas acontece até o próximo domingo (23), com expectativa geral de público de 250 mil pessoas. Segundo a diretora de Negócios da Fagga, Tatiana Zaccaro, a programação da Bienal foi pensada para oferecer mais atrações culturais e mais horas de atividades voltadas para toda a família. “Acreditamos que esse volume de público é conseqüência desse incremento e estamos muito satisfeitos com os resultados obtidos até agora. Temos visto as sessões e atrações cheias, e as pessoas participando das atividades e curtindo a programação”, disse.

 

Todos os debates programados para os espaços culturais tiveram sua capacidade esgotada. No final de semana, aconteceram mais de 50 sessões, com a participação de mais de 40 convidados, entre escritores, atores e outras personalidades ligadas ao universo literário. Nos estandes,os expositores estão satisfeitos com as vendas e reforçam a fala da diretora da Fagga. “Estamos muito satisfeitos com o movimento. Achamos que o público está bastante diversificado e já vem para o evento decidido em relação ao que comprar”, disse Marli Reis, coordenadora da Clássica Editora. Para Guilherme Machado, da Editora Boa Viagem, os descontos e a programação cultural são os grandes atrativos. “Todos os expositores têm trabalhado com bons descontos, o que tem motivado o público a comprar”, diz.

 

Com um dos estandes mais movimentados, a editora Autêntica, selo de duas das escritoras mais lidas atualmente pelo público jovem, Bruna Vieira e Paula Pimenta, reconhece a força dos jovens na decisão de compra. De acordo com o supervisor de vendas do estande, Thiago Junqueira, são eles os responsáveis pelo maior volume de vendas. “A presença das nossas autoras sempre traz um incremento de público e vendas bastante interessante para nós”, avalia.

 

Literatura jovem movimenta primeiro domingo

Com grande presença do público infantojuvenil, a Bienal se destaca pela valorização da formação de uma nova geração de leitores. Margaret Stohl e Thalita Rebouças arrebataram os corações dos leitores. Recebida com aplausos e gritos de fãs, Thalita Rebouças, sempre brincalhona e extrovertida, arrancou gargalhadas do público durante toda a conversa e contou como surgiu seu interesse pela literatura. “Eu era uma criança muito exagerada, gostava de contar e inventar histórias e foi daí que surgiu a vontade de escrever”, disse.  Ana Carolina Ponciano, 17 anos, fã de Thalita, foi a primeira a chegar para ver a autora. “Acompanho todo o trabalho da Thalita, já li todos os livros que ela escreveu. Também sou sua seguidora no Twitter e no Instagram e gosto de imprimir suas frases e fotos nas capas dos meus cadernos. Comprei aqui na Bienal o livro “360 dias de sucesso” e quero que ela o autografe. Mas o meu maior desejo é abraçá-la, vê-la de perto. Ela foi a responsável por me fazer gostar de ler.", declarou.

 

Já durante a sessão da americana Margaret Stohl, a escritora contou sobre o início da carreira. “Um dia minha filha me desafiou me dizendo que eu nunca conseguiria terminar de escrever um livro, então eu decidi mostrar a ela que eu era capaz e foi daí que surgiu o Beautiful Creatures (que foi traduzido para o português como Dezesseis Luas)”. Karolline Nayara Alves, de 16 anos, também chegou cedo para ser a primeira pessoa a receber Margareth Stohl, juntamente com a amiga Fabiana Souza. “Sou fã de carteirinha dela! O primeiro livro que li foi Dezesseis Luas. Devorei, é muito gostoso de ler. Conheci este livro depois de assistir o filme homônimo, mas o livro é infinitamente melhor. Gosto muito dos temas fantasiosos e futuristas que ela trabalha nas suas obras. Fico me perguntando de onde ela tira tanta inspiração”, diz, empolgada.

 

Café Literário – As filas se formaram também para as sessões do Café Literário, que contou com nomes de peso neste domingo. Sérgio Rodrigues e Flávio Carneiro debateram sobre Futebol e Literatura. Ex-jogador, torcedor e técnico, Carneiro quis passar para o papel o drama, a tragédia, a comédia e o suspense existentes em qualquer partida de futebol. “Pratiquei o esporte dos 11 aos 18 anos de idade, o livro Passe de Letra, lançado pela Editora Rocco, é a realização de um antigo sonho: unir suas duas paixões, futebol e literatura, num mesmo espaço, a partir de uma abordagem pessoal e memorialística de ambos os temas”, disse o escritor. O Drible, de Sérgio Rodrigues, conta a história de um cronista esportivo de oitenta anos desenganado pelos médicos que tenta se reaproximar do filho Neto, um revisor de livros de autoajuda, com quem brigou há muitos anos. “O futebol dos dias de hoje é feito de velocidade e marcação, com drástica redução de tempos e espaços, transformando o drible em algo cada vez mais raro”, disse Sérgio.

 

Lira Neto, que acaba de ganhar o Jabuti, um dos mais prestigiosos prêmios brasileiros, pelo segundo volume da trilogia sobre Getúlio Vargas, e Paulo Cesar de Araújo, autor da polêmica biografia Roberto Carlos em Detalhes, tirada de circulação após ação judicial movida pelo cantor, e de Eu não sou cachorro não, sobre a produção da música brega no Brasil, protagonizaram uma discussão sobre Biografia. Segundo o escritor e jornalista cearense Lira enquanto escrevia o livro se perguntava se estava vivendo em 2014 ou em 1964. “As simetrias parecem apontar que estamos vivendo em círculos. As graves denúncias de corrupção e o moralismo seletivo que havia na época antigetulista dialogam com o que acontece hoje na política e na mídia brasileira. O eco e o resquício da verborragia e da virulência de Carlos Lacerda, que era genial em seu maquiavelismo, reberveram até hoje. Os Lacerdas ou sub-Lacerdas de hoje são virulentos, mas não insuflam os quartéis, o que vemos são gatos pingados na avenida paulista que pedem uma intervenção militar. Vejo com muito espanto pessoas com enorme ignorância histórica pedindo esse tipo de coisa”.

 

Bienal em Quadrinhos - Outro sucesso de público foi a programação da Bienal em Quadrinhos. Lá, quadrinistas de peso toparam o desafio e criaram tirinha ao vivo com a participação do público. No mesmo local, uma oficina com Ryot e Garrocho provou que qualquer um pode fazer quadrinhos. Alexandre Beck, autor de Armandinho, repetiu o sucesso do dia anterior e voltou para mais uma sessão de autógrafos.

 

Programação continua a toda durante a semana - Com 160 expositores entre os maiores livreiros e editores do país, abriga grandes encontros. O Conexão Jovemcontará com as presenças de autores Felipe Neto, Paula Pimenta, Carina Rissi, Carolina Munhóz, Raphael Draccon, Bruna Vieira que povoam o imaginário dos adolescentes. NaBienal em Quadrinhos, Luciano Salles, Davi Calil, Alexandre Beck e vários artistas contam como acontece o processo de criação, além de autografar suas obras. O Minas de Histórias garantirá a diversão dos pequenos leitores, com curadoria especial de Sandra Bittencourt. O Café Literário traz Chico Mattoso, Daniel Pellizzari, Angélica Freitas, Alice Sant’Anna, Márcia Tiburi, Laura Erber, Raphael Montes, Marçal Aquino, Cristóvão Tezza, Luís Henrique Pellanda, Edney Silvestre eMíriam Leitão.

 

A Bienal do Livro Minas é organizada pela Fagga | GL events Exhibitionse realizada pela Câmara Mineira do Livro, com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte - Fundação Municipal de Cultura.A programação completa da Bienal do Livro de Minas está disponível no www.bienaldolivrominas.com.br.

 

Fagga -  GL events Exhibitions 

Referência em promoção e organização de feiras e eventos no Brasil, a Fagga l GL events Exhibitions está no mercado há meio século e é responsável pela realização de mais de 20 feiras por ano no país. Desde 2006, faz parte de um dos maiores grupos do setor de eventos no mundo, a francesa GL events. A multinacional é a única da América Latina a trabalhar em toda cadeia da produção de eventos: da concepção, administração de espaços, design, construção, fornecimento de estrutura, serviços de catering até hospedagem, organização de exibições e produção de brand events.

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