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“Afetividades Eletivas” chega à Galeria de Arte do Centro Cultural Minas Tênis Clube
De 2 de dezembro de 2014 a 1º de março de 2015, a Galeria de Arte do Centro Cultural Minas Tênis Clube recebe a exposição “Afetividades Eletivas”, que apresenta um significativo conjunto de obras provenientes da coleção de Luiz Sérgio Arantes, mineiro de Uberlândia, radicado em São Paulo, engenheiro e colecionador de obras de arte há décadas. A mostra conta com 150 trabalhos – pintura, escultura, gravura, desenho, fotografia, vídeo e registros de performance –, de cerca de 100 artistas nacionais e estrangeiros. Realizadas nos últimos 40 anos, essas obras permitem tanto a discussão sobre o colecionismo quanto sobre os questionamentos suscitados pela arte contemporânea. “Sempre me interessei por novas tendências e por uma arte que problematizasse sua própria constituição enquanto arte”, ressalta Luiz, que começou sua coleção enquanto ainda era estudante de Engenharia da UFMG.
Com curadoria de Margarida Sant'Anna e do próprio Luiz Sérgio Arantes, o fio condutor da exposição, que será aberta ao público no dia 3 de dezembro, é a relação afetiva do colecionador com suas obras e com as obras dos vários artistas presentes, algumas representadas com trabalhos experimentais, obras ofertadas como gesto de amizade, outras cuidadosamente garimpadas em galerias e leilões, e que, pouco a pouco, eletivamente, foram encontrando seu lugar no conjunto, como que regidas por uma lógica intuitiva.
As obras estão agrupadas em núcleos, tendo em vista o valor intrínseco de cada uma delas e as ideias que determinadas relações permitem discutir: o emprego da letra, da palavra ou da caligrafia como elemento visível constitutivo; o corpo como suporte em diferentes operações artísticas; o espaço questionado pela arte, seja como representação, seja como campo, lugar da experiência; e a arte como questão da arte, na relação com a sua história, com o mercado e com o próprio colecionismo.
Nesses possíveis diálogos, ficam evidenciadas as questões que atravessam o imaginário contemporâneo, a partir do contexto cultural em que as obras foram produzidas. Os núcleos, entretanto, remetem-se uns aos outros, estimulando leituras transversais.
Para a arte contemporânea, o espaço da galeria deixa de ser apenas um lugar de apresentação para se tornar parte integrante da obra. E, nesse espaço, o espectador passa a ser participante e construtor da obra com o seu olhar.
Tendo uma única coleção como campo para possíveis recortes, é inevitável que se busque estabelecer o perfil desse conjunto, a procedência das obras, de que maneira cada peça foi sendo incorporada ao conjunto. São essas circunstâncias que ajudam a dar sentido ao todo e a delinear nexos entre os seus diversos segmentos. Elas revelam a personalidade do colecionador, mas, ao mesmo tempo, falam, de maneira muito particular, do movimento cultural do período em que as peças foram sendo incorporadas e em que medida o ambiente cultural pauta os caminhos da subjetividade na constituição de uma coleção.
Uma circunstância, em especial, favoreceu a formação dessa coleção, num momento anterior à proliferação das galerias, dos leilões e das feiras de arte: a associação aos Clubes de Colecionadores de Gravura e de Fotografia do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Com curadorias atentas, esses Clubes têm esgarçado as fronteiras da arte, empurrando cada vez mais longe seus limites, problematizando, enfim, sua própria constituição enquanto arte. E essa tem sido uma questão fundamental para a arte contemporânea.
Outro fator, não menos importante, é o interesse pelos artistas mineiros desde o tempo em que o colecionador frequentava a Faculdade de Engenharia, na Universidade Federal de Minas Gerais. Três gerações de artistas estão contempladas na coleção, tendo como figura central Amilcar de Castro, representado com cinco obras na exposição. Amigos e contemporâneos do artista, seus alunos e uma geração mais jovens, constituída de artistas com menos de 30 anos, também figuram no conjunto exposto.
Os núcleos
Da letra à imagem
As obras desse segmento têm em comum o uso da letra ou da palavra escrita como elemento visível constitutivo. São obras que empregam a letra, a palavra ou a caligrafia como suporte em diferentes operações artísticas.
O corpo como suporte
Os artistas reunidos nesse segmento privilegiam o corpo, deixam suas marcas autobiográficas, expõem processos pessoais na produção artística, apresentam referências objetivas sobre o sentido do trabalho artístico, o gesto, a performance.
A obra e seu espaço
A representação do espaço sob a forma de paisagem é relativamente recente. Somente a partir do século 19 a pintura de paisagem se afirmou como gênero. Desde então, o espaço tem sido questionado pela arte, seja como representação, seja como campo, lugar da experiência que a arte possibilita.
A arte como questão da arte
Esse núcleo apresenta a variedade de processos artísticos que se referem à própria arte, seja na relação com a história da arte, com o mercado e com o próprio colecionismo, seja ainda na sua relação com o museu, confrontando seus conceitos e suas funções, sua natureza, enfim.
O catálogo
O catálogo trará uma entrevista com o colecionador Luiz Sérgio Arantes, um texto crítico da curadoria, além da relação e reprodução de todas as obras apresentadas na exposição Afetividades Eletivas.
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