Notícias
Bienal do Livro de Minas recebe grande público no primeiro sábado
Adriana Calcanhotto, Gregório Duvivier, Isabela Freitas e Paula Pimenta foram alguns dos destaques do segundo dia; no domingo, Margareth Stohl e Thalita Rebouças
O público tomou conta do Expominas neste sábado, 15 de novembro. Milhares de pessoas estiveram presentes na Bienal do Livro de Minas, interessadas em participar de bate-papos com os convidados, conferir a programação cultural, adquirir livros e, é claro, conseguir autógrafos de seus autores favoritos, além de conhecer os últimos lançamentos do mercado. O Minas de Histórias, voltado para o público infantil, foi um dos sucessos, com as presenças de alguns dos personagens preferidos das crianças, a Peppa Pig, o Trio Frozen e a Branca de Neve, além de diversos grupos teatrais e contadores de histórias.
A movimentação teve início logo nas primeiras horas da manhã. Os fãs chegaram bem cedo para garantir lugar em uma das plateias mais disputadas do dia. Foi o caso das primas Júlia Azevedo, de 15 anos, e Cássia Milward e Vitória Milward, de 13, que viajaram do Vale do Aço para Belo Horizonte só para ver a escritora Paula Pimenta, convidada do Conexão Jovem. “Viemos de trem, saindo de Ipatinga, o que foi muito bom. Mas ficamos um tempinho paradas no meio do caminho, por causa de uma queda de energia e, quando descemos na estação, em BH, como estava chovendo muito, não tinha táxi. Acabamos chegando em casa às 23h30 e, mesmo assim, acordamos cedo para estar aqui”, contaram elas, que chegaram no pavilhão antes das 8h e foram as primeiras a entrar no evento neste sábado.
Outra presença muito aguardada foi autora e blogueira Isabela Freitas, que também se apresentou no Conexão Jovem, levando centenas de jovens ao delírio. Ela contou que, como tive teve acesso à internet mais tarde, levou mais tempo para começar a usar ferramentas como blogs, motivo pelo qual sempre preferiu o twitter, no qual onde já colecionava milhares de seguidores. “Por isso, quando criei minha página, registrei um milhão de acessos logo no primeiro mês”, revelou.
As filas se formaram também para as sessões do Café Literário, que contou com dois nomes de peso: o poeta e ator Gregório Duvivier e a escritora e cantora Adriana Calcanhoto. Eles se reuniram para falar sobre o tema “A poesia que me fez”. Adriana lembrou que quando criança só pensava em crescer e ser adulta, por isso se encantou primeiro pelos modernistas. A convidada também fez uma associação entre poesia e a música. “Meu primeiro contato com a poesia foi com a MPB, mas quem primeiro fez a minha cabeça foi Oswald de Andrade”, revelou. Duvivier contou que sua trajetória foi fortemente marcada por Manuel Bandeira. “Antes de outros autores se dedicarem às crianças, ele já escrevia para este público”, lembrou.
Outro tema debatido no Café Literário foi “Literatura e Política no Brasil em 2014”, que recebeu como convidados os escritores Luiz Ruffato e André Sant’Anna. O primeiro ressaltou que o tema permeia todas as suas obras, inclusive em seu último livro, “Flores Artificiais”. Já Sant’Anna, que também atua como redator de horário eleitoral gratuito, disse que cresceu acompanhando política. “Minha maior influência, no começo, foi o cineasta Glauber Rocha, que era muito engajado tanto na suas obras quanto na vida”, lembrou.
Por fim, ainda no Café Literário, Carlos de Brito e Mello, Mário Alex Rosa e Ana Martins Marques, falaram sobre a Nova Literatura Mineira. “Não tenho essa preocupação, mas me reconheço nessa imagem que foi construída pela literatura mineira, porque cresci lendo. Isso acaba fazendo parte do que a gente é”, frisou Ana. Mário Alex Rosa disse não crer em regionalismos. “Não acredito em literatura carioca, mineira ou paulista, acredito na apropriação do espaço pelo autor”, falou. Mello também não se envaidece com o título de pertencente dessa nova safra de escritores de Minas Gerais. “Sou muito lembrado que sou mineiro quando estou fora daqui. É curioso como essas referências são destruídas tanto com a leitura do livro quanto na medida em que nos reconhecemos no dia-a-dia”, reconheceu.
Outro sucesso de público foi a programação da Bienal em Quadrinhos. Lá, Eduardo Damasceno, Luís Felipe Garrocho e Lucas Libânio criaram tirinhas ao vivo para os olhos atentos da plateia. No mesmo local, um bate-papo sobre tirinhas na web recebeu Alexandre Beck, autor de Armandinho, Garrocho, do Bufas Danadas, e Ryot, do Ryotiras. “Comecei a criar para me comunicar com meus amigos que ficaram em outro estado quando me mudei”, explicou Beck, sobre o surgimento do personagem Armandinho um dos grandes sucessos do Facebook.
Sucesso de vendas
A Bienal do Livro de Minas comprova que o público se interessa – e muito – por literatura. No segundo dia de evento, diversos títulos se esgotaram rapidamente. Alexandre Beck, Gregório Duvivier e Paula Pimenta foram os autores que bateram os recordes de vendas neste sábado.
Selecionamos os melhores fornecedores de BH e região metropolitana para você realizar o seu evento.