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Presidente da ABEFIN dá dicas de como evitar endividamento nas compras de fim de ano e se planejar financeiramente para 2025

Endividamento das famílias brasileiras atingiu 78,5% de acordo com CNC

Com a chegada de datas comerciais como Black Friday e Natal, muitas pessoas se veem atraídas por promoções e descontos, o que pode facilmente resultar em compras impulsivas e problemas financeiros. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), o índice de endividamento das famílias brasileiras atingiu 78,5%, e essa situação tende a se agravar no fim de ano, quando os impulsos de consumo se tornam ainda mais fortes. Para evitar que as compras de fim de ano se transformem em um pesadelo financeiro, a presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (ABEFIN) e especialista em Autoconhecimento Sistêmico Financeiro, Lusciméia Reis, recomenda um planejamento cuidadoso, aliado a um autoconhecimento sistêmico financeiro.

A presidente da ABEFIN alerta que o comportamento financeiro de cada pessoa está profundamente ligado a fatores emocionais, crenças pessoais e até à nossa ancestralidade. Compreender esses aspectos pode ser a chave para evitar decisões impulsivas e, consequentemente, o endividamento. “O autoconhecimento sistêmico financeiro é uma ferramenta poderosa, pois nos permite identificar como nossas crenças e comportamentos, muitas vezes herdados de nossas famílias ou cultura, influenciam as decisões financeiras. Isso inclui a forma como vemos o dinheiro, o consumo e até mesmo o endividamento. O que nos ajuda a entender que, para mudar nossos hábitos financeiros, é necessário revisar, não só nossos comportamentos, mas também as histórias e crenças que carregamos de nossos antepassados", explica.

Comportamento financeiro pode ser transmitido de geração para geração

Ela enfatiza que o comportamento financeiro de uma pessoa não é moldado apenas por fatores individuais, mas também por padrões transmitidos de geração para geração. Isso é especialmente relevante em momentos de grande pressão consumista, como o fim de ano. A pressão social e cultural, somada a hábitos financeiros familiares, pode criar um ciclo difícil de romper. “Por exemplo, muitas famílias no Brasil têm a tradição de presentear na época de Natal, o que, por um lado, é uma prática de afeto, mas também pode gerar expectativas de consumo que não são sempre realistas. Em muitas situações, vemos que as dificuldades financeiras têm raízes em padrões familiares de consumo excessivo ou na ideia de que 'não podemos faltar' em momentos importantes, como as festas de fim de ano. Compreender essas influências nos ajuda a tomar decisões mais conscientes", afirma Lusciméia.

A especialista destaca que, para evitar o endividamento, é essencial que as famílias se unam em torno de um planejamento financeiro claro, que não apenas contemple os desejos de consumo, mas também as necessidades reais. "O grande desafio é alinhar os desejos familiares e pessoais com a realidade financeira de cada um. O autoconhecimento sobre o que nos move, sobre nossas emoções em relação ao dinheiro e sobre como nossas raízes culturais moldam nosso comportamento é a chave para a mudança", explica.

Além disso, Lusciméia sugere que as famílias revisem não apenas seus hábitos de consumo, mas também as crenças herdadas. "Algumas famílias têm crenças limitantes, como a ideia de que 'dinheiro é difícil de ganhar' ou que 'quem não se endivida não vive a vida plenamente'. Isso pode levar a comportamentos impulsivos e ao acúmulo de dívidas. Identificar essas crenças e trabalhar nelas é fundamental para evitar que o ciclo se repita", afirma.

Envolver a família nas decisões de compra é primordial

Ela também aconselha que, no momento das compras de fim de ano, as pessoas se perguntem: "Estou comprando para agradar a mim mesmo ou aos outros? Estou consumindo por impulso ou por necessidade?" Segundo a especialista, essa simples reflexão pode evitar que o orçamento se torne uma bola de neve. “Ao integrar o autoconhecimento com as práticas financeiras, conseguimos não só evitar o endividamento, mas também fortalecer a união familiar em torno de objetivos financeiros comuns. Quando todos se envolvem no processo, os impactos das escolhas financeiras são mais facilmente compreendidos, e a carga do endividamento não recai sobre uma única pessoa, mas sobre todos de forma responsável", ressalta.

Lusciméia também sugere que as famílias aproveitem o momento para refletir sobre como o planejamento financeiro pode ser incorporado de forma mais contínua em sua rotina, tanto para pagar as dívidas existentes quanto para investir no futuro. "Iniciar 2025 com um planejamento financeiro estruturado não é apenas uma decisão individual, mas uma decisão que envolve a todos. Afinal, as dívidas afetam todos os membros da família, e por isso é importante que todos participem ativamente das escolhas financeiras", conclui.

Foto: DIVULGAÇÃO LUSCIMÉIA REIS

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