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Cores e diagramação rica em detalhes são destaques no projeto gráfico do livro que retrata o filme do diretor, roteirista e protagonista Selton Mello Um dos mais premiados filmes brasileiros está agora documentado em livro de mesmo nome, que será lançado na próxima segunda-feira (12), às 19h30 no shopping JK Iguatemi, São Paulo. A agência mineira Hardy Design é a responsável pelo projeto gráfico do livro, que resgata todos os personagens, locações e cenas marcantes do filme com making off, imagens e curiosidades. A equipe de designers, liderada por Cynthia Massote e Mariana Hardy, dá detalhes do processo criativo de oito meses para o livro, que envolveu trabalho conjunto com a editora paulista Master Books, com a produtora Bananeira Filmes e com o ator Selton Mello. A primeira etapa foi criar bases para organizar o volume de material referente ao filme. “Recebemos uma série de informações, entre entrevistas, fotos, comentários em redes sociais, reportagens e imagens a serem editados”, explica Cynthia Massote, diretora da Hardy Design. O passo seguinte foi estruturar um roteiro, que sugeria e sumarizava o tipo de conteúdo para cada capítulo. “Nos baseamos nesse material para desenvolver o esqueleto do livro, que foi encaminhado para a Master Books”, comenta ela. A partir de então, a editora paulista foi a responsável por cuidar da coordenação editorial do projeto segundo as diretrizes desse escopo. Após o trabalho na editora, o material retornou para Hardy, que criou toda a narrativa gráfica baseada na identidade visual do filme, que também foi criada pela agência. “Assim, foi possível estabelecer um diálogo entre as peças de divulgação do filme.", explica Cynthia. A estrutura da identidade visual do filme permitiu grande liberdade criativa na elaboração do livro, como explica a diretora Mariana Hardy. “A ideia foi criar uma espécie de caderno de memórias do diretor, com uma publicação descontraída e despretensiosa, que pudesse traduzir o espírito do filme. O projeto gráfico busca inspiração na linguagem circense com uma diagramação leve, uso de uma ampla paleta de cores, estampas e ilustrações feitas à mão e combinações tipográficas inusitadas”, conta ela. Retoques finais e resultado Após a definição da linha criativa, o processo ainda evoluiu muito. Foi um trabalho feito a muitas mãos, incluindo revisões solicitadas pelo próprio Selton Mello. “Quando ajudamos a estruturar o conteúdo de um livro, há colaborações de todos os lados e a troca é muito intensa. Às vezes escolhíamos uma determinada foto, e o Selton preferia outra. A tecnologia nos ajuda muito, pois hoje em dia todas as revisões podem ser feitas eletronicamente, por e-mails.”, conta ela. O resultado foi elogiado pelo editor Manoel Lauand, que ressaltou o potencial do livro de instigar o mais alheio espectador. “A Hardy criou um produto bonito de se ver, daqueles que você tem vontade de deixar exposto em uma mesa, mas que, ao mesmo tempo, pelo formato prático, instiga a curiosidade e convida o leitor a abrir a capa e descobrir as surpresas que estão guardadas no interior do livro”, comenta ele. Para ele, o projeto gráfico exerce influência na decisão de compra por parte do leitor. “Quando um consumidor entra em uma livraria em busca de novidades, com certeza a primeira coisa que vai chamar sua atenção é uma capa com um design diferenciado. Isso vai levá-lo a querer abrir o livro e folhear as páginas. Se tiver um projeto bacana, e o assunto o interessar, a probabilidade de ele querer comprar o livro é muito grande. Então, acredito que um bom projeto gráfico pode alavancar as vendas”, acredita. Sobre a Hardy Design Atuando no desenvolvimento de identidades corporativas, projetos editoriais, design aplicado ao ambiente digital e 3D, sinalização de empresas e embalagens, a Hardy Design tem se destacado no cenário nacional e internacional. Ainda no ano em que foi fundada pela arquiteta e designer Mariana Hardy, em 2004, a empresa recebeu medalha de ouro e bronze no clube de criação de Minas Gerais. Em 2006, recebeu dois destaques na 8ª Bienal Brasileira de Design Gráfico, e no ano seguinte, quando Mariana constituiu sociedade com Cynthia Massote, a agência foi premiada pela revista norte americana Print. Em 2010 e 2011, seus trabalhos foram publicados pela editora alemã Taschen, na coletânea Logo Design, volumes 1, 2 e 3. Esse ano, a empresa ficou em segundo lugar na edição do Prêmio Internacional de Design e Comunicação (IDCA), no projeto Honra e Criatividade em Museus, com a logo do museu de arte contemporânea Inhotim. Além da identidade visual do filme O Palhaço, indicado pelo Ministério da Cultura como o representante brasileiro na disputa pelo Oscar 2013 na categoria melhor filme estrangeiro, a Hardy também desenvolveu recentemente o projeto gráfico do livro pássaros poemas – Aves na Pampulha, do músico e compositor mineiro Tavinho Moura. O livro foi patrocinado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, com a colaboração poética de trechos das obras de diversos outros artistas, como Tom Jobim, Milton Nascimento, Gonzaguinha e João Guimarães Rosa.