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Políticas públicas permanentes promovem comemorações do Mês da Consciência Negra
Confira a programação
No próximo dia 20/11, será celebrado o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. A data remete ao dia da morte de Zumbi, o líder do Quilombo dos Palmares, e a partir deste ano, torna-se feriado nacional. Para celebrar a história e a cultura afro-brasileira, diversos espaços municipais de cultura estão com uma ampla programação, descentralizada em todas as regionais da cidade, ao longo do mês de novembro.
Estão previstas mais de 70 atividades gratuitas nos Museus e Teatros municipais, nos 17 Centros Culturais, no Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado, no Cine Santa Tereza, na Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte (BPIJ-BH), na Casa do Baile - Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design e na programação do Circuito Municipal de Cultura. A programação completa está disponível no Portal Belo Horizonte.
Essas ações integram o Programa RIC - Rede de Identidades Culturais, uma política permanente de promoção e reparação da igualdade racial, efetivada a partir do desenvolvimento de ações e projetos da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura. Trata-se de uma política contínua, reflexo de uma demanda histórica na luta contra o racismo e a promoção da igualdade racial. A criação do Programa RIC está amparada no Plano de Promoção da Igualdade Racial de Belo Horizonte, nas metas da 7ª Conferência Municipal de Cultura e nos marcos legais de enfrentamento ao racismo e de promoção e reparação da igualdade racial.
Em diálogo com o Programa RIC, a Prefeitura de Belo Horizonte inaugurou, em junho deste ano, no Parque Municipal Américo René Giannetti (em frente ao Teatro Francisco Nunes), um marco significativo na valorização da história e cultura afro-brasileira na cidade. Duas esculturas em homenagem às ativistas e intelectuais mineiras Lélia Gonzalez, antropóloga e filósofa, e Carolina Maria de Jesus, escritora e compositora, passaram a integrar o Circuito Literário de Belo Horizonte, que busca promover a leitura, a literatura e o reconhecimento de autores que contribuíram significativamente para a cultura brasileira, como essas duas intelectuais que marcaram a história do nosso país.
As obras, confeccionadas em bronze e em tamanho real pelo artista Léo Santana, retratam duas personalidades que deixaram um legado permanente na cultura e na sociedade brasileira. Esta homenagem foi idealizada por representantes dos movimentos de mulheres negras de Minas Gerais, e oferece ao público uma oportunidade única de conhecer e refletir sobre a contribuição de vozes essenciais para a nossa história e cultura.
A valorização da história e da cultura afro-brasileira é presença constante nas ações da Secretaria e Fundação Municipal de Cultura. A agenda RIC 2024 tem como tema “110 anos de nascimento de Carolina Maria de Jesus e Abdias Nascimento”. O 5º FLI BH – Festival Literário Internacional de Belo Horizonte, realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte em 2023, teve como grande homenageada a escritora Lélia Gonzalez.
Segundo a Secretária Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, a política pública de reconhecimento e a valorização da cultura afro-brasileira deve ser contínua, sistêmica e orgânica. “Pensando nisso, foi criado na pasta da Cultura o Programa RIC - Rede de Identidades Culturais, que reúne, em uma programação conjunta, atividades pertinentes à temática racial durante todo o ano. Mas o Mês da Consciência Negra é uma grande oportunidade para dar visibilidade ainda maior à memória de luta e resistência, que molda e inspira a transformação da sociedade. Trata-se de um momento fundamental para fortalecermos a cultura afro-brasileira em Belo Horizonte, onde a tradição e a ancestralidade têm raízes profundas em nossa identidade. Temos a singularidade de preservar e valorizar a ancestralidade negra em diversos aspectos de sua cultura, seja na música, na gastronomia, nas artes cênicas, no cinema ou nas tradições populares e urbanas que atravessam gerações. Em nossa atuação, buscamos reforçar o diálogo entre a tradição e a contemporaneidade, destacando a importância da diversidade e da herança cultural afro-brasileira na construção da nossa cidade”.
O presidente da Fundação Municipal de Cultura, Bernardo Correia, reforça a importância de se promover essa valorização de forma inclusiva e acessível, levando eventos, reflexões e manifestações culturais para cada regional da cidade. “Estamos muito felizes em oferecer uma programação tão diversa e descentralizada, que leva a todas as regionais de Belo Horizonte a força e a riqueza da cultura afro-brasileira. Com essas atrações, não apenas celebramos as expressões culturais de matriz africana, mas também reafirmamos nosso compromisso com a valorização e preservação dessa herança. Essas ações proporcionam oportunidades de aprendizado e reflexão sobre a importância da cultura afro na construção da nossa cidade e do nosso país”.
Celebração a Carolina Maria de Jesus e aos 90 anos de Lélia Gonzalez
Entre 26 a 30 de novembro, será realizada uma programação especial, cultural e de educação patrimonial destacando o trabalho e o legado de Carolina Maria de Jesus e Lélia Gonzalez, grandes escritoras e pensadoras negras. Estão previstos seminários, visitas mediadas para escolas, exposição, exibição de documentários e saraus literários. As ações acontecem em parceria com o Instituto Lélia Gonzalez, com o escultor Leo Santana e a Base Projetos.
As atividades serão realizadas no Parque Municipal Américo René Gianetti e território, onde as esculturas estão instaladas. Será uma oportunidade para fomentar o debate sobre a luta contra o racismo, a igualdade racial e o papel das mulheres negras na história e na cultura brasileiras.
Programação descentralizada
Estão programadas exibições de cinebiografias e documentários de importantes nomes da cultura afro; exposições como “Pretitudes” (literatura negra), “Eu Soul Black” (caricaturas de artistas na música negra brasileira e internacional) e “Quilombo Luízes – Um olhar que vem de dentro” (mobgrafias feitas pela comunidade); o bate-papo gastronômico “Conversa do Pé do Fogão”; a batalha final do projeto Hip-Hop - Zona Norte e Venda Nova; além de outras atividades culturais.
Narrativas pretas são destaque no cinema, nas artes cênicas e na literatura
A biblioteca é um dos mais importantes espaços de educação antirracista. Este pensamento vem sendo refletido no dia a dia da Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte (BPIJ-BH) com a escolha do acervo e a promoção de atividades que permitam o diálogo de múltiplas vozes. Uma dessas ações é a 2ª Mostra de Narração de Histórias “Era uma vez”, com uma sessão voltada para narrativas afrocentradas. O equipamento também recebe muita poesia com o “Sarau dos Crias” e discussões literárias com o “Clube da Leitura” e “Quadrinhos em Foco”.
Já o Cine Santa Tereza prepara uma variedade de sessões temáticas de filmes. Para o público infantil, serão exibidos “A princesa e o sapo”, “Alice dos Anjos” e “Mundo estranho”, além de uma seleção de curtas dentro da programação da Sessão Azul – atividade com foco especial em pessoas com transtorno do espectro autista.
Também estarão em cartaz cinebiografias e documentários sobre importantes personalidades pretas brasileiras, entre eles “Pitanga”, sobre o ator Antônio Pitanga; “Doutor Gama”, que retrata a vida do advogado abolicionista Luiz Gama; e “Sementes - Mulheres Pretas no Poder”, que retrata o levante de candidaturas pretas no Brasil.
Outro destaque cinematográfico é a sessão comentada do documentário “Môa - Raiz Afro Mãe”, sobre o músico, capoeirista, educador e fundador do Afoxé Badauê, que foi assassinado em 2018. Essa atração faz parte da programação do Circuito Municipal de Cultura, que ainda leva o espetáculo de dança “Hip-Hop em ação”, no Teatro Marília, e o projeto “Quinta no Raul” com o show “Laura Souza e banda cantam Clara Nunes”, no Espaço Cênico Yoshifumi Yagi/Teatro Raul Belém Machado. A retirada de ingressos para os Teatros e para o Cine Santa Tereza podem ser retirados na plataforma Sympla.
Centros Culturais e de Referência trazem programação diversa
Os 17 centros culturais da Prefeitura, distribuídos nas nove regionais da cidade, irão concentrar o maior número de atividades no Mês da Consciência Negra. Um dos destaques da programação acontece no Centro Cultural Liberalino Alves de Oliveira, que promove o “Laços de Ancestralidade”, encontro de coletivos de matriz africana para celebrar as heranças culturais e tradicionais.
Os Centros Culturais também recebem exposições sobre o tema. Entre os dias 8 e 30/11, estará em cartaz a exposição “Olhares Periféricos - Vera Cruz: meu território, meu cartão postal”, no Centro Cultural Alto Vera Cruz. A exposição é fruto de oficinas de fotografia e mapeamento afetivo envolvendo jovens da Escola Estadual Coração Eucarístico, que exploraram seus territórios e vivências cotidianas. Além da exposição, será lançada uma obra impressa em formato de livro de fotografias e uma série de cartões-postais. Já a biblioteca do Centro Cultural Venda Nova recebe a 2ª edição da “Exposição Rainhas Negras”, do fotógrafo Márcio Silva. A série é composta por 40 fotos de mulheres negras de BH e Região Metropolitana. A programação nos Centros Culturais conta, ainda, com apresentações musicais, rodas de conversa, oficinas de literatura, capoeira e de breakdance, e outras atividades.
No Centro de Referência da Cultura Popular Tradicional Lagoa do Nado (CRCP), lideranças da comunidade quilombola de Mangueiras participam do encontro “Conversa ao Pé do Fogão”, um bate-papo sobre tradição e gastronomia quilombola em torno do fogão à lenha. O CRCP também recebe a 4ª Mostra Cinema dos Quilombos, que realizará sessões especiais de curtas, seguidas de roda de conversa sobre filmes que abordam a cultura e as tradições de territórios de resistência.
Hip-Hop movimenta a capital
Em novembro também é celebrado o Dia Municipal do Hip-Hop na capital mineira, e o movimento também ganha protagonismo nas programações do mês. No dia 9/11, no bairro Minascaixa, será realizada a grande final do “Circuito Hip-Hop – Zona Norte e Venda Nova” - com duelos de MCs e de dançarinos de breaking, grafitaço e apresentações de Mac Júlia e Guima do Zilah.
Outra atração é a exposição “Circuito Hip-Hop”, em cartaz no Centro Cultural Jardim Guanabara. A mostra reúne trabalhos dos artistas selecionados nas ações realizadas nos Centros Culturais do Barreiro.
Belo Horizonte também recebe a Final do Duelo de MC’s Nacional 2024, nos dias 16 e 17/11. O evento, que conta com o apoio do Circuito Municipal de Cultura, vai reunir 32 MC´s de todos os estados do Brasil para competirem entre si e celebrarem a cena das batalhas de rima.
Ciclo de reflexões e apresentações culturais nos museus
Os Museus municipais também estão com programação especial para valorizar a cultura afro-brasileira, incluindo oficinas, apresentações culturais, e encontros temáticos. O Museu da Moda de Belo Horizonte (MuMo) oferece uma oficina com o coletivo Afoxé Ilê Odara, voltada à produção de adereços e adornos de matriz africana. O Museu da Imagem e do Som de Belo Horizonte (MIS BH) realiza o evento "Ervas e Bença", que explora o uso de plantas medicinais com mestres da tradição africana, promovendo um encontro sensorial sobre benzeções. O Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB) oferece junto com o “Coletivo Minhas Plantas, Meu Quintal” a oficina "Bicho Folha" que traz reflexões sobre a educação ambiental afrocentrada para crianças, adolescentes e adultos.
O Museu Casa Kubitschek promove o evento “Museus Pampulha: Ausências e presenças do negro na arte brasileira”, que contará com as participações de Deri Andrade, Massuelem Cristiana e Negona Dance nos ciclos de reflexões. O equipamento também irá sediar apresentações de macululê, orquestra de berimbaus e a roda de capoeira do grupo Oficina da Capoeira, do Mestre Ray, promovido pelo Museu de Arte da Pampulha (MAP), para o enaltecimento das performidades afrobrasileiras nas artes visuais. Já a Casa do Baile - Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design comemora seus 82 anos com o “Baile das Princesas Pretas”, uma noite dançante ao som de soul e funk.
Foto: Ricardo_Laf
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