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Fórum das Letras transforma Ouro Preto em cidade refúgio para escritores internacionais

Evento teve início nesta quarta, 4 de novembro, com homenagem a Graciliano Ramos e programação que exalta a diversidade cultural e a liberdade de expressão

Foi dada a largada para a 11ª edição do Fórum das Letras. O evento teve início nesta quarta-feira, 4 de novembro, no Cine Vila Rica, em uma cerimônia marcada pela notícia de que Ouro Preto será a primeira cidade refúgio da América do Sul. O primeiro autor a participar da residência de quatro meses será o etíope Girma Fantaye, que participará do programa de pós-graduação em História da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), promotora do evento e parceira da International Cities of Refuge Network (ICORN) na iniciativa.

 

Para Guiomar de Grammont, coordenadora geral do Fórum das Letras de Ouro Preto, a realização desta edição do evento representou uma grande vitória, principalmente em um contexto econômico pouco favorável. “Acredito que a literatura é a porta para a tolerância e para a paz e, reforçando este pensamento, Ouro Preto se transforma agora na primeira cidade refúgio da América Latina. É uma alegria, portanto, estar aqui, mesmo com todas as dificuldades e, por isso, agradecemos imensamente à equipe que batalhou para que o Fórum estivesse de pé, mantendo a mesma qualidade de sempre”, reforçou. A iniciativa também foi valorizada pela vice-reitora da UFOP, Célia Maria Fernandes Nunes.

 

A diretora do ICORN, Elisabeth Dyvik, também participou da abertura e lembrou que o trabalho dos escritores se dá a partir de condições humanas, motivo pelo qual é fundamental garantir a estas pessoas a liberdade de expressão. “Em todo o mundo, a liberdade de expressão está sob pressão, por isso é muito importante garantir que os autores possam escrever suas ideias e mostrar a todos aquilo que regimes totalitários não gostariam que soubéssemos”, afirmou.

 

Para o diretor do Livro, Literatura, Leitura e Biblioteca do Ministério da Cultura, Volnei Canônica, a 11ª edição do Fórum das Letras mostra a importância da iniciativa, que reverbera dentro e fora do Brasil. O secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo Araújo dos Santos, que lembrou o histórico de Ouro Preto, na luta pela liberdade, graças aos Inconfidentes, e a tradição literária da cidade, berço dos árcades.

 

Também estiveram presentes na abertura José Castilho, secretário executivo do Plano Nacional do Livro e da Leitura, Luís Antônio Torelli, presidente da Câmara Brasileira do Livro, Júlia Mitraud, presidente da Fundação de Artes de Ouro Preto, Tarcila Lucena, da Biblioteca Mário de Andrade, além de patrocinadores e apoiadores do Fórum das Letras.

 

A cerimônia foi seguida da mesa "Memória de Graciliano Ramos", com a participação de Ricardo Ramos e Elizabeth Ramos, netos do autor, além de Audálio Dantas e Wander Melo Miranda. Traçando elos e ressaltando pontos na obra do autor alagoano, foi discutida a forma de escrita e as peculiaridades presentes em seus romances e memórias, que continuam muito atuais. Memórias afetivas e lembranças familiares permearam toda a mesa, que apresentou também quem era o Graciliano Ramos como homem, pai e avô. Destacando “Vidas Secas” como sua obra mais reconhecida na literatura nacional, a realidade retratada no sertão nordestino fez de Graciliano um grande intérprete do Brasil. Foi lançada, simultaneamente, na Casa dos Contos, uma exposição sobre o autor.

 

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