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Em apresentação aberta ao público, na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, na noite do dia 30 de outubro, a Filarmônica de Minas Gerais anunciou a obra vencedora da 12ª edição do Festival Tinta Fresca, que busca fomentar a criação musical sinfônica, divulgar e estimular jovens compositores brasileiros. A obra “Contemplações”, de Igor Maia, foi escolhida entre as seis finalistas. O prêmio é a encomenda de uma nova composição, a ser estreada pela Filarmônica de Minas Gerais na Temporada 2025. As obras “Sacro Sonoro”, de Lucas Pigari, e “Ainulindalë”, de José Corrêa, receberam menção honrosa. O concerto de encerramento da 12ª edição do Festival Tinta Fresca teve a regência do maestro associado da Orquestra, José Soares. Na mesma noite, foi lançado o edital do 13º Festival Tinta Fresca. As inscrições vão de 30 de outubro de 2024 a 26 de janeiro de 2025.

Para o compositor Igor Maia, vencedor da edição 2024 do Tinta Fresca, “é uma grande alegria ter vencido novamente o Prêmio do Festival Tinta Fresca e ter minha obra interpretada pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. O festival é de importância única no cenário musical brasileiro, ao fomentar a criação de música nova e nos dar a oportunidade de ouvir composições de colegas talentosos e de interagir com o júri e os músicos da orquestra. A experiência é enriquecedora. Receber como prêmio uma encomenda para a temporada de 2025 é uma honra, o que reforça meu entusiasmo em compor para essa orquestra de prestígio e excelência artística.”

A comissão julgadora, formada pelos compositores André Mehmari, João Guilherme Ripper e Leonardo Martinelli, avaliou 42 partituras inscritas por autores de vários estados brasileiros. Delas, seis obras foram escolhidas e interpretadas pela Filarmônica de Minas Gerais. Durante a preparação, seus compositores participaram ativamente dos ensaios, interagindo com orquestra e regente, bem como com o júri, a fim de conhecer, com maior profundidade, diferentes visões sobre seus trabalhos.

Para o compositor André Mehmari, que integrou a comissão julgadora neste ano, “foi um grande prazer participar, pela terceira vez, como jurado do Festival Tinta Fresca. Para mim, é o concurso de composição mais importante do Brasil, por vários motivos, e, principalmente, pelo fato de o compositor ter a oportunidade de ter sua obra tocada por uma orquestra de altíssimo nível, como a Filarmônica de Minas Gerais, numa acústica perfeita da Sala Minas Gerais, e extrair uma experiência preciosa deste encontro. As obras finalistas deste ano tiveram bastante contraste entre si. Não havia unidade de estilos, mas, sim, vozes bem diversas dos compositores. A peça vencedora, do Igor Maia, Contemplações, possui muito vigor criativo, uma variedade expressiva e uma originalidade, porque parte de corais luteranos e faz referência muito respeitosa e bonita à música de Bach. Outros compositores também tiveram destaque e receberam menção honrosa, a partir do júri. Importante mencionar, ainda, o impecável trabalho do maestro José Soares, Regente Associado da Filarmônica, que realizou leituras precisas e detalhistas das obras. Espero que a Filarmônica de Minas Gerais siga fazendo este trabalho de fomentar e de incentivar a composição contemporânea”.

Os vencedores das edições anteriores do Festival Tinta Fresca foram Rafael Nassif (2008), Sergio Rodrigo (2010), ambos de Minas Gerais, Vicente Alexim (2011), do Rio de Janeiro, Carlos dos Santos (2012), de São Paulo, Leonardo Margutti (2013) e Jônatas Reis (2015), de Minas Gerais, Marcelo Dino (2017), Martim Butcher (2018), de São Paulo, e Igor Maia (2019), de Campinas. Agora, em 2024, o compositor Igor Maia volta a ser o vencedor do Festival Tinta Fresca.

O compositor e a obra vencedora

Igor Maia (Campinas, SP, 1988)

Natural de Campinas (SP), Igor Maia é compositor, regente e doutor em Composição pelo King’s College de Londres. Desde 2019, atua como professor adjunto de Composição na UFMG e, em 2023, foi contemplado com uma bolsa de estudos da Ernst Mach Grant, na Anton Bruckner University, na Áustria. Atualmente, é compositor residente da Orquestra Sesiminas. Premiado em diversos concursos, o compositor teve suas obras apresentadas em festivais e concertos na Europa, nas Américas e no Japão. Sua peça Contemplações é inspirada no hino medieval Jesus Christus, nostra salus (“Jesus Cristo, nosso Salvador”), atribuído a Jan z Jenstejna, e em um coral e um prelúdio coral de J. S. Bach. A obra percorre, de forma contemplativa, partes de uma catedral em quatro movimentos: “Entrada”, “Mosaico”, “Vitral” e “Coro”. Os três primeiros exploram técnicas de cânone, colagem e sobreposição, para elaborar diferentes texturas, harmonias e cores, enquanto o último se apresenta como uma transcrição criativa do prelúdio.

Sobre o Festival Tinta Fresca

A Filarmônica de Minas Gerais criou, em 2008, o Festival Tinta Fresca. Oportunidade rara no cenário nacional, o concurso para compositores está em sua 12ª edição, e tem oferecido importante espaço aos talentos brasileiros. Os finalistas têm suas obras executadas pela Orquestra em concerto público. Entre os autores escolhidos, um vencedor recebe a encomenda de obra inédita, a ser estreada na Temporada do ano seguinte da Filarmônica de Minas Gerais. O Festival conta com uma comissão julgadora, composta por profissionais de renome nacional, para leitura das obras dos compositores inscritos. Além de participarem ativamente dos ensaios, interagindo com orquestra e regente, os candidatos têm a oportunidade de se reunir com os membros do júri, para conhecer, com mais profundidade, as percepções sobre seu trabalho. As obras são inéditas e têm até 15 minutos de duração. Não há restrição de idade.

Lançamento do edital para Festival Tinta Fresca 2025: 30 de outubro de 2024. Inscrições: 30 de outubro de 2024 a 26 de janeiro de 2025. O edital para a 13ª edição do Festival Tinta Fresca da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais está em: https://www.filarmonica.art.br/educacional/festival-tinta-fresca/

ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS

A Filarmônica de Minas Gerais reafirma, a cada concerto e com uma vigorosa programação, sua vocação pela excelência artística. Referência no Brasil e no mundo desde sua fundação, em 2008, é resultado de uma política pública do Estado de Minas Gerais, seu principal mantenedor. Conduzida por seu Diretor Artístico e Regente Titular, Fabio Mechetti, a Filarmônica é composta por 90 músicos de todas as partes do Brasil, da Europa, da Ásia e das Américas.

A orquestra recebeu numerosas menções e prêmios, possui 18 álbuns gravados e obteve uma indicação ao Grammy Latino em 2020. As temporadas de concertos são realizadas na Sala Minas Gerais, sua sede em Belo Horizonte, em seis séries, sinfônicas e de música de câmara, em que são interpretadas obras do repertório clássico ao contemporâneo, com convidados de destaque nos cenários nacional e internacional.

Cumprindo com sua missão de difundir e promover o acesso à música de concerto, a Filarmônica mantém relevante programação gratuita e de cunho educacional em Belo Horizonte e outras cidades do estado. Possui, ainda, ações de formação profissional, e realiza transmissões ao vivo de suas apresentações.

Referência internacional por seu projeto arquitetônico e acústico, a Sala Minas Gerais é considerada uma das principais salas de concerto da América Latina. Juntas, Filarmônica e Sala Minas Gerais vêm transformando a capital mineira num importante polo da música de concerto.

Foto: Alex André Rezende