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“Marginal Genet”, do dramaturgo Francis Mayer, explora o posicionamento de gênero em apresentações na Casa da Ópera Teatro Municipal de Ouro Preto (8) e no Teatro da Cidade de Belo Horizonte (9)

Espetáculo chega a Ouro Preto e a Belo Horizonte após temporada de 11 meses em São Paulo e no Rio de Janeiro, com nu frontal de 40 segundos

Sucesso de público e crítica no Rio de Janeiro e em São Paulo, o espetáculo “Marginal Genet”, do dramaturgo e diretor Francis Mayer, é inspirado na autobiografia “Diário de um ladrão” (1949) e também em “Saint Genet, ator e mártir” (1952), de Jean-Paul Sartre. A peça entra no seu décimo primeiro mês em cartaz desde a estreia e chega a Ouro Preto, com sessão única, neste sábado (8), às 20h, na Casa da Ópera Teatro Municipal de Ouro Preto, e a Belo Horizonte, no domingo (9), às 18h, no Teatro da Cidade, no Centro.

Na peça, é destacado o relacionamento de Jean Genet (1910–1986), vivido por Thiago Brugger, com quatro personagens citados na sua obra autobiográfica, como o garoto de programa René (Fernando Braga), o comissário de polícia secreta Bernardini (Vinícius Moizés), o morador de rua Lucien (Yago Monteiro) e a cantora Charlotte Renaux (Samuel Godois). “Marginal Genet” é um convite ao submundo dos marginalizados de Francis Mayer, que prossegue na sua cartografia de malditos após o polêmico “Pasolini no deserto da alma”. A peça tem um nu frontal de 40 segundos.

Genet nasceu de uma prostituta que o criou até os sete meses de vida e o colocou para adoção. Ele sobreviveu, pelas ruas de Paris, como ladrão, sendo preso diversas vezes por roubo. Foi na prisão que  ele  escreveu seu primeiro poema, "Le condamné à mort" (“O condenado à morte”), impresso por ele mesmo, além do romance “Nossa Senhora das Flores” (1944). Jean Paul Sartre e Pablo Picasso pediram e conseguiram, junto ao presidente francês, a sua libertação, e ele nunca mais voltou à prisão. A partir dos anos 1970 até a sua morte, em 1986, engajou-se na defesa de trabalhadores imigrantes na França, assumiu a causa dos palestinos e envolveu-se com líderes de movimentos estadunidenses, como Panteras Negras e Beatniks.

No espetáculo, o espectador terá acesso à intimidade de um personagem transgressor, com recorte focado nos seus momentos mais intensos, regados a muito lirismo. Com linguagem poética e visceral, o texto propõe uma conversa com o público, a quem o protagonista autoriza uma imersão em seu universo particular, abrindo o seu diário, compartilhando histórias de seus encontros e amores com seres que costumavam viver à margem da sociedade, elevando-os à categoria de heróis.

De Jean Genet, Francis Mayer já produziu “Querelle”, em 1989, no Teatro Dulcina, lançando Gerson Brenner como ator, tendo Rogéria no elenco e música-tema (“Quero ele”) composta especialmente por Cazuza; e dirigiu também “Alta Vigilância”, em 1997, no Teatro Candido Mendes, com Carlos Machado, Jonathan Nogueira e Luka Ribeiro. 

Considerado dono de uma imaginação febril e alegórica, Jean Genet cultuava a valorização do prazer, da beleza e do humano. E recriou em peças e romances a mesma marginalidade radical que caracterizou a sua vida, como, “As criadas”, “Querelle”, “O balcão”, “Nossa Senhora das Flores”, “Alta Vigilância”, “Os negros”, entre outros. Sendo um escritor de combate, despertou admiração em um grupo de intelectuais, como Jean-Paul Sartre, Albert Camus, Jean Cocteau, Sartre, Jacques Derrida, Michel Foucault, o compositor Igor Stravinski  e os líderes políticos Georges Pompidou e François Mitterrand.

O autor Jean Genet esteve no Brasil, em 1970, a convite da atriz e produtora Ruth Escobar para a temporada de “O balcão”, no Teatro Ruth Escobar.

Francis Mayer tem, em seu currículo de diretor, os espetáculos, "Angela Maria - Lady Crooner" (musical), “Cazuza  – Jogado a teus pés” (musical), "Os meninos da Rua Paulo", com Bruno Gagliasso, "Se você me ama...", com Danielle Winits, "As meninas" de Lygia Fagundes Telles, "Namoro”, com Natália Lage, “Betty Blue”, de Philippe Djian, “Teen-lover” com Mouhamed Harfouch, “Nó de gravata”, com Luana Piovani, “Zero de Conduta”, de Zeno Wilde, “Os Campeões”, com Rainer Cadete, “Herdeiros”, com Guilherme Leicam, “Folia Tropical”, com Rogéria, “A noite do meu bem”, de Paulo César Coutinho e “O Hóspede”,baseado no filme “Teorema”, de Pasolini, entre outros.

SERVIÇO

“Marginal Genet”, de Francis Mayer

Elenco / Personagens

Thiago Brugger (Jean Genet)

Fernando Braga (René)

Vinícius Moizés (Bernardini)

Yago Monteiro (Lucien)

Samuel Godois (Charlotte Renaux)

Duração: 70 minutos

Classificação: 18 anos

Dia 8 de novembro, sábado, às 20h

Casa da Ópera Teatro Municipal de Ouro Preto

Rua Brigadeiro Musqueira, 104, Ouro Prêto 35400-000

Tel: (31) 3559-3224

Ingressos antecipados a R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia) à venda pela plataforma Sympla 

Dia 9 de novembro, domingo, às 18h

Teatro da Cidade

Rua da Bahia, 1341 Centro

(31) 3273-1050

Whatsapp - (31) 99306-1051

Ingressos antecipados a R$ 100 (inteira) e R$ 50(meia) à venda pela plataforma Sympla 

Foto: Divulgação

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