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Delson Uchôa abre exposição “A pele da casa” em Belo Horizonte

A mostra traz obras que simbolizam o cotidiano do artista

Quando os conceitos de arte e vida se misturam, os resultados são grandes obras de arte, prontas para viajar por todo o mundo. É assim a vida de Delson Uchôa, suas telas e fotografias, que estarão expostas na AM Galeria a partir do dia 1° de novembro. Trata-se da mostra “A Pele da Casa: pintura em que habito - breve ensaio sobre a natureza” – cujo longo título e subtítulo já dizem do que se trata: uma breve e simbólica passagem pela intensa produção de um dos maiores pintores da atualidade.  

 

 

“A vivacidade do trabalho de Uchoa é surpreendente. Ele inaugura um novo momento para a pintura brasileira, de extrema complexidade e poesia, que se sobrepõem ao cotidiano do artista, arte e vida, entrelaçadas desde o suporte das pinturas até sua relação intima com a natureza que o cerca, com a paisagem brasileira. E isso é desafiador!”, afirma a diretora artística da AM Galeria e curadora da exposição, Emmanuelle Grossi.

 

 

Na mostra poderão ser vistos quadros de grandes dimensões e expressividade, como “Adamastor Capibaribe”, “O Barulho da Festa” [homenagem a Volpi] e “Jardim Interno”, entre outras. E ainda uma apresentação fotográfica do mais recente e ambicioso projeto do artista, a série “Bicho da Seda”. O projeto é resultado de intervenções com centenas de sombrinhas chinesas coloridas em paisagens do sertão nordestino. Os resultados foram registrados pelas lentes do fotógrafo Celso Brandão e, além das fotografias e ações registradas em vídeo, algumas dessas sedas falsas das sobrinhas foram incorporadas às pinturas.

 

Autofagia

Para a diretora, a pergunta que sempre nos cerca é: o que é a arte genuinamente brasileira? “A obra de Delson Uchôa é uma dessas respostas”, comenta. Emmanuelle acredita que o artista questiona o tempo todo, instiga, embaralha, confunde e abre um mundo enorme de vivências e interpretações.

 

 

As pinturas, muitas delas “autofágicas” como diz o artista [pinturas trabalhadas ao longo de décadas], falam de gigantes mitológicos, ventos solares, noites, rios e mares, do nordeste, de Lampião a Ulisses passando pelo Maracatú... seu trabalho e seu processo apresentam costuras, enxertos, peles, corpo. A obra é um corpo cuja pele [“tela”] é cultivada no chão da casa do artista [a chamada “tela cultivada” criada a partir da aplicação de camadas de resina plástica no piso de sua casa]. “Sua relação com a natureza é tão forte e natural que a maior parte das obras – quase sempre em grandes dimensões – são fotografadas no jardim, na mata, na praia, como se saídas de dentro do mar, algo de divino e maravilhoso”, afirma Emmanuelle Grossi.

 

Sobre o artista

Delson Uchoa é um dos maiores nomes da pintura da geração 80. Em 2009, participou da 53ª Bienal de Veneza com seu trabalho extenso de pesquisa de cores. O artista tem obras em coleções de museus em todo o mundo. O Instituto Inhotim, por exemplo, abriga as maiores obras de sua carreira, sendo todas elas, de grandes dimensões. Para 2015, ele prevê exposições na China, Alemanha e no Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR).

 

Vive e trabalha em Maceió, onde se formou em Medicina no ano de 1981 e, paralelamente, iniciou seus estudos em pintura na Fundação Pierre Chalita. Dentre diversas exposições no Brasil e exterior, destacam-se: XX Bienal de Curitiba (Curitiba, 2013); 12th Cairo Bienalle (Egito, 2010); 10a. Bienal de la Habana (Cuba, 2009); 53ª Biennale di Venezia – Pavilhão Brasileiro (Itália, 2009); Instituto Tomie Ohtake, São Paulo (Brasil, 2003); XXIV Bienal de São Paulo (Brasil, 1998); entre outras. 

 

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