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Carona Brasil, mais que canto, é pesquisa musical

O grupo apresenta o repertório do mais recente disco De lá pra cá – Daqui prali fundamentado nas Minas Gerais

Por meio da voz e da parceria com Milton Nascimento, o compositor Fernando Brant afirmou que “Feminino é o dom/Que o leva a entoar /A canção que sua alma sente no ar /feminina é a paixão /O seu amor musical /Feminino é som do seu coração”. O grupo Carona Brasil parece que entendeu bem essa afirmação e resolveu mostrar para o mundo a versão de canções de compositores mineiros por meio do canto afinado e afiado de cinco vozes femininas. “De lá pra cá – Daqui prali” será apresentado no dia 4 de novembro, quarta-feira, às 20h30. As entradas custam R$60 (inteira) e R$30 (meia).

 

Grupo vocal feminino não é novidade, está aí o Quarteto em Cy com 49 anos de estrada e ainda com muito sucesso. O Carona Brasil não é muito diferente, afinação perfeita, ousadia nos arranjos e um suingue que levanta qualquer um da cadeira. O que diferencia o Carona Brasil de todos os outros grupos vocais é a pesquisa de repertório pautadas num tema. Desde o primeiro disco do grupo, “Corra e olhe o céu”, lançado em 2007, que foi baseado numa pesquisa das canções brasileiras do início do século XX, depois veio o disco “Bossa coisa nossa”, que fez um resgate da bossa nova e teve a participação de Roberto Menescal. Agora apresenta “De lá pra cá – Daqui prali”, somente com canções de autores mineiros.

 

Segundo umas das integrantes do grupo, Rosana Tunes, o trabalho de pesquisa do Carona Brasil é uma forma de manter viva a música brasileira. “Nós sempre pensamos em pesquisar e deixar esse registro para o público, porque dizem que o brasileiro tem memória curta, e isso não deixa de ser verdade. Um exemplo vem dos próprios autores que, muitas vezes não se lembram das datas das composições”, explica. Entra aí a ideia do Carona Brasil de não ser somente um grupo vocal, mas ser uma banda que faz muito mais que cantar, apresenta para o público a música em sua essência, partindo da ideia de que a canção representa de forma intensa a cultura nacional.

 

No Teatro Bradesco as meninas vão mostrar o repertório do último disco, “De lá pra cá – Daqui prali” que tem o repertório de músicas compostas por artistas mineiros. Foram gravados com roupagens novas e modernas canções de Ary Barroso, Joubert de Carvalho, Clube da Esquina, João Bosco, Samuel Rosa e Vander Lee. A direção musical é do músico Gilvan de Oliveira que, junto a Sílvia Maneira criou as performances vocais. A preparação e direção vocal ficou à cargo da Babaya, para quem o disco foi dedicado. Figurinos de Ricardo Melo e direção cênica do Maestro Ernani Maletta, que fez direção musical da última montagem de “O Grande Circo Místico” de Edu Lobo e Chico Buarque.

 

De acordo com Rosana Tunes, "De lá pra cá – Daqui prali" é um disco totalmente conectado às artes feitas em Minas. “A capa do disco é uma aquarela de José Alberto Nemer, o nome do disco é inspirado num trecho do conto “A Terceira Margem do Rio” de João Guimarães Rosa, publicado no livro Primeiras Estórias de 1962; a apresentação do disco é do jornalista e escritor mineiro, Chico Brant.



Foto: Rafael Motta

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