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Projeto Off Cena encerra a programação do ano com Ana Kfouri
Sesc Palladium recebe espetáculos e uma oficina ministrada pela atriz
Para encerrar a programação de 2014 do projeto Off Cena, o Sesc Palladium convida a atriz Ana Kfouri para apresentação de espetáculos e realização de uma oficina. Os eventos ocorrem de 6 a 9 de novembro. Confira abaixo os detalhes sobre a programação.
Sobre o OFF Cena
O projeto Off Cena convida grupos de teatro de pesquisa nacionais (locais e de outros estados) para realização de uma oficina e uma minitemporada de um espetáculo, diretamente ligado à proposta da oficina. Esse formato, que exige a abertura e síntese do processo de criação, favorece não só o aperfeiçoamento dos participantes, como também provoca a reflexão no grupo convidado.
Oficina Deixe o Texto Falar
Segundo Ana Kfouri, a proposta é libertar a palavra do peso do sentido já dado, ou seja, do significado estabelecido a priori. O ator precisa se libertar da necessidade que muitas vezes se tem de explicitar as palavras, de querer comunicar e ser compreendido. O ator precisa se libertar dessas amarras para adentrar a escuridão virgem e chamativa das palavras, dos significantes, das sonoridades, das possibilidades de sentidos. Essa oficina visa orientar os atores a deixarem de lado um eu que fala, estimulando-os a se aventurarem na experiência da linguagem entendida como criação e não como comunicação.
Os Espetáculos
Primeiro Amor e Moi Lui são os dois monólogos que serão apresentados na capital mineira. Eles compõem oProjeto Beckett e têm patrocínio do Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz e do Sesc. Os espetáculosproporcionam ao público a oportunidade de partilhar da imersão de mais de três décadas da atriz e idealizadora,Ana Kfouri, na obra do dramaturgo irlandês Samuel Beckett. Fazer Beckett é uma experiência. “Uma experiência dalinguagem e da contenção. Seus personagens são repletos de intensidade, poesia, ironia, aridez, simplicidade. Fazer Beckett é mergulhar também na aventura das palavras”, analisa Kfouri.
O primeiro encontro de um homem com o amor: Assim é Primeiro Amor, peça que trata da história de um homemque, expulso de casa após a morte de seu pai, passa a vagar por cemitérios, à espera de seu fim, até conhecer umaprostituta e, ao sofrer com a ausência dela, perceber que a ama.
Parte integrante de um conjunto de quatro novelas escritas por Beckett no pós-?guerra, Primeiro Amor apoia-?se no jogo entre o texto, a atriz e a plateia. Projeções criadas pela artista plástica Helena Trindade são utilizadas como luz e dão movimento ao espaço cênico, lançando atriz e espectadores em uma dimensão em que aspalavras são tudo o que existe.
Seres abandonados e sem garantia de nada. Para Isabel Cavalcanti, diretora de Moi Lui, a peça livremente inspiradano romance Molloy, de Beckett, diz sobre a nossa potência, diante da nossa natural impotência. É sobre o nossoabandono e também sobre a poesia da cena teatral.
Samuel Beckett não é a única fonte de inspiração do espetáculo Moi Lui, memórias da infância e sonhosrecorrentes da diretora Isabel Cavalcanti também compõem a encenação. Em cena, dois personagens: o narrador,chamado de A., e o personagem Molloy. Ambos tentam registrar, de maneira própria, a história de Molloy embusca de sua mãe.
Leitura dramática da nova montagem Dar e Ver
Dar a Ver é a nova parceria entre Ana Kfouri e Antonio Guedes, que tem como base o texto Para acabar com o julgamento de Deus, de Antonin Artaud. A proposta é apresentar uma leitura dramatizada do texto. O projeto radicaliza a questão da palavra entendida como potência e intensidade, como campo de forças e não como comunicação. A linguagem dando a ver um lugar novo, inexistente ainda, e não como uma transmissão de ideias ou mensagem.
Sobre Ana Kfouri
Ana Kfouri é diretora teatral, atriz, roteirista, especialista em arte e filosofia pela PUC-Rio, mestre em Teatro pela Unirio e doutoranda em Artes Visuais na UFRJ. Em 2001, Ana Kfouri idealizou o Centro de Estudo Artístico Experimental - CEAE - um espaço dedicado à experimentação e à investigação cênica, em parceria com o Sesc Rio de Janeiro, sediado no Sesc Tijuca, onde assumiu, a função de coordenadora, até o final do projeto, em 2009. Ana é diretora da Companhia Teatral do Movimento, criada por ela em 1991, e foi co-fundadora e diretora do Grupo Alice 118, criado em 1998. Desde 1992 integra o corpo docente da Oficina de Interpretação e da Usina de atores da TV Globo. Ministrou aulas para o elenco jovem de Malhação, de 2007 a 2010.
Em julho de 2006 dirigiu a ópera I Capuleti e I Montecchi, de Vicenzo Bellini, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 2007, Ana Kfouri voltou aos palcos como atriz, com o texto O Animal do Tempo, primeira parte do texto Discurso aos Animais, de Valère Novarina, dirigida por Antonio Guedes. Em julho de 2009, Ana estreou A Inquietude, segunda parte desse texto, dirigida por Thierry Trémouroux, dentro do projeto Novarina em Cena, que integrou a programação oficial do Ano da França no Brasil, o ano de 2009. Em 2010/2011, Ana Kfouri encenou Senhora dos Afogados, de Nelson Rodrigues, no restaurante Albamar. Em 2012, foi premiada com essa montagem pelo premio Arte Qualidade Brasil, nas categorias de melhor direção e melhor espetáculo. Ana realiza atualmente (como atriz) o projeto Beckett:Primeiro Amor, dirigido por Antonio Guedes, e Moi Lui, dirigido por Isabel Cavalcanti, no teatro Dulcina. O projeto estreou no Teatro Poeirinha 2012-1013, e seguiu para os Teatros Dulcina e Serrador, 2013). Ana Kfouri foi indicada como melhor atriz por sua atuação em Primeiro amor, pelo premio Questão de crítica 2013 e melhor atriz por sua atuação em Moi Lui, pelo premio Cesgranrio 2013.
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