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‘‘Em Desencanto - Fotografia Mineira Contemporânea”

Exposição coletiva começa nesta quinta e apresenta um recorte da nova produção mineira

 

Contando com a curadoria de dois grandes artistas mineiros, João Castilho e Pedro David, a exposição “Em Desencanto - Fotogra­fia Mineira Contemporânea”, que fez parte da programação do 4º Festival de Fotografia de Ti­radentes, estará aberta ao público entre 30 de outubro e 21 de dezembro no Museu Mineiro, em Belo Horizonte. Idealizada pelo curador e coordenador do evento, Eugênio Sávio, a Mostra é um recorte da nova produção mineira com obras de 19 fotógrafos. Para adaptar a exposição ao novo espaço, foi preciso adequar a curadoria. Na mostra em Tiradentes, foram exibidas 118 imagens, enquanto no Museu Mineiro serão 104 fotografias e quatro vídeos.

 

Os artistas selecionados vêm de diversos backgrounds, participando com uma ou mais fotografias, e/ou vídeos, na composição da exposição. Os nomes vão desde artistas já conhecidos, como Roberto Bellini e Randolpho Lamonier, até outros não tão divulgados ou que não vivem da fotografia, mas possuem trabalhos igualmente instigantes. Assim, ao visitar a exposição, o público terá acesso a obras com estilos e temáticas variadas, mas alinhadas ao mesmo conceito, um mundo em desencanto. “Novamente entrópico e em colapso, quiçá irreversível. Pós-apocalíptico, pós-industrial, sufocante, deteriorado, podre, abandonado, recusado. Não haveria de ser diferente, já que o contemporâneo, além de poético, tem que ser crítico, e não há outra fotografia possível, quando o que se quer é resistir” explica bem o curador João Castilho em texto de abertura da mostra.

 

O curador João Castilho acredita que a continuidade da exposição é importante para ampliar a visibilidade do trabalho contemporâneo realizado pelos fotógrafos mineiros. “Tivemos uma boa aceitação da exposição em Tiradentes. Por serem trabalhos e profissionais com perfis tão diferentes, sentimos que houve uma identificação do público com o trabalho. Nessa nova exposição, acreditamos que deve acontecer o mesmo, justamente devido à heterogeneidade do público e das obras” explica o fotógrafo.

 

A exposição busca refletir sobre a produção mineira que veio depois de um marco em sua história, o projeto Paisagem Submersa.Criado pelos fotógrafos João Castilho, Pedro David e Pedro Motta, o projeto influenciou toda uma geração e fez com que os três autores figurassem entre os mais importantes do cenário artístico contemporâneo. Durante seis anos, eles fizeram o que chamam de “documentário imaginário” da demolição das casas e da vida de cerca de 1.100 famílias que foram obrigadas a se mudar para outras regiões durante a formação do lago da Usina Hidrelétrica de Irapé, no leito do Rio Jequitinhonha.

 

Sobre Eugênio Sávio

Eugênio Sávio é jornalista (UFMG, 1987) e mestre em Co­municação e Cultura (UFRJ, 2001). É professor da PUC­Minas. Como fotógrafo, trabalha para diversas editoras, fez coberturas internacionais importantes como 5 copas do mundo e as olimpíadas da China. Participou de várias exposições e teve seu trabalho publicado em diversos livros. Como produtor cultural, atuou em 12 estados bra­sileiros com o projeto Foto em Pauta, lançado em 2004. Desde 2011 é o produtor e curador geral do Festival de Fotografia de Tiradentes.

 

Sobre João Castilho

João Castilho é artista visual e trabalha com fotografia, vídeo e instalação. Seus trabalhos tem inspiração no cinema, na literatura, na arte, na cultura popular, na atuali­dade e em sua própria história oscilando entre a memória pessoal e coletiva. João explora temas existenciais e políticos da vida e da morte, do bem e do mal, da inocên­cia e da culpa, da pulsão e do medo.

 

Sobre Pedro David

Vive e trabalha em Nova Lima e Belo Horizonte. Fotógrafo/artista visual, graduado em jornalismo (PUC Minas, 2001), cursou pós-graduação em artes plásticas e contemporaneidade na Escola Guignard (UEMG, 2002). Publicou os livros Paisagem Submersa (Cosac Naify 2008), O Jardim (Funceb 2012), e Rota Raiz (Tempo D’Imagem 2013. Realizou mostras individuais no MAM - Ba­hia (Salvador, 2012), na Lemos de Sá Galeria (Belo Horizon­te, 2012), na Fauna Galeria (São Paulo, 2012), no Centro de Fotografia de Montevideo (Uruguay, 2008) e no Palácio das Artes (Belo Horizonte – 2008). Recebeu os prêmios: Prêmio Fundação Conrado Wessel de Arte – 2012; XII Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia - 2012; II e III Prêmio Itamaraty de Arte Contemporânea (2012 e 2013); Arte Pará (2012), Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger (2011), o Prêmio União Latina – Martín Chambi de Fotografia (2010) e o Prêmio Porto Seguro Brasil de Fotografia (2005).

 

Sobre o Festival de Fotografia de Tiradentes

O Festival de Fotografia de Tiradentes é um dos braços do projeto Foto em Pauta que, desde 2004 acontece periodicamente em Belo Horizonte, realiza debates gratuitos e abertos ao público, permite aos convidados conhecer a obra de grandes artistas e conversar com os autores sobre a concepção do trabalho.

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