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Concerto do Coral Cidade dos Profetas marca início das homenagens ao bicentenário de morte de Aleijadinho
Congonhas se tornou conhecida em todo mundo por abrigar a obra-prima de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814): os Passos da Paixão de Cristo e os 12 profetas em pedra-sabão. Para dar início às homenagens na cidade histórica ao bicentenário de morte do maior artista brasileiro de todos os tempos, o Coral Cidade dos Profetas, um dos poucos no gênero no país dedicado exclusivamente ao repertório dos séculos 17 e 18, inaugura, a partir do dia 9 de novembro, às 11h, na Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, onde está o legado do escultor, a Série Concertos Coloniais. O projeto tem patrocínio da Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e apoio cultural da Rede Globo Minas. Sob regência do maestro Herculano Amâncio, com acompanhamento de orquestra e solistas convidados, serão interpretadas, em apresentações gratuitas, obras de proeminentes compositores mineiros contemporâneos ao escultor, como Stabat mater, do Padre João de Deus Castro Lobo; Credo e Salve Regina, de Lobo de Mesquita; Missa de oitavo tom e Magnificat, de Manoel Dias de Oliveirae Maria Mater Gratie, de Marcos Coelho Neto. A escolha da Série Concertos Coloniais para inaugurar as atividades do bicentenário do artista foi intensional. O maestro Herculano Amâncio explica que a música clássica colonial era feita, principalmente, para ser interpretada em igrejas, com hinos e cânticos de proclamação à fé, fazendo vibrar os todos os espaços, do chão ao teto. “Ouvir obras de outro tempo, músicas que foram feitas para ser executadas naquele espaço, numa basílica que não recebe eventos há décadas, é, sem dúvida, uma oportunidade única para o público. Será um momento de se transportar para dois séculos atrás, cercados por uma arquitetura única, com esculturas do grande mestre do barroco e músicas de importantes compositores da época”, completa. O concerto também marca o início da série Concertos Coloniais, que dará vida, novamente, a peças musicais muitas vezes esquecidas em arquivos, guardadas em coleções particulares e em bibliotecas de música. Tais “pérolas” representam uma oportunidade ímpar para que a atual geração entre em contato com o esplendor da música mineira, surgida no período colonial, a qual alcançou, em vários momentos da história de Minas Gerais, uma grande beleza. As vozes melodiosas do Coral Cidade dos Profetas têm a responsabilidade, enfim, de remeter, uma vez mais, ao glorioso passado do Estado. O Coral já tem programado, ao longo da série, outras apresentações sempre no segundo sábado de cada mês, na Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos. No dia 14 de dezembro, haverá um concerto especial de natal. No dia 11 de janeiro, é a vez de homenagear os mestres do colonial mineiro; e, no dia 8 de fevereiro, um tributo a Lobo de Mesquita, um dos maiores compositores brasileiros de música colonial. Todos os recitais serão gratuitos. O Coral Cidade dos Profetas Fundado em 1988, por um grupo de pessoas interessadas em aprender música, o Coral Cidade dos Profetas surgiu com a preocupação em aliar arte musical à arte arquitetônica barroca, grande patrimônio da cidade histórica de Congonhas (MG). Ao se especializar na interpretação de música sacra antiga, notadamente a Colonial Mineira, o grupo se tornou um dos principais protagonistas da divulgação deste inigualável patrimônio imaterial de Minas Gerais. O Coral é mantido pela Associação Cultural Canto Livre, entidade sem fins lucrativos, declarada de utilidade pública pela Lei Municipal Nº 2617/2006, e pela Lei Estadual Nº 19510/2011, oferecendo, gratuitamente, por meio da Associação, formação musical a pessoas em idades que variam dos 12 aos 80 anos. É reconhecido como uma das mais belas manifestações culturais do interior de Minas. Em seu currículo, há diversos projetos, como o “Concerto à Virgem Maria e ao Seu Divino Filho”, “Concertos em Homenagem ao Aleijadinho”, “Concertos da Paixão”, sendo o seu mais recente trabalho o “CD Coral Cidade dos Profetas” – no qual o grupo interpreta obras de Lobo de Mesquita. Neste mês de novembro de 2013, o Coral inicia, a série de Concertos Coloniais. A proposta é fazer entoar o repertório antigo para as novas gerações e inaugurar uma nova opção cultural e turística em Congonhas, com a realização mensal de grandes concertos nas igrejas barrocas da cidade. Música colonial mineira Elemento artístico e cultural da história de nosso estado, a Música Colonial Mineira se impõe desde suas origens. Ela alcança seu apogeu em Minas Gerais, na segunda metade do século 18. Sua organização e profissionalização ocorrem durante a formação de nossas primeiras vilas e arraiais, e no apogeu do Ciclo do Ouro. Assim como a arquitetura e as artes plásticas têm alto grau de bom gosto, as Igrejas Católicas Mineiras possuem vastos refinamento e sutileza, que fazem com que um excepcional acervo musical, misturado às outras artes, que se implantam e crescem à época, tracem o perfil da Capitania das Minas Gerais. A música religiosa dos tempos coloniais se fundamenta na riqueza dos textos litúrgicos, onde as frases, com seus sentidos específicos, são sugestivas e desafiadoras e despertam a inquietação, a imaginação e a criatividade do compositor, que sabe explorar os recursos musicais disponíveis para parafrasear os textos, com grande liberdade nas reexposições de temas e ideias musicais. Esbanja ornatos e contrastes, fazendo com que as peças se encham de beleza e harmonia. A despeito de inúmeros agentes esforçarem-se na busca do resgate da Música Colonial Mineira, bem como na reconstituição de suas partituras, boa parte da produção deste manancial de beleza permanece inédita das atuais gerações, em manuscritos guardados em bibliotecas públicas e coleções particulares, ou circulando em cópias precárias de intérpretes. O que pôde ser salvo até agora representa apenas um reflexo de esplendorosa atividade criadora, que alcançou, em diversas ocasiões, grande beleza. Na segunda metade do século passado, com a substituição do latim pelo vernáculo nas cerimônias e rituais da Igreja Católica, temeu-se pelo completo desaparecimento desta música. No entanto, nos dias atuais, têm sido cada vez maiores o seu interesse e a apreciação, o que justifica a iniciativa do Coral Cidade dos Profetas, de Congonhas, em propagar este rico legado musical do passado de Minas Gerais.
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