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O recital reverbera a essência das obras que serão tocadas, o violão é convidado a cantar, e de alguma forma, o público também. Embora as músicas estejam no âmbito estritamente instrumental, as peças poderiam facilmente conter um texto, aliás, algumas realmente têm. O ouvinte será conduzido a uma realidade onde será possível enxergar ou abrir os ouvidos para a escuta dessa possibilidade da música instrumental, e perceber os múltiplos cantos “escondidos” nas cordas do violão.

Durante o espetáculo o público será transportado para o universo das serestas, dos salões, das ruas e dos rincões onde as violas acompanham o canto. Há também momentos literários, como na execução da música de Waldemar Henrique, “Tema Severino”, que foi composta especialmente para o teatro na adaptação de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto. Em peças como Palhaço e Canção Brasileira, de Egberto Gismonti e Francisco Mignone, respectivamente, também há um diálogo com o poema através de melodias e acordes.

O Festival Violões pela Cidade

O festival nasceu em 2013, dentro do programa Horizontes Musicais, executado pela Fundação Municipal de Cultura, quando foram apresentados 31 concertos. Já a segunda edição contou com 30 apresentações, ambas realizadas em seis centros culturais de BH. Totalmente realizado por artistas locais, nativos ou radicados em Belo Horizonte, a terceira edição do Violões pela Cidade mantém a proposta, porém com maior abrangência. Cada concerto leva ao público uma temática específica dentro do universo violonístico e todos incluem ao menos uma obra de um autor belo-horizontino. Até o mês de novembro, o Festival Violões pela Cidade levará mais de 40 apresentações em oito centros culturais da cidade.

Foto: Christian Pereira