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Grupo Giramundo - Aventuras de Alice no País das Maravilhas no Cine Theatro Brasil Vallourec
O espetáculo propõe o diálogo entre o teatro de bonecos, as artes plásticas, a música e o cinema. Montagem conta com trilha sonora criada por John Ulhoa e vozes de Fernanda Takai e Arnaldo Batista para Alice e o C
Após passear pelo ritmo do jazz e os textos de Beckett, a Mostra Cine Brasil Teatro e Música, realizada pelo Cine Theatro Brasil Vallourec, volta suas atenções para o universo infantil. No dia 2 de novembro, domingo, o grupo mineiro Giramundo apresenta um de seus grandes sucessos, “Aventuras de Alice no País das Maravilhas”. Apresentada pela primeira vez em 2013, a montagem busca inspiração no texto clássico da literatura escrito por Lewis Carroll e reúne 55 bonecos e um ator em cena para contar a história da pequena menina mergulhada em um universo fantástico.
Originalmente publicado em 1865, “Aventuras de Alice no País das Maravilhas” mudou para sempre o curso da literatura, sendo considerada uma das obras mais importantes do gênero nonsense. Na montagem, bonecos do Giramundo dividem o palco com um ator humano – algo raro nas produções do grupo. Beto Militani interpreta Lewis Carroll, cumprindo o papel de narrador da história de sua autoria. A preparação do ator em cena foi feita pelo diretor e integrante do Grupo Galpão, Eduardo Moreira.
A participação do narrador é uma homenagem a um gênio da literatura e um dos grandes desafios da montagem foi tentar entender o fantástico e misterioso Charles Dogson, criador de Lewis Carroll. “Além de escritor, Carroll foi matemático, criador de jogos e um revolucionário estudioso da linguagem, habilidades que trouxeram à sua obra uma notável modernidade. Apesar de o texto ser do século 19, o modo e as ideias de Alice ainda são contemporâneas”, destaca Marcos Malafaia, diretor geral do espetáculo.
“Aventuras de Alice no País das Maravilhas” é o 34º espetáculo da história do Giramundo. Nos últimos anos, o grupo tem produzindo montagens sem segmentar a idade do público. “Não podemos classificar o espetáculo como sendo infantil ou adulto. Cada vez mais, o Giramundo tem criado montagens para toda a família. Independentemente da idade, as cenas conseguem tocar, de forma singular, cada espectador”, defende Beatriz Apocalypse, diretora de Cena e Marionetista – uma das responsáveis por dar vida aos bonecos no palco.
A montagem de Alice consolida a pesquisa e implantação de novas formas artísticas aos espetáculos do Giramundo. Em cena, o teatro de bonecos dialoga com as artes plásticas, vídeo arte e música. Isso porque alguns dos bonecos são digitais, manipulados em tempo real com a tecnologia motion-capture, já utilizada no cinema e rara no teatro de bonecos. Sua proposta consiste em animar um personagem digital, em tempo real, com o uso de “sensores de movimento”, criando a animação do modelo, em vídeo, ao vivo. “O processo de composição de uma montagem com tantos intercâmbios foi o maior desafio da produção”, destaca Marcos Malafaia.
Alice POP
Um dos charmes da montagem de “Aventuras de Alice no País das Maravilhas” é a música, composta e executada por John Ulhoa e Fernanda Takai, do Pato Fu. A história clássica ganha um tom contemporâneo junto à energia acústica de guitarra, baixo, bateria e efeitos eletrônicos. Vinte e sete músicas foram compostas e, no futuro, podem se transformar em um CD com a trilha sonora do espetáculo.
A parceria entre o Giramundo e os dois começou com a produção do show Música de Brinquedo, do Pato Fu. Após a turnê, sucesso em todo o país, a direção do grupo e John Ulhoa iniciaram uma intensa troca de e-mails. Debates incansáveis sobre o papel de cada personagem na trama e o impacto da música em cada cena fizeram com que a produção da trilha sonora fosse tão desafiadora (e divertida) quanto a própria montagem. “O texto de Lewis Carroll se aproxima em muitos sentidos do rock n' roll, em sua emoção, em seu espírito rebelde, nos jogos de palavras e numa permanente busca de liberdade, portanto, Alice soa muito bem cravejada de guitarras”, afirma Marcos Malafaia.
O rock também está presente nas vozes durante todo o espetáculo. Fernanda Takai empresta seu timbre inconfundível à dublagem de Alice. Já a voz do Chapeleiro Maluco é interpretada por Arnaldo Baptista, do Mutantes.
"Aventuras de Alice no País das Maravilhas" participou, em 2014, do 1º Prêmio Copasa Sinparc de Artes Cênicas. O espetáculo ganhou, na categoria Teatro Infantil, os prêmios de:
- Trilha sonora original (John Ulhôa e Fernanda Takai)
- Criação de luz (Ricardo Da Mata)
- Melhor figurino (Beatriz Apocalypse e Maria do Céu)
- Melhor ator (Beto Militani)
- Melhor diretor (Marcos Malafaia)
- Melhor espetáculo.
Sobre o Giramundo
O Grupo Giramundo foi fundado em 1970, em Belo Horizonte, pelos artistas plásticos e professores Álvaro Apocalypse, Terezinha Veloso e Madu Vivacqua. Desde então, manteve-se atuante, tornando-se referência como uma das mais expressivas companhias de teatro de bonecos do mundo. Em 43 anos, foram criados 34 espetáculos. O ritmo acelerado de produção foi um dos responsáveis pela significativa coleção de bonecos do grupo e da formação de uma ampla experiência de montagem de espetáculos para teatro de bonecos nas mais diversas formas. Teatro experimental, óperas, teatro de rua e teatro educativo são vertentes de trabalho do Grupo. Além disso, o Grupo já construiu bonecos para outros espetáculos, shows e minissérie de TV.
Como resultado da trajetória ininterrupta de trabalho, o grupo organizou sua estrutura em torno de Teatro, Museu e Escola Giramundo, englobando atividades ligadas à criação, memória e educação. Toda infraestutura do grupo funciona na sede, onde também são construídos e modelados os bonecos, além de realizados os ensaios. Atualmente, o grupo conta com 20 integrantes fixos, sendo 10 marionetistas. Ao longo da trajetória, o grupo já se apresentou em mais de 70 cidades de todos os estados brasileiros e em 13 países (França, Inglaterra, Itália, México, Estados Unidos, Uruguai, Argentina, Venezuela, Equador, Bulgária, Bélgica, Suíça e Rep. Tcheca).
Mostra Cine Brasil Teatro e Música
A curadoria dos espetáculos teatrais adultos da Mostra é feita pelo Galpão Cine Horto, centro cultural do Grupo Galpão que há 15 anos se dedica à formação, ao fomento e ao estímulo à criação nas artes cênicas. A seleção dos espetáculos que serão apresentados no Cine Theatro leva em conta a pesquisa artística e continuada dos grupos e suas possibilidades de compartilhamento com a sociedade. Por isso, em paralelo, a Mostra Cine Brasil Teatro, por meio de parceria com o Galpão Cine Horto, promoverá ações pedagógicas durante o projeto, uma forma de estabelecer o intercâmbio de conhecimento e experiência dos grupos com a comunidade artística de Belo Horizonte.
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