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Em um mundo onde os recursos naturais são limitados, o consumo consciente vai muito além de comprar menos. Trata-se de uma atitude na qual as pessoas avaliam as escolhas de produtos e serviços com foco no impacto que a prática de consumir causa ao meio ambiente e à sociedade. 

Nesse contexto, é fundamental começar a educar as crianças, desde cedo, sobre consumo consciente, conforme destaca Wagner Cardoso, professor da área de Gestão da Faculdade Una Sete Lagoas, “porque isso molda essa tomada de consciência, os hábitos e os valores que elas levarão para a vida adulta”. 

Com a exposição constante a estímulos de marketing, é importante que os pequenos aprendam a distinguir entre o que é necessário e o que é supérfluo. “Isso ajuda a construir uma mentalidade responsável, que valoriza o uso consciente dos recursos, impacta positivamente o meio ambiente e promove uma relação saudável com o dinheiro. Ensinar essas noções desde cedo contribui para que se tornem consumidores mais responsáveis no futuro”, evidencia o docente.

Para Wagner, uma das principais dicas para as famílias ensinarem seus filhos sobre consumo consciente é incluí-los nas conversas sobre finanças domésticas, explicando de maneira simples o conceito de orçamento e a importância de fazer escolhas. “Envolvê-los em decisões de compra, como comparar preços e avaliar a necessidade de um item, também é uma maneira prática de educar”, salienta.

Outra orientação é incentivar o reuso, mostrando a relevância de doar brinquedos que já não são utilizados ou comprar itens de segunda mão. “Além disso, é significativo discutir o impacto ambiental do consumismo e promover a reflexão sobre o que é realmente essencial”, ressalta o professor.

De acordo com o docente, o ato de comprar pode se tornar uma oportunidade de aprendizado quando transformado em um processo de reflexão e análise. “Os pais podem, por exemplo, ensinar os filhos a criarem uma lista de desejos e priorizar o que realmente precisam, evitando fazer adquirir itens por impulso”.

Levar as crianças às compras e mostrar a comparação de preços, a qualidade das mercadorias, e o impacto no orçamento familiar são formas de estimular o pensamento crítico. “É essencial reforçar a noção de que cada compra tem consequências, seja no meio ambiente ou no uso de recursos financeiros”, evidencia o professor.

O consumo consciente é um dos pilares de um futuro mais sustentável, explica Wagner, “pois promove a utilização responsável dos recursos naturais, evita desperdícios, incentiva a produção e o consumo de produtos que respeitam o meio ambiente. Quando priorizamos a qualidade sobre a quantidade e optamos por artigos que tenham menor impacto ambiental, contribuímos para a redução de resíduos e a preservação dos ecossistemas. Ensinar esse comportamento às próximas gerações é crucial, pois elas serão os futuros consumidores e tomadores de decisões que poderão promover uma economia mais verde e justa”.

Segundo o professor, a tecnologia pode ser uma excelente aliada na educação financeira infantil, “por meio de aplicativos e jogos que simulam a administração de dinheiro, permitindo que aprendam sobre orçamento, economia e a importância de poupar de forma lúdica e interativa. Há também plataformas digitais que ensinam sobre sustentabilidade e consumo responsável, ajudando os pequenos a entenderem os impactos de suas escolhas no meio ambiente. Além disso, vídeos educativos e cursos online podem ser ferramentas eficazes para ensinar esses conceitos de maneira envolvente e acessível”, ressalta.

Wagner reforça que o consumo consciente vai além da questão financeira, é também uma atitude de cidadania. “Iniciar conversas sobre solidariedade, doação e a importância de compartilhar, criando um ciclo de boas práticas desde a infância. Ensinar as crianças a fazerem escolhas informadas e responsáveis ajuda a construir uma sociedade mais justa, onde o valor é dado ao que realmente importa e o impacto no ambiente e na comunidade é considerado”. 

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Foto: FreePik