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O bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, recebe no dia 31 de outubro, às 20h, a exibição do documentário “A Casa de Dona Helena Greco”, dirigido por Luciene Araujo. A sessão acontece na Casa Aberta, e será seguida de uma roda de conversa sobre memória, resistência e direitos humanos, com entrada gratuita.

O filme foi realizado a partir de arquivos filmados pela diretora e acompanhados por dez anos. Mergulha na trajetória de Helena Greco, símbolo da luta democrática e dos direitos humanos em Minas Gerais, que transformou sua própria casa em refúgio e ponto de encontro de movimentos sociais.

O filme traz depoimento dos filhos, netos e de Suzana Lisboa, companheira de Luiz Eurico Tejera Lisboa, cujo corpo foi o primeiro a ser encontrado entre os desaparecidos políticos da ditadura.  Pianista, Dona Helena expressava na música uma sensibilidade que atravessava o cotidiano. O som do piano que ecoava por sua casa na região central de Belo Horizonte se mistura às vozes que ela acolheu ao longo dos anos, militantes, estudantes, artistas e mães, compondo uma sinfonia de coragem e humanidade que dá o tom ao documentário.

Para a diretora Luciene Araujo, “a casa simboliza um espaço onde significados são apropriados à medida que reinterpretamos o local. Memórias individuais contribuem e se entrelaçam com a história coletiva. Helena Greco transformou o espaço doméstico, acolhendo diversos movimentos sociais e promovendo um humanismo que fortaleceu sua luta feminista pelos direitos humanos. Esse ideal amplo a levou a aproximar ativistas, pessoas, grupos e instituições em um dado momento histórico do país”, afirma.

Luciene acrescenta que o documentário também revisita a memória de uma geração marcada pela resistência à ditadura. “Ao olhar para a casa de Helena Greco, também olhamos para uma geração que combateu o autoritarismo e acreditou na força do diálogo e da solidariedade como caminhos de transformação. Essa memória é coletiva, viva e necessária.”

A exibição chega à Casa Aberta, espaço independente que acolhe atividades culturais, encontros e projetos voltados à arte, residências artísticas e a convivência e ao cuidado. A Casa Aberta é também conhecida por fortalecer o trabalho de psicanalistas com encontros, pesquisas e locais de trabalho.

O percurso do circuito reforça o conceito central do filme: as casas como lugares de encontro, memória e reconstrução política, onde a história se mantém viva pela partilha de experiências. “A Casa de Dona Helena Greco” é um convite à escuta e à continuidade de sua luta. Ao abrir portas e janelas para novas vozes, o documentário reafirma que a memória não pertence apenas ao passado, mas é uma força ativa, capaz de inspirar o presente e fortalecer o futuro.

Informações
Exibição do documentário “A Casa de Dona Helena Greco”
Data: 31 de outubro (sexta-feira)
Horário: 20h
Local: Casa Aberta – Rua Gonçalves Chaves, 25 - Santa Tereza, Belo Horizonte.
Após o filme: roda de conversa sobre memórias, democracia e direitos humanos
Entrada gratuita

Crédito da foto: Luciene Araujo.