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Ritmos da Rua
Oficinas on-line de percussão ensinam os sons do Carnaval de BH
O percussionista e regente Pedro Thiago, o Petê, e Chaya Vazquez, coordenadora na MALTA - Mulheres da América Latina Reunidas pelo Tambor, pensando em contribuir mais para cena intensa do Carnaval da capital mineira, criaram o projeto “Ritmos da Rua”, que está em sua segunda edição. A empreitada disponibiliza quatro videoaulas, com duração de 8 a 10 minutos, além de um vídeo com exercícios práticos, todos disponíveis no canal oficial do YouTube. Nas aulas serão apresentadas as técnicas para tocar ritmos autorais que serão executados por convidados, com metodologia que permite um aprendizado rápido e acessível para um público estimado de seis mil pessoas. As videoaulas podem ser acessadas a partir de 25 de outubro, sexta-feira, gratuitamente.
O Ritmos da Rua leva para o público de qualquer faixa etária, batuqueiros, regentes, percussionistas, professores de música e entusiastas em geral, a forma de como tocar os ritmos que fazem o carnaval de BH. “Essa ideia nasceu do desejo de registrar e difundir a sonoridade única do nosso carnaval, que se tornou uma rica plataforma percussiva”, explica Petê. O regente observa que o a festa de Momo na capital mineira abriu a sonoridade da cidade. “Através do carnaval de rua, Belo Horizonte foi palco da chegada de ritmos da Bahia, Colômbia, Balcãs e Cuba, além de novos instrumentos de percussão, que antes não eram comuns por aqui. Esses elementos passaram a coexistir e, em muitos casos, se fundiram, gerando novos arranjos e trazendo à cidade uma sonoridade renovada”, afirma.
Outro aspecto importante do Ritmos da Rua é a sua contribuíção para democratizção do acesso ao conhecimento musical que o carnaval oferece de forma acessível. “Com profissionais experientes no processo de revitalização do Carnaval de BH, o projeto colabora ativamente com a cadeia produtiva local e abre espaço para novos talentos da percussão, mantendo-se fiel à proposta de um evento popular e inclusivo”, diz Petê.
“Todos os instrutores são referências no carnaval, em seus blocos, criadores e fazedores musicais. Os ritmos trazidos foram arranjados por eles para os blocos que conduzem”, explica Petê. Analu Braga vai ensinar o Cravo e Canela, Samantha Rennó mostra o Trap Moustache Queens, Alcione Oliveira oferece o Jongo, Jefferson Gomes mostra Ilú funk e ainda há uma aula de movimentos técnicos básicos de percussão com Petê. O formato on-line, segundo ele, é para garantir maior acessibilidade ao conteúdo. “Está disponível gratuitamente por meio do YouTube e as aulas estão muito bem detalhadas, instrumento por instrumento”, atesta. Petê também explica que o formato de oficina é o ideial para este tipo de conteúdo. “É a forma como historicamente ensinamos aos batuqueiros e batuqueiras dos blocos que participamos a praticarem os ritmos. Inicialmente solfejando a levada do instrumento, depois executando em um andamento lento”, observa.
Mais que ensinar a tocar os ritmos do carnaval da capital mineira, o Ritmos da Rua pretente fazer uma imersão na música oriunda do batuque do tambor que vem de África e embala a festa de Momo. “Queremos fortalecer o Carnaval de Belo Horizonte, incorporando acessibilidade e valorizando a natureza lúdica do evento que promove encontros, cultura e economia. Nossa meta é despertar o interesse pela musicalidade da cidade e oferecer uma plataforma de ensino constante”, conclui Petê.
Sobre as videoaulas
AULA 1 – Analu Braga - Cravo e Canela
Ritmo desenvolvido em homenagem a música Cravo e Canela, de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, um ritmo em compasso ímpar, como se fosse um “samba em 3”.
AULA 2 - Samantha Rennó - Trap Moustache Queens.
Arranjo resultante da pesquisa musical desenvolvida no trabalho da banda Moustache Queens, que envolve Trap e maracatu. O trap é um ritmo norte-americano e hoje em dia se difundiu tanto que está presente na maioria dos ritmos contemporâneos do universo pop.
AULA 3 – Alcione Oliveira – Jongo
Ritmo que tem suas origens na região africana do Congo-Angola. Chegou ao Brasil-Colônia com os negros de origem bantu trazidos como escravos para o trabalho forçado nas fazendas de café do Vale do Rio Paraíba, no interior dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. O jongo é uma dança profana, para o divertimento, mas uma atitude religiosa permeia a festa. Antigamente, só os mais velhos podiam entrar na roda. Os jovens ficavam de fora observando. Os antigos eram muito rígidos com os mais novos e exigiam muita dedicação e respeito para ensinar os segredos ou “mirongas” do jongo e os fundamentos dos seus pontos. O jongo é uma dança dos ancestrais, dos pretos-velhos escravizados, do povo do cativeiro, e por isso pertence à “linha das almas”.
AULA 4 - Jefferson Gomes – Ilú Funk
Proveniente dos terreiros de candomblé de origem nagô com desenvolvimento de uma leitura para o bloco afro Angola Janga e o grupo de Samba de roda, Samba da Meia Noite que permitiu desenvolver Instrumentação básica de samba afro (naipe de surdos, caixa, repinique e timbau).
Serviço: Ritmos da Rua
Oficinas on-line de percussão
Data: 25/10, sexta-feira
Local: Canal oficial do Ritmos da Rua no YouTube
https://www.youtube.com/@RitmosdaRua
Perfil IG: @osritmosdarua
Foto: Tamás Bodolay
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