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Cine Sesc Palladium recebe a Mostra Cineclube Comum: Políticas do Cinema Moderno

O Cine Sesc Palladium recebe, de 23 de outubro a 4 de dezembro, a Mostra Cineclube Comum, que busca constituir um pequeno panorama de um tempo em que, como escreveram os críticos Jean Narboni e Jean-Louis Comolli, “a política não era inimiga da beleza”. Entre a segunda metade dos anos 1960 e o início da década seguinte, a história do cinema viveu um período tão importante quanto desconhecido: no auge da modernidade cinematográfica, surgiam de todos os cantos – da Polônia aos Estados Unidos, da Hungria à República Tcheca, da França ao Japão – realizadores independentes que aliavam, em suas obras, a mais densa reflexão crítica e a mais vigorosa experimentação estética. Em seis sessões comentadas – realizadas sempre às quartas-feiras, às 20h – serão realizados debates com pesquisadores, críticos ou cineastas. A entrada é gratuita mediante retirada de senha com 1h de antecedência. Espaço sujeito a lotação. SOBRE A MOSTRA Contrariando uma concepção restrita da “arte engajada”, preocupada com a veiculação de mensagens através de narrativas banais e pouco inventivas, cineastas, como o estadunidense Robert Kramer, o casal francês Jean-Marie Straub e Danielle Huillet, os italianos Marco Bellocchio e Bernardo Bertolucci, o polonês Jerzy Skolimowski, a tcheca Vera Chytilova, o húngaro Miklós Jancsó e os japoneses Yoshishige Yoshida e Nagisa Oshima, realizaram obras ao mesmo tempo contestadoras e belas, críticas e experimentais. Num momento em que o mundo era sacudido pela efervescência militante, esses jovens realizadores ousavam incidir, a um só tempo, sobre os rumos do cinema e da política. Ao longo do século XX – e, em alguns casos, chegando até a contemporaneidade – todos eles seriam autores de trajetórias extensas e incontornáveis, que colocariam seus nomes, de uma vez por todas, na história da arte cinematográfica e no coração de cinéfilos de todo canto. A mostra busca dar visibilidade e promover a discussão, no cenário belo-horizontino, de um período fundamental da história do cinema. A seleção de obras é fruto de um intenso trabalho de pesquisa, e inclui uma diversidade de filmes que vão do documentário militante à comédia de humor negro, do drama histórico ao delírio iconoclasta – sempre tendo como fio condutor a convivência entre ousadia formal e engajamento político. Embora esses filmes tenham sido reconhecidos, à época, tanto por festivais prestigiosos, como os de Veneza e Cannes, quanto por revistas influentes, como a francesa Cahiers du Cinéma e a estadunidense Film Culture, sua circulação em território brasileiro ainda permanece muito aquém de sua relevância. A maioria das obras sequer foi lançada em DVD no Brasil, e algumas delas só foram exibidas, de forma esparsa, em algumas poucas ocasiões. Ao propor a mostra, pretende-se contribuir com a constituição, na capital mineira, de um território de exibição e reflexão em torno de um cinema vivo e pulsante, que não tem encontrado lugar nas salas existentes na cidade.

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