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O Samba Entra na Pauta da Casa do Jornalista

 

A partir desta semana um novo projeto promete levar uma programação periódica para a Casa do Jornalista. Mensalmente, o Baile do Álvares reunirá dois grupos representativos dos mais diversos estilos do samba. Para a inauguração, um encontro do passado e do presente com as apresentações do grupo Camafeu e de Eduardo Pio e “Balança, mas não cai”.  O samba de roda e o samba-rock serão a pauta desta animada celebração à música brasileira.

 
Ao contrário do que possa parecer, há algum tempo o samba tomou conta de Belo Horizonte. A terra do Clube da Esquina abraçou o ritmo de origem que se consagrou nos morros cariocas e que ajudou a criar parte da moderna identidade cultural brasileira. Com pelo menos quatrocentos grupos e artistas atuando por toda a cidade, o samba saiu da periferia e ganhou toda a capital mineira. Porém, tamanha concorrência fez com que muitos grupos, ao longo dos anos, se submetessem às exigências para tocar as novidades da indústria cultural de massa, a fim de agradar o grande público, que muitas vezes não conhece toda a variedade de estilos e a excelência de alguns dos grandes mestres do gênero.

É preciso fugir dos estereótipos e proporcionar espaço para alguns dos grandes clássicos do gênero, trazer a tona o lado B, relembrar composições de sucesso esquecidas pelo tempo, dar espaço para o trabalho autoral dos músicos mineiros. Mas, sobretudo, é necessário que se alcance o público capaz de absorver e aplaudir uma iniciativa como essa. Partindo destes princípios, um grupo de músicos e de produtores de Belo Horizonte resolveu se juntar para dar espaço para encontros entre os mais diferentes estilos musicais do samba. Em busca de um local de fácil acesso, mas que tivesse um histórico de iniciativas culturais relevantes, eles encontraram na Casa do Jornalista o ponto ideal para uma nova iniciativa musical.

Para dar nome ao projeto resolveram homenagear o descobridor português Pedro Álvares Cabral. A alusão ao navegador vem de encontro ao desejo de trazer novos ares ao samba local, redescobrindo por meio da música toda a alegria que o mais genuíno ritmo brasileiro pode proporcionar. Mas, acima de tudo, é também uma alegre referência à avenida onde se localiza o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, local que abriga a Casa do Jornalista. Assim, não poderia ser outro o nome do projeto que pretende mensalmente promover a união do samba, da intelectualidade e da cultura em uma animada confraternização – o Baile do Álvares.

Atrações

Para começar o projeto seus idealizadores se uniram também no palco. O primeiro grupo que se apresentará na abertura do baile, na sexta-feira, 16 de outubro, será o Camafeu.  Com um currículo considerável para quem tem apenas quatro anos de estrada, o grupo tem um repertório composto por clássicos de gênios como Cartola, Adoniran Barbosa, Noel Rosa, Zé Keti, Chico Buarque, Nelson Cavaquinho, Ataulfo Alves, Paulinho da Viola, dentre outros.
 
Formado por músicos oriundos de outras bandas, ou acostumados a trabalhar com nomes consagrados do cenário local, os integrantes do Camafeu se reuniram atraídos por um desejo: valorizar a mais pura linhagem do samba. Além de ser um ativo representante do samba de roda, dos maxixes, das marchinhas, e dos sambas enredos, o Camafeu é reconhecido por criar arranjos para sucessos do passado, revitalizando grandes composições esquecidas pelo grande público.

O Baile do Álvares traz ainda uma segunda atração: Eduardo Pio e a banda “Balança, mas não cai”.  Com estilo e formação completamente diferente dos outros proponentes do projeto, a promessa é de um show igualmente dançante, mas voltado a temas e composições mais contemporâneos. O repertório exalta precursores do samba-rock como Jorge Ben e Wilson Simonal, mas apresentará principalmente as canções autorais de Eduardo Pio, lançadas este ano com o CD “Conversas de bar”.

Eduardo Pio chega ao Baile do Álvares com todo o conhecimento acumulado em sua formação como Bacharel em Música ou nos diversos trabalhos que desenvolve em sua carreira. Multiartista, ele atua como regente e diretor musical do Grupo Vocal “Casa Vos”, como músico, palhaço e cantor na ONG “Trupcando em Sonhos-BH”, como violonista do projeto “Canções de Brechó”, como sócio e curador do bistrô de música “Atelier do Som”, como produtor musical do selo “Sambeiro – Trabalhadores do Samba” e do Duo Vintage.

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