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Grupo paraibano traz sessões gratuitas de teatro a BH
Espetáculo Memórias de um Cão, do Coletivo de Teatro Alfenim, em cartaz de 24 a 31/10, no Sesc Palladium. Peça é baseada na obra de Machado de Assis
Pela primeira vez em temporada em Belo Horizonte, o grupo paraibano Coletivo de Teatro Alfenim traz para a capital mineira o espetáculo Memórias de um Cão, inspirado no romance machadiano Quincas Borba. As apresentações ocorrem no Teatro de Bolso Júlio Mackenzie, no Sesc Palladium (R. Rio de Janeiro, 1046 – Centro), de 24 a 31 de outubro. A entrada é gratuita e a classificação do espetáculo 14 anos. A temporada integra o projeto de manutenção Figurações Brasileiras, com patrocínio da Petrobras.
No dia 24/10 (sábado), as sessões são às 19h e às 21h. No dia 25 (domingo), os horários são 17h e 19h. De 27 a 30 (terça a sexta-feira), haverá apenas uma apresentação às 21h. Já no dia 31 (sábado), 19h e 21h. Ao todo, serão dez apresentações.
Os ingressos devem ser retirados uma hora antes do espetáculo nas bilheterias do Sesc Palladium. As escolas interessadas em agendar excursão podem entrar em contato pelo e-mail oficinaalfenim@gmail.com.
OFICINA
Além das apresentações teatrais, o Coletivo de Teatro Alfenim também oferece oficina para profissionais de teatro em formação, com o tema “Exercícios para uma cena dialética”. Ela ocorre nos dias 27 e 28 de outubro, sempre das 9h às 13h, no Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart), da Fundação Clóvis Salgado (Av. Afonso Pena, 1537 – Centro). São 20 vagas no total. As inscrições gratuitas podem ser feitas pelo e-mail oficinaalfenim@gmail.com, até o dia 25 de outubro.
MEMÓRIAS DE UM CÃO - SINOPSE
Memórias de um Cão narra a trajetória de ascensão e queda de Rubião, um mestre-escola interiorano que, às vésperas da abolição da escravatura, se muda para a Corte, após receber uma herança de seu benfeitor, Quincas Borba, um típico escravocrata, autodenominado filósofo, que ocupa seus dias ociosos de proprietário e rentista com especulações amalucadas sobre a “natureza humana”.
Como condição para usufruir a herança, o recém-endinheirado deve cuidar do cão Quincas Borba, que tem o mesmo nome de seu benfeitor. Essa exigência testamentária, uma variante do pacto fáustico, traduz na prática as determinações do “Humanitismo”, espécie de doutrina heterodoxa criada por Quincas Borba, cujo princípio pode ser sintetizado na máxima “Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas”.
Tornado capitalista da noite para o dia, Rubião irá flanar pelas ruas elegantes de um Rio de Janeiro em processo vertiginoso de modernização, buscando inserir-se num círculo de relações de favor, marcadas pelo preconceito de classe e pela futilidade de um mundo apartado do trabalho.
Enquanto torra o dinheiro da herança, o mestre-escola experimenta uma vida de luxos e compensações imaginárias a tal ponto irreais que pensa ser o próprio Imperador francês Napoleão III, numa clara alusão às pretensões da elite brasileira de tornar o Brasil uma nação do primeiro mundo, com a importação de um liberalismo fora do lugar e vistas grossas ao tráfico de escravos.
COLETIVO DE TEATRO ALFENIM
O Alfenim é um coletivo teatral que nasceu em 2007, com o objetivo de criar uma obra autoral baseada em assuntos brasileiros. O coletivo trabalha com o conceito de dramaturgia em processo, no qual o texto de suas montagens é criado na sala de ensaios com a participação dos atores e demais artistas colaboradores.
Ao longo desses anos, o grupo trabalhou para a formação de plateias a partir de eventos paralelos às montagens, como seminários, oficinas e debates sobre os temas abordados em sua pesquisa. Os ensaios e as atividades formativas do grupo ocorrem em sua sede, a Casa Amarela, em João Pessoa, na Paraíba. O repertório do Alfenim reúne as montagens Brevidades, O Deus da Fortuna, Milagre Brasileiro, Quebra-Quilos e a intervenção de rua Histórias de Sem Réis.
Foto: Divulgação/Memórias de um Cão
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