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Cia. Club Noir e Nathalia Timberg apresentam espetáculo inédito em BH: "Tríptico Samuel Beckett"
Espetáculo fará apresentações nos dias 25 e 26 de outubro, no Cine Theatro Brasil Vallourec.
Dirigidas pelo experiente Roberto Alvim, as jovens atrizes da companhia paulista Club Noir dividem o palco com a dama do teatro brasileiro, Nathalia Timberg, na nova montagem do grupo, “Tríptico Samuel Beckett”. O grupo se apresenta em Belo Horizonte nos dias 25 e 26 de outubro, sábado às 21h e domingo às 19h, no Cine Theatro Brasil Vallourec, dentro do projeto Mostra Cine Brasil Teatro e Música, com curadoria do Galpão Cine Horto.
Além das apresentações, a companhia Club Noir oferecerá aos artistas mineiros uma oportunidade de intercâmbio e aperfeiçoamento nos dias 25 e 26 de outubro. Ministrado pela atriz e professora Juliana Galindo, o workshop “Atuação como construção do tempo, do espaço e do imaginário”, que será realizado no Galpão Cine Horto, apresenta a pesquisa do grupo sobre a materialidade do texto. As inscrições são gratuitas e estão abertas até o dia 20 de outubro. Os interessados devem enviar currículo para cursos@galpaocinehorto.com.br. Outras informações: www.galpaocinehorto.com.br
“Tríptico Samuel Beckett” sintetiza a obra de um dos maiores escritores do século 20, o irlandês Samuel Beckett, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura. Trata-se de uma livre adaptação da trilogia final de Beckett, composta pelas obras “Para o Pior Avante”, “Companhia” e “Mal Visto Mal Dito”, textos que sintetizam a visão de mundo “beckettiana” e que configuram seu testamento artístico. Em termos formais, esta trilogia é sua obra mais radical, uma carta de despedida na qual o dramaturgo condensa de modo brilhante e profundamente tocante tudo aquilo que apreendeu da vida e da arte.
Para o diretor Roberto Alvim, a peça é uma resposta do século 21 à obra do maior autor do século 20 e o dramaturgo mais emblemático da ideia de vanguarda. “Como nos aventurarmos hoje pelo vazio proposto por Beckett? Como nos irmanarmos ao convite oferecido por este barqueiro, nesta jornada por dimensões inomináveis da experiência humana? Como renovarmos nosso olhar sobre sua obra, presentificando outros modos de experienciarmos sua excêntrica proposição estética?”, questiona. “Navegarmos hoje por este descaminho, rota sem norte, que permanece como o grande ultimato a toda ideia de sentido... Não se trata aqui do que nós faremos com Beckett, mas sim do que Beckett fará conosco, homens do século 21”, completa.
Três atrizes no palco
Nathalia Timberg, Juliana Galdino e Paula Spinelli estão juntas no palco durante todo o tempo de “Tríptico Samuel Beckett”. Elas dão vida a uma mulher em três idades (infância, maturidade e velhice), que contracenam dentro da própria cena. “A peça acontece no espaço mental dessa mulher, então as três idades estão juntas”, explica Alvim, que acrescenta ainda que as atrizes estarão imóveis e na penumbra. “As cenas são pautadas pela voz humana e a partir disso o público constrói as imagens.”
O espetáculo é o primeiro texto de Samuel Beckett que a atriz Nathalia Timberg encena. O diretor Roberto Alvim conta que, quando leu “Mal Visto Mal Dito”, logo pensou em levá-lo aos palcos e fez uma tradução da obra. E quando decidiu montar o espetáculo, pensou imediatamente em Nathalia Timberg que, em sua opinião, é a melhor da geração dela.
“Nathalia Timberg dança com a morte sobre o palco modelando o tempo, o espaço e nossas sensibilidades como um arqueiro zen sem medo algum de se abismar. Sua atuação é um convite para nos irmanarmos com o implacável. Já Juliana Galdino é o único gênio de verdade que eu conheço. Dona de uma compreensão profunda da tragédia humana, ela é capaz de trilhar com uma precisão abissal caminhos instaurados por outras e imprevisíveis formas de habitar a existência. Paula Spinelli fez comigo as tragédias de Ésquilo e conquistou um nível técnico assombroso, colocando-se hoje como uma atriz que, com menos de 25 anos, tem um domínio de seu corpo e de sua voz absolutamente extraordinários”, enfatiza o diretor.
Em “Tríptico Samuel Beckett”, Roberto Alvim promove uma síntese da obra de Samuel Beckett concretizando cenicamente suas questões formais e existenciais, em uma trajetória que principia dentro da mente do artista (em “Para o Pior Avante”); se abre para cada um dos membros da plateia, na incitação/invenção/apropriação de memórias (em “Companhia”); e decanta na alteridade: a presença de um outro que coexistirá conosco, estranho e, ao mesmo tempo, reconhecível (em “Mal Visto Mal Dito”).
Mostra Cine Brasil Teatro e Música
A curadoria dos espetáculos teatrais adultos da Mostra é feita pelo Galpão Cine Horto, centro cultural do Grupo Galpão que há 15 anos se dedica à formação, ao fomento e ao estímulo à criação nas artes cênicas. A seleção dos espetáculos que serão apresentados no Cine Theatro leva em conta a pesquisa artística e continuada dos grupos e suas possibilidades de compartilhamento com a sociedade. Por isso, em paralelo, a Mostra Cine Brasil Teatro, por meio de parceria com o Galpão Cine Horto, promoverá ações pedagógicas durante o projeto, uma forma de estabelecer o intercâmbio de conhecimento e experiência dos grupos com a comunidade artística de Belo Horizonte.
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