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Coral Lírico de Minas Gerais apresenta obras de Johannes Brahms no Palácio da Liberdade
Obras memoráveis do Romantismo na música, as peças representam a amplitude estética do compositor e serão regidas pelo maestro Lucas Viana, com acompanhamento ao piano de Fred Natalino
Em mais uma edição da série “Lírico no Museu", o Coral Lírico de Minas Gerais se apresenta no Palácio da Liberdade, com repertório exclusivamente dedicado à obra coral de Johannes Brahms, compositor alemão do século XIX e grande expoente do Romantismo na música. Sob a regência do maestro Lucas Viana e com acompanhamento ao piano de Fred Natalino, o concerto será na quinta-feira (16/10), às 19h. A entrada é gratuita, sem retirada prévia de ingressos, e o espaço está sujeito à lotação.
O programa reúne três ciclos corais que ilustram a amplitude estética da obra do compositor: “Liebeslieder-Walzer [Valsas de Amor]” (1859), os “4 Quartetos” (1884), e os “Zigeunerlieder [Canções Ciganas]” (1887). Compostas em um arco temporal de três décadas, essas peças, ao serem colocadas lado a lado, evidenciam o lugar singular de Brahms no repertório coral do século XIX: um compositor que soube transitar entre o rigor da tradição erudita, o lirismo da canção romântica e o frescor das inspirações populares.
“Lírico no Museu” é realizado pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais e Fundação Clóvis Salgado. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm a Cemig como mantenedora, Patrocínio Master do Instituto Cultural Vale e Grupo Fredizak, Patrocínio Prime do Instituto Unimed-BH e da ArcelorMittal, Patrocínio da Vivo e correalização da APPA – Cultura & Patrimônio. A ação é viabilizada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Vale-Cultura. Governo do Brasil: do lado do povo brasileiro.
Sem concessões artísticas — Uma característica das famílias europeias de classe média, no século XIX, era a presença de piano em casa e um cultivo amador da música de concerto. Apesar de o hábito não ter pretensões profissionais, os músicos amadores apresentavam grande capacidade técnica, o que conferia segurança aos compositores para explorarem as riquezas musicais em suas peças. Afinal, a repercussão em círculos alargados era muito provável, porque os apreciadores conseguiram executar as obras em momentos de lazer. Brahms aproveitou-se dessa singularidade e compôs peças ousadas, mas que dialogavam com o público.
Os “Liebeslieder-Walzer” foram inspirados no gênero da valsa vienense e compostos inicialmente para canto a quatro vozes e piano a quatro mãos. Neles, o compositor alia simplicidade melódica, ritmo dançante e uma atmosfera de salão, sem perder a sofisticação harmônica que caracteriza sua escrita. Nos “4 Quartetos”, compostos para piano e coro de câmara (grupo vocal de até 40 pessoas), Brahms alcança uma síntese entre a tradição coral germânica e a densidade lírica, marcada por refinado tratamento contrapontístico — contraponto é uma técnica de composição em que mais de uma melodia aparece simultaneamente na música, e ambas se inter-relacionam para, a partir da multiplicidade, produzir uma síntese.
Já os “Zigeunerlieder”, concebidos com base em poemas traduzidos do húngaro, revelam o fascínio de Brahms pela música folclórica da Europa Central. As canções evocam o imaginário cigano com grande vigor rítmico, desenhos melódicos característicos e harmonias muito vivas e exuberantes, que remetem às sonoridades populares estilizadas.
Audição in loco – Lucas Viana, maestro que conduz o concerto, travou seu primeiro contato com essas obras na Alemanha, país de origem de Brahms. Para ele, o fato dá um sentido especial para a regência, intensificada pelo engajamento que ele percebe no coro diante das peças. “Minha introdução às obras que apresentaremos neste concerto se deu durante um período em que estive na Alemanha, e desde então criei uma afinidade profunda com esse repertório e com o universo musical que ele representa. É uma alegria e uma grande honra revisitar essas obras agora à frente do Coral Lírico de Minas Gerais, um grupo de excelência formado por artistas de enorme sensibilidade e potência expressiva. É muito gratificante ver como o coro se apropria dessas peças com tanta entrega. Tenho certeza de que este será um concerto marcante, capaz de transmitir ao público toda a força e a delicadeza do Romantismo alemão.”
CORAL LÍRICO DE MINAS GERAIS – Criado em 1979, o Coral Lírico de Minas Gerais foi declarado Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais. Interpreta repertório diversificado, incluindo motetos, óperas, oratórios e concertos sinfônico-corais. Participa da política de difusão do canto coral, por meio da Fundação Clóvis Salgado (FCS), a partir da realização das séries Concertos da Liberdade – Lírico ao Meio-Dia e Lírico em Concerto –, Coral Lírico na Cidade e Noites Líricas, além de integrar as temporadas de óperas da FCS. O Coral Lírico de Minas Gerais teve como regentes Luiz Aguiar, Marcos Thadeu Miranda Gomes, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Ângela Pinto Coelho, Eliane Fajioli, Silvio Viegas, Charles Roussin, Afrânio Lacerda, Márcio Miranda Pontes, Lincoln Andrade e Lara Tanaka.
FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS. A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado é responsável, ainda, pela gestão do Circuito Liberdade, do qual fazem parte o Palácio das Artes e a CâmeraSete, entre outros diversos equipamentos. Em 2021, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.
“Lírico no Museu” – Coral Lírico de Minas Gerais no Palácio da Liberdade
Data: 16 de outubro
Horário: 19h
Local: Palácio da Liberdade (Praça da Liberdade, Funcionários – Belo Horizonte)
Classificação indicativa: 10 anos
Entrada gratuita, sem necessidade de ingresso e sujeita à lotação do espaço
Foto: Paulo Lacerda
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