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Como uma ideia musical pode ser transformada, transfigurada? Como uma mesma coisa pode ser dita de várias formas? Como nossa percepção do real pode se desdobrar em experiência do sublime pela articulação de nossa identidade às identidades do que nos cerca? A resposta para esses e tantos outros questionamentos é o tema central da criação musical proposta por Ricardo Marçal, no recital de violão que será apresentado nesta sexta-feira (10 de outubro), às 22 horas, na Casa Una de Cultural (Rua Aimorés, 1451, Lourdes). O evento é gratuito com distribuição de senha com uma hora de antecedência.

Para o violonista, Ricardo Marçal, o recital de violão é uma experiência musical sui generis: em que pese o clima dominante de intimismo – a presença solitária do instrumento e do instrumentista no palco, - a capacidade do violão de “cantar” com múltiplas vozes e multifacetado colorido. “Cria uma ambiência plena, quase um ilusionismo musical, tão rico de referências a estados psicológicos, lugares, estórias, quanto sua tradição multissecular e multicultural”, afirma.

No recital preparado para a Casa Una de Cultura o público terá a oportunidade de contemplar obras que vão do barroco italiano à música contemporânea brasileira. O programa é composto por: Girolamo FRESCOBALDI (1583 – 1643): Aria con variazionidetta “La Frescobalda”, Fernando SOR (1778 – 1839): Introduction et variations sur un thème de MozartOp. 9, Francisco TÁRREGA (1852 – 1909): Prelude n. 8; Estudio Brillante; Mazurka; Danza Mora; Prelude n. 5; Recuerdos de la Alhambra, Raymond MOULAERT (1875 – 1862): Suite pour guitare, Ronaldo MIRANDA (1948): Appassionata e Heitor VILLA-LOBOS (1887 – 1959): Étude n. 3: Allegro moderato; Étude n. 5: Andantino; Étude n. 7: Trèsanimé–modere.

Ricardo Marçal - A intensa carreira do violonista belo-horizontino Ricardo Marçal vem atraindo a atenção do público e da crítica, chegando a ser destaque de programas especializados como o “Violões em Foco” e o tradicional “Música e Músicos do Brasil”, ambos da Rádio MEC-FM.

Ricardo tornou-se bacharel em Música pela UFMG em 2007 e foi bolsista do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão por dois anos. Seus estudos regulares prosseguem com o violonista Fábio Zanone, a convite do maestro Oscar Ghiglia, aperfeiçoou-se também nos cursos anuais de verão da Accademia Musicale Chigiana de Siena, na Itália.

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Como solista é convidado regular de algumas das mais importantes salas de concerto do Brasil, ao mesmo tempo em que dedica-se a projetos de democratização da música – como o “Elegia ao violão”, que teve duas edições entre 2010 e 2013, e o recém-criado “Lição de Barrios”. Como camerista, acaba de realizar uma turnê com o “Quarteto de Cordas da família Barros” – com um repertório de obras da chamada “Primeira Época de Ouro do Violão” – e é membro fundador do “Quarteto de Violões Corda Nova”, dedicado à música contemporânea.

Ricardo é também criador e diretor artístico da série “Música na Igreja da Pampulha”, que acaba de ser aprovada pelo Fundo Municipal de Cultura de Belo Horizonte e terá seu lançamento em março de 2015.