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Jacques Fux fala sobre Alice no Centro Cultural Minas Tênis Clube
Em homenagem aos 150 anos da história nonsense de Carrol, o Centro Cultural do Minas Tênis Clube - CCMTC – promove a oficina literária “Carroll e Alice no mundo da lógica, do espelho, da arte e no País das Maravilhas”
Um dia de julho do século XIX o matemático inglês Charles Lutwidge Dodgson, contou para as três filhas de um amigo, uma história completamente sem noção para entretê-las. Bem, essa história nonsense acaba de completar 150 anos e é sucesso nas livrarias, cinema e teatro. Alice no país maravilhas de Lewis Carrol, pseudônimo de Dodgson é tema da oficina literária do escritor Jacques Fux. “Carroll e Alice no mundo da lógica, do espelho, da arte e no País das Maravilhas” será ministrada no Centro Cultural Minas Tênis Clube entre 4 e 7 de outubro.
Há que se lembrar que Alice no país das Maravilhas é um livro infantil, mesmo sendo amado, estudado e analisado por tantos adultos. Segundo Fux, “os adultos enxergam a Alice pelas várias leituras que são apresentadas. Todo mundo já ouviu falar da Alice, mas não sabem muito bem quem ela é, e nem que existiu uma 'Alice' 'verdadeira'”, conta. Sendo assim, a Oficina Carroll e Alice no mundo da lógica, do espelho, da arte e no País das Maravilhas terá um dia dedicado para as crianças e três noites voltadas para o público adulto.
No dia 4 de outubro, às 15h, o matemático com doutorado em literatura, Jacques Fux, vai mostrar para os pequenos as belezas escondidas no mundo maravilhoso de Alice. De forma lúdica, Fux vai explicar a lógica de Carrol: Eu reinvidico, para a lógica simbólica, um lugar muito alto para as recreações que têm a natureza de jogos e quebra-cabeças”. Fux acredita que “as crianças têm uma ideia de uma Alice que vive nos desenhos animados e nos filmes. Uma menina esperta, curiosa e destemida. Também muito sensível. Mas acho que elas não percebem os jogos lógicos, literários e mágicos da Alice”. E é isso que ele vai mostrar para os pequenos, a lógica escondida em Alice.
Nas noites entre dia 5 e 7 de outubro, Fux apresentará Alice para os adultos. “Os que já leram os livros talvez se sintam fascinados pelas brincadeiras e pelo estranhamento das perguntas e respostas dessa personagem. Isso desperta o interesse, a curiosidade, e vai continuar fascinando sempre”, explica. Outro motivo de fascínio em Alice são as várias interpretações. “Podemos enumerar várias questões que Alice levanta: uma crítica a uma determinada sociedade, uma crítica ao mundo 'adulto', a visão de uma 'estrangeira' num país 'estranho', as brincadeiras lógicas, matemáticas e literárias, o poder do espelho, da física, da mágica, do encantamento. O mundo maravilhoso dos sonhos”, ressalta Fux.
Carrol assim como Fux era um matemático, sendo assim, a história de Alice apresenta uma relação inusitada entre a matemática e a literatura. Segundo Fux, pode-se encontrar no texto de Carrol a Cabala, arte e a lógica. Para balizar essa teoria Fux usará também a continuação de Alice no País das Maravilhas, a publicação Alice através do espelho. O palestrante diz que todos podem perceber os números em Alice. “Com um olhar um pouco mais atento, e é isso que pretendo mostrar, todos somos capazes de desvendar, e nos divertir, com a matemática e o nonsense de Alice”, explica.
Fux vai destrinchar o mundo de Alice e o motivo pelo qual a história já atravessou 150 anos. A grande questão é: Por que um livro infantil é tão querido e estudado por adultos? Qual o seu fascínio? Sabe-se que alguns dos personagens da história são inspirados em amigos de Carrol, sendo que um deles é uma sátira do próprio autor a ele mesmo, devido a sua gagueira.
Sobre Jacques Fux
Vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura 2013 com o livro Antiterapias e Vencedor do Prêmio CAPES de Melhor Tese de Letras/Linguística do Brasil em 2011, versão do livro Literatura e Matemática: Jorge Luis Borges, Georges Perec e o OULIPO. Pesquisador Visitante na Universidade de Harvard (2012-2014), pós-doutor em Teoria Literária pela Unicamp, e pós-doutorando em Literatura Comparada pela UFMG. Doutor em Literatura Comparada e Doutor em Língua, Literatura e Civilização Francesa (UFMG/Lille 3). Graduado em Matemática e Mestre em Ciência da Computação pela UFMG. Acaba de lançar o livro Brochadas: confissões sexuais de um jovem escritor (Rocco, 2015).
Foto: Divulgação
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