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Espetáculo “Intimidade Dócil” tem apresentações gratuitas em BH
Espetáculo de dança “Intimidade Dócil”, criado em Curitiba, terá apresentações gratuitas nos dias 10 e 11 de outubro, no Meia Ponta Espaço Cultural Ambiente
Intimidade Dócil é um trabalho de dança contemporânea que surge da parceria estabelecida desde 2011 entre as artistas Renata Roel e Bruna Spoladore, contemplado pelo Prêmio Funarte Petrobras de Dança Klauss Vianna na categoria Jovens Talentos (2012/Região Sul) e no Edital de Patrocínio dos Correios (2015/Circulação).
A proposta da montagem parte de uma situação que está muito presente em nosso cotidiano: a vigilância, a manipulação e o controle sobre o corpo.
O trabalho se desenvolve dramaturgicamente a partir de estados corporais, projeções de vídeo e de uma trilha sonora produzida pelo músico, compositor e sonoplasta Demian Garcia, que foi criada a partir de sons emitidos pelos corpos das artistas em contato com o chão. A elaboração cênica de Intimidade Dócil parte do desejo de exercitar em cena as pesquisas desenvolvidas pelas artistas em seus mestrados: a relação entre dança e tecnologia digital e as possibilidades compositivas a partir de estados corporais, tal relação se dá pelo desejo de provocar no público uma experiência geradora de um trânsito de sensações, passando pelo incômodo até o desconforto.
Mesmo utilizando-se de interfaces tecnológicas Intimidade Dócil investe numa dramaturgia que se dá no e a partir do corpo, transita entre estados de permanência, exaustão e resistência. Sendo assim, a construção e escolha dos elementos que compõem a cena tem como principal mote o interesse no corpo como produtor de sensações no público. Para tanto, o trabalho é apresentado num espaço intimista, onde o público é posicionado muito próximo das artistas, em alguns momentos subvertendo a lógica de quem olha e de quem é olhado, fazendo uma analogia ao conceito de Panóptico1 (FOUCAULT, 1987).
Intimidade Dócil questiona e expõe um estado de corpo que mesmo cansado não pode desistir, tem que continuar de alguma forma, existindo e re-existindo. Os dispositivos de controle, vigilância e manipulação são percebidos não só em relações dominantes e de alta tecnologia, mas também nas relações e situações cotidianas, como por exemplo o olhar do outro, tão presente, que se tornou um olhar sempre atento e vigilante, sedento por imagens, por olhar tudo a todo tempo.
Intimidade dócil é um trabalho de dança contemporânea apresentado em um formato que permita uma relação frontal com o público.
1 Panóptico é um termo utilizado para designar um centro penitenciário ideal desenhado pelo filósofo Jeremy Bentham em 1785. O conceito O conceito parte da ideia de que o olhar está alerta em toda parte e fala de uma dissociação entre ver e ser visto. No panóptico há um observador privilegiado que tudo vê em oposição a alguém que é observado, mas que não pode ver o observador. (FOUCAULT, 1987).
O projeto, incentivado pelo Sistema Aberto de Patrocínio dos CORREIOS, contempla a circulação do espetáculo por 05 cidades. São elas: Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Campinas (SP), Belo Horizonte (MG) e João Pessoa (PB). Em cada uma das cidades serão realizadas 02 apresentações do espetáculo e 01 oficina, ministrada pelas duas artistas. Todas as atividades são gratuitas.
Sinopse do espetáculo:
Intimidade Dócil investiga corporalidades que partem de questões sobre o controle, os dispositivos de vigilância e da exposição de uma intimidade manipulada. É sobre um corpo que desde sempre não aguenta mais, mas, apesar da exaustão, precisa permanecer e insistir. Que tipo de corporalidade estes dispositivos de vigilância geram? É possível profaná-los? Propor uma outra relação? Como fica nossa intimidade? Como resistir? Qual é o limite? As perguntas foram ampliadas e trabalhadas na estética artística, investigando a recepção do público e as possibilidades imagéticas que esses dispositivos de vigilância geram.
Foto: Divulgação
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