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Teatro em Movimento e Itaú apresentam “O Grande Circo Místico” em BH

Canções de Edu Lobo e Chico Buarque para o clássico, de 1983

O projeto Teatro em Movimento, com o patrocínio do Itaú, traz à capital mineira “O Grande Circo Místico”. O musical, que estreou em maio de 2014 no Rio de Janeiro, é originado a partir do espetáculo homônimo, criado no início dos anos 80, pelo ballet do Teatro Guaíra (PR) e que encantou milhares de espectadores em todo o país, com canções inéditas, assinadas por Edu Lobo e Chico Buarque, a partir do poema ‘A Túnica Inconsútil’, de Jorge de Lima. Mais de três décadas depois, temas como ‘Ciranda da Bailarina’, ‘A História de Lily Braun’ e ‘Beatriz’ voltam ao palco em um formato inédito: o de teatro musical. E o público mineiro tem a oportunidade de conferir a montagem de 17 a 19 de outubro – sexta, às 21h; sábado, às 20h; e domingo, às 19h, no Cine Theatro Brasil Vallourec.

 

Os dramaturgos Newton Moreno (‘As Centenárias’, ‘Jacinta’, ‘Agreste’, ‘Maria do Caritó’) e Alessandro Toller criaram a dramaturgia e João Fonseca (‘Tim Maia’, ‘Cazuza’) dirige a montagem. A idealização do projeto é da atriz Isabel Lobo, em parceria com a produtora Maria Siman, da Primeira Pagina Produções Culturais (‘Ensina-me a Viver’, ‘Maria do caritó’, ‘Incêndios’). Em Belo Horizonte, a Rubim Produções, de Tatyana Rubim, é a responsável pela produção local, sob a chancela do projeto Teatro em Movimento. Inspirado pelo universo original do poema, os autores criaram um novo enredo, ao retratar a improvável história de amor entre Frederico, um aristocrata, e Beatriz, a bailarina de um circo. Dois jovens talentos dão vida ao casal principal: Luciana Pandolfo e Gabriel Stauffer, nova aposta de João Fonseca. O tarimbado Fernando Eiras assume a figura do administrador do circo, enquanto Isabel Lobo interpreta a vilã Charlote, noiva renegada de Frederico. Ana Baird (Mulher Barbada) e Reiner Tenente (Clown) completam o sexteto protagonista. Ao todo, estarão em cena 15 atores e cinco músicos, que executam os temas ao vivo e alguns instrumentos também são tocados pelos próprios atores.

 

Novidades para um clássico

Com o aval de Edu & Chico, Newton e Alessandro tiveram total liberdade para criar novos conflitos, personagens e situações – como uma guerra, que mudará o rumo de toda a história e não aparecia no espetáculo de dança e no poema original. “Eles criaram um melodrama típico de circo para falar exatamente sobre o circo. O estilo circense não foi somente uma linguagem encontrada para contar a história. O circo aqui é a essência, é a história. A guerra aparece como seu oposto”, analisa João Fonseca.

 

Na trama, Frederico (Gabriel Stauffer) é obrigado a servir como médico do exército, deixando de lado a iminência de um casamento com Charlote (Isabel Lobo) e a avassaladora paixão por Beatriz (Luciana Pandolfo). Enquanto o conflito – com seus mortos e feridos – avança, o circo é ameaçado e precisa lutar para evitar sua extinção. “O mais difícil foi fazer com quem as músicas, todas lindas e muito complexas, tivessem função dramática. Elas aparecem na dramaturgia de forma orgânica, complementando o texto falado”, revela o diretor. Para dar conta da estrutura dramática, João, Newton e Alessandro pinçaram outras quatro canções da mítica parceria de Chico & Edu. ‘Valsa Brasileira’, ‘Salmo’ e ‘Acalanto’ foram incluídas no roteiro, todas com arranjos renovados do diretor musical Ernani Maletta. “As canções tem uma dramaticidade incrível. O grande desafio é trabalhar com letras que dizem muito sobre a história e as personagens”, diz Ernani, cujo currículo abrange uma série de trabalhos com o Grupo Galpão e o diretor Gabriel Vilella.

 

Uma equipe polivalente

Além de interpretar, tocar e dançar, o elenco de 15 atores – selecionados em uma disputada audição – precisou desenvolver habilidades circenses. João Fonseca propôs que cada ator descobrisse a sua ‘função’ dentro do picadeiro, de acordo com as afinidades de cada um com tradicionais ícones circenses, como trapézio, nariz de palhaço, malabares e acrobacias. O grupo contou com o apoio de Leonardo Senna, que está no elenco e assina a consultoria circense da montagem. Ex-coreógrafo da Companhia de Circo e Dança de Helsinque (Finlândia), Leonardo, também integrou a Intrépida Trupe por 12 anos, é agora foi responsável pela adaptação dos atores ao universo do picadeiro.

 

Neste conceito, o cenário, assinado por Nello Marrese (‘Rock in Rio – O Musical’, ‘Tim Maia – Vale Tudo’), traz uma grande lona, que se modifica de acordo com as fases da história, assim como os mais de 150 figurinos, de Carol Lobato (indicada ao prêmio Cesgranrio por ‘Cazuza – Pro Dia Nascer Feliz’), e a iluminação de Luiz Paulo Nenen, atualmente indicado aos prêmios Shell, APTR e Cesgranrio por ‘Incêndios’.

 

Com o currículo repleto de grandes produções musicais, Tania Nardini (‘Rent’, ‘O Fantasma da Ópera’, ‘A Bela e a Fera’, ‘Chicago’, ‘My Fair Lady’, ‘Evita’, ‘O Rei e Eu’, ‘Priscilla, Rainha do Deserto’) criou as coreografias. Ela foi também responsável pelos números de dança de ‘Cambaio’ (2001), último musical da parceria Edu & Chico.

 

A atual montagem consolida a parceria de João Fonseca com a produtora Maria Siman e com Newton Moreno, cujo espetáculo ‘Maria do Caritó’ lhe rendeu o Prêmio Shell de Melhor Direção, em 2011. O trabalho representa ainda um novo passo na sequência de musicais brasileiros que João vem dirigindo nos últimos anos, como os já citados ‘Cazuza’, ‘Tim Maia’, ‘Rock in Rio’ e também ‘Gota d’Água’ (2008), ‘Oui Oui, a França é Aqui’ (2009) e ‘Opereta Carioca’ (2010).

 

A estreia de “O Grande Circo Místico” celebra ainda os 70 anos de seus compositores – Edu, também supervisor musical do espetáculo, completou a data redonda em agosto de 2013, e Chico festejou em 19 de junho de 2014.

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