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CCBB traz a BH o espetáculo "Trágica.3 "
Espetáculo aborda as três grandes heroínas trágicas: Medéia, a que mata, Electra, a que manda matar, e Antígona, a que se mata
Construída a partir da releitura de três tragédias gregas – Antígona, Medeia e Electra –, a peça Tragica.3 chega a Belo Horizonte no dia 3 de outubro, no CCBB Belo Horizonte, após grande sucesso de público e crítica em São Paulo e no Rio de janeiro. Com direção e concepção de Guilherme Leme Garcia, a montagem estabelece um diálogo entre teatro, artes plásticas e música contemporânea.
No palco, Denise Del Vecchio interpreta Medeia, Letícia Sabatella assume o papel de Antígona e Miwa Yanagizawa dá vida a Electra. Fernando Alves Pinto e Marcello H integram o elenco como Hêmon e Orestes, respectivamente, e executam a trilha original ao vivo. Os figurinos são assinados pela estilista Glória Coelho. A temporada se estende até o dia 26 e outubro, de sexta a domingo, com ingressos a R$ 10 (inteira).
O processo de construção da trilogia iniciou-se em 2010, com a criação do elogiado espetáculo “Rockantygona” (vencedor do prêmio Shell de melhor iluminação e eleito, pela revista Bravo!, como um dos melhores espetáculos em cartaz no ano de 2010) e prosseguiu com pesquisas sobre mais duas heroínas trágicas Medéia e Electra. Trágica.3 apresenta a dramaticidade feminina no seu expoente, ao representar uma renovação audaciosa na dramaturgia da Grécia Antiga, onde as mulheres assumiam um papel secundário e inferior.
Desta vez, o grande diretor e dramaturgo Heiner Muller inspirou a criação de mais dois recortes das obras de Sófocles e Eurípedes, escritas por Caio de Andrade e Francisco Carlos.
Para compor a trilogia, Guilherme Leme Garcia escolheu “Medeamaterial". O texto, do dramaturgo alemão Heiner Müller (1929-1995), foi escrito a partir de “Medeia”, tragédia de Eurípedes. O diretor encenou essa peça como ator, ao lado da atriz Vera Holtz, na década de 1990. Para outros dois textos, Leme convidou novos autores contemporâneos brasileiros com o intuito de construir um recorte poético a partir de dois clássicos de Sófocles.
A releitura de “Antígona” foi feita por Caio de Andrade e “Electra”, por Francisco Carlos. “Eles escreveram dois lindos poemas sobre duas heroínas gregas”, diz o diretor. Tendo como inspiração a obra do artista plástico e iluminador americano James Turrel, a encenação de “Antígona” reúne movimentos ligados às artes performáticas e aos diversos tipos de cânticos e lamentos musicais.
MEDEIA
Foi a partir de “Medeia”, tragédia de Eurípedes, que o dramaturgo alemão escreveu “Medeamaterial". Em Trágica.3, o foco está na personagem Medeia, cuja tônica é a traição da heroína a seu povo e a seu sangue. Apaixonada por Jasão, Medeia o ajuda a conquistar o Velocino de Ouro. Juntos, eles fogem da cidade de Cólquida a Corinto. Para garantir a fuga, Medeia mata o irmão e joga seus pedaços ao mar. Em Corinto, Jasão se casa com Gláucia, filha do rei Creonte. Cega de dor e de ódio, Medeia decide se vingar de Jasão, matando Gláucia, e, depois, os próprios filhos.
ANTÍGONA
Baseado no clássico de Sófocles, Caio de Andrade sintetizou, com olhar contemporâneo, o comportamento humano frente ao poder e à intolerância. Após a morte de Édipo em Colono, Antígona, sua filha, retorna a Tebas, onde seus irmãos Etéocles e Polinices disputam a sucessão do pai no trono. Os dois chegam ao acordo de se revezar por períodos de um ano no poder. Após o primeiro ano, Etéocles não cede o lugar ao irmão, que se retira da cidade e prepara uma vingança. Na luta pelo trono de Tebas, os dois se matam mutuamente. Creonte, tio de Antígona, assume o poder e proíbe o sepultamento de Polinices, além de ordenar um funeral de herói a Etéocles. Indignada com a ordem, Antígona decide que não deixará o irmão Polinices sem as honras fúnebres. Ela o enterra com as próprias mãos, mas é descoberta pelos soldados. Como punição, Creonte manda enterrar Antígona viva. Hêmon, filho do rei e noivo de Antígona, tenta salvá-la. Ele não consegue e comete suicídio.
ELECTRA
Filha de Agamêmnon, rei de Argos, e da rainha Clitemnestra, Electra é irmã de Ifigênia e Orestes. Clitemnestra nunca perdoou o marido por ter sacrificado a filha Ifigênia para apaziguar a deusa Ártemis e permitir que as tropas gregas pudessem navegar até Tróia. Depois de passar dez anos defendendo a Grécia em guerras longe de casa, Agamêmnon retorna e é morto por Clitemnestra e seu amante Egisto. Electra não se conforma e, com a ajuda do irmão Orestes, planeja a morte da mãe e do amante para vingar a morte do pai.
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