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Primavera dos Museus: Café Controverso debate a África na cultura brasileira

A influência africana é percebida em vários aspectos da vida cotidiana brasileira como nosso idioma, religiosidade, folclore, literatura e outras manifestações. “A África na cultura brasileira” é o tema do Café Controverso que será realizado no Espaço do Conhecimento UFMG, no dia 28 de setembro, a partir das 11h. O debate é aberto ao público e traz à tona a importância dos povos africanos na formação da identidade brasileira, bem como os desafios enfrentados para o reconhecimento dessas contribuições. As convidadas para a mesa são as professoras Leda Maria Martins, do Faculdade de Letras UFMG, e Júnia Furtado - Departamento de História UFMG. O evento também integra a 7ª Primavera dos Museus, organizada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/MinC) para comemorar a chegada da estação. O tema deste ano é Museus, Memória e Cultura Afro-brasileira. A pauta contribui para o debate acerca da superação da desigualdade e discriminação racial, além de ressaltar a participação ativa dos povos africanos nos processos históricos e culturais do país. O Brasil é o país com o maior número de afrodescendentes fora do continente africano, com uma população negra e parda que compreende 50,7% do total de habitantes, segundo dados do Censo 2010 (IBGE). Não por acaso, os povos africanos têm papel fundamental na formação da identidade brasileira. Apesar da contribuição e presença inegáveis ainda são inúmeros os desafios enfrentados por negros e negras brasileiros, como dificuldades de inserção social e preconceitos que resultam na marginalização cultural refletida no cotidiano, nas esferas pública e privada. “Vivemos uma pseudodemocracia racial. Para sobreviver no Brasil, o negro tem que agir segundo padrões europeus”, enfatiza a professora do Departamento de História da UFMG Júnia Furtado. Comparando, ela lembra que a sociedade brasileira é tão preconceituosa quanto a norteamericana. “A diferença é que, nos Estados Unidos, houve uma segregação no âmbito legal, com direitos diferentes para brancos e negros, o que não aconteceu no Brasil. Isso causou a falsa sensação de que não somos um país racista já que a mesma lei, em teoria, se aplica a todos”. Júnia Furtado reforça a importância do reconhecimento da cultura africana como componente fundamental da construção da nossa visão de mundo. Otimista, a historiadora lembra que conquistas importantes foram alcançadas. “Os últimos anos foram muito significativos. Tivemos avanços como a criação da SEPPIR-PR - Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República - e a aprovação da Lei 10639/2003, que torna obrigatório o ensino da história da África nas escolas, o que provocou a inclusão da matéria em livros didáticos. Hoje é possível perceber uma série de políticas afirmativas que contribui para o reconhecimento da cultura negra no Brasil. A Primavera dos Museus deste ano, cujo tema é Museus, Memória e Cultura Afro-brasileira, é um reflexo deste progresso”, conclui. O Espaço do Conhecimento UFMG estimula a construção de um olhar crítico acerca da produção de saberes através da utilização de recursos tecnológicos e lúdicos. Sua programação diversificada inclui exposições, cursos, oficinas e debates. Integrante do Circuito Cultural Praça da Liberdade, o Espaço do Conhecimento é fruto da parceria entre a operadora TIM, a UFMG e o Governo de Minas. O Espaço conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG e com o patrocínio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais – CODEMIG. --

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