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Mostra “Design de Carros: Rupturas e Inovações” integra a programação DA IV Bienal Brasileira de Design

Após uma série de pesquisas de público, quando se busca “captar” o desejo dos consumidores, o projeto de um carro segue às mãos de talentosos profissionais capazes de transformar sonhos em linhas ousadas e funcionais. Designers de automóveis são indivíduos habituados a criar produtos que, ao mesmo tempo, dialogam com a arte, a técnica e o cotidiano das pessoas. De 28 de setembro a 31 de outubro, na Casa Fiat de Cultura, o público mineiro terá a oportunidade de compreender a evolução do design de carros, assim como de participar de debates em torno de suas múltiplas aplicações. Parte da programação da 4ª Bienal Brasileira de Design, a mostra Design de Carros no Brasil – Rupturas e Inovações pretende, justamente, incitar o debate acerca da relação entre o design, a produção automobilística e as expressões artísticas. Promovida pela Fiat Automóveis, em parceria com o Governo de Minas, a LIRA, a Base7 Projetos Culturais e a APPA, a exposição foi motivada pelo fascínio da sociedade brasileira – e, especificamente, a mineira – por carros. Segundo o curador da exposição, Paulo Nakamura, responsável pela área de design do Fiat Design Center LATAM, a mostra buscará apresentar aos visitantes um panorama do desenvolvimento do design automotivo no Brasil, paralelamente à evolução da própria história da indústria do setor no país: “Também contaremos a história dos pioneiros da criação do ‘sonho do carro brasileiro’. Nessa linha de desenvolvimento, temos momentos nos quais formas, conceitos e processos sofreram mudanças e rupturas, criando as inovações que trouxeram – ou trazem – a evolução, seja do automóvel, da indústria ou da sociedade”. Neste sentido, dentro da proposta temática da Bienal em 2012, Design de Carros no Brasil pretende revelar a influência da diversidade brasileira na criação dos automóveis – e, por outro lado, a influência dos carros na vida das pessoas: “Apesar da presença de automóveis há muito tempo no Brasil, ainda somos um país jovem no que se refere ao design. Essa é a importância da mostra: apresentar o histórico dessa evolução, os pioneiros da área e mostrar a cara dos designers, por trás dos carros que vemos nas ruas”. Além de apresentar ao público a linha cronológica do automóvel no Brasil, a mostra contará com trabalhos de quatro consagrados artistas – Regina Silveira, Cao Guimarães, Cris Bierrenbach e Máximo Soalheiro –, que, em suas obras, abordam a relação entre os carros e o imaginário popular. Os visitantes da exposição também terão a oportunidade de acompanhar de perto o desenvolvimento do ofício de um designer de veículos. Num dos espaços da Casa Fiat de Cultura, haverá reprodução de um escritório de design automotivo.

Os artistas e suas obras
A exposição dos trabalhos de quatro renomados artistas brasileiros busca fomentar, em Minas Gerais, o debate em torno dos tênues limites entre fruição estética, desenvolvimento cultural e melhoria da qualidade de vida. De um lado, as artes visuais abrem as portas para outros meios de expressão artística; de outro, o design é, por vezes, apropriado pelos artistas: “A tela de um bom artista nos permite sensações diversas. Da mesma forma, o designer gera impactos e se apropria dos desejos e sentimentos da sociedade, criando produtos que atendam a seus anseios de responsabilidade social e ambiental, desenvolvimento e sustentabilidade”, ressalta Ricardo Ribenboim, director da Base7 Projetos Culturais. Durante a mostra Design de Carros no Brasil – Rupturas e Inovações, o público terá a oportunidade de conferir, na Casa Fiat de Cultura, os seguintes artistas e/ou obras: Regina Silveira É notória a importância assumida pela obra de Regina Silveira no panorama artístico nacional e internacional. Desde o final da década de 1960 e começo dos anos 70, a artista desenvolve trabalhos em que malhas geométricas e perspectivas aparecem de maneira marcante. O público terá a oportunidade de ver a instalação Derrapagem (2005/2012), de Regina Silveira, artista de notória importância nos panoramas artísticos nacional e internacional. Derrapagem constitui-se da representação de sombras, criadas com base em distorções projetivas inventadas, nas quais o elemento causador não está presente. Para tanto, a artista utiliza-se de sombras como índice de ausência, provocando questionamentos sobre a natureza da representação visual e o modo como se apresenta à percepção do observador. Cao Guimarães Um dos nomes de maior destaque no cenário atual da videoarte brasileira, o mineiro Cao Guimarães apresentará o vídeo Memória (2008), que une o presente, passado e futuro na imagem em movimento capturada através do pára-brisa de um carro que percorre uma estrada na Grécia. A paisagem aparece em ambas as direções, visto que o enquadramento engloba tanto a visão do que está à frente do carro quanto a imagem refletida no espelho retrovisor. O filme foi gravado em plano-sequência, sem cortes, de forma a exibir um retrato do tempo que passa nessa locomoção no espaço. Cris Bierrenbach Em seu processo investigativo, Cris Bierrenbach vem desenvolvendo trabalhos a partir de diferentes suportes, sendo a fotografia e o vídeo os mais recorrentes. Por meio dessas mídias, a artista põe em destaque uma série de discussões, principalmente sobre o corpo da mulher, que problematiza os estereótipos aos quais está suscetível. Muitas vezes, a artista se utiliza de seu próprio corpo, característica que atribui a seus trabalhos um forte dado autobiográfico. A preocupação com o universo feminino, no entanto, não se limita a esse aspecto. Em outros trabalhos, Bierrenbach amplia o escopo de interesse, ao abordar a problemática do corpo para além de seus limites físicos, e, assim, também compreendê-lo como parte do contexto que o circunda. Essa é a proposta de Desafios (2012), apresentado na exposição. O vídeo revela a sutileza do olhar de um transeunte anônimo, que, de bicicleta, coloca-se em confronto com a agressividade do trânsito de uma grande cidade. Máximo Soalheiro Outro nome presente na mostra é Máximo Soalheiro, que, desde a década de 1970, é reconhecido pela pesquisa empenhada nas áreas da cerâmica e da tipografia. A assim denominada “azulejaria tipográfica” de Soalheiro seleciona elementos entre ornamentos de antigas oficinas gráficas, para servir a uma das questões de fundo de seu trabalho – a modulação. Os elementos são fotografados e depois reproduzidos vetorialmente em computador, transformando-se em desenho – um resgate instigante e cheio de desafios. Nesta mostra, Soalheiro apresenta a relação com a “azulejaria tipográfica” a partir do desenvolvimento de cores e tons, baseados nos minerais de Minas Gerais. O trabalho é apresentado no Novo Uno, seja nas cores, nos tecidos ou nos acabamentos internos.

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