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A Exposição “Catopezera, o Som das Cores” da artista mineira Mônica Mendes está composta por 22 obras: pinturas a óleo sobre linho. Nessas pinturas, as gradações de azuis, os vermelhos intensos, os violetas, os rosas e brancos mesclados a amarelos, laranjas e verdes são um transporte simbólico para o sincretismo cultural e religioso, recriando as narrativas sagradas de africanos, indígenas e portugueses, os alicerces da ancestralidade brasileira.

Essas pinceladas são um convite para o públicopercorrer as ruas de Montes Claros nas Festas de Agosto, alinhavadas pela memória do Congo e a cosmovisão africana, misturados ao Catolicismo português e aos rituais indígenas como notas multirraciais, em um fazer poético de sonoridades e de imagens.

O projeto é um trabalho realizado por Tino Gomes e Monica Mendes, baseado nas festas de agosto de Montes Claros, onde são louvados São Benedito, Nossa Senhora do Rosário e o Divino Espirito Santo, através do cortejo de marujos, caboclinhos e catopês.

Tino Gomes, foi catopê por mais de 25 anos e é defensor da cultura popular de Montes Claros há cinquenta anos, apresentou a Monica Mendes essa cultura espetacular do povo. Monica passou a frequentá-la durante cinco anos, fotografando e estudando a rica cultura catrumana.

A cada tela pronta, Tino Gomes compunha letra e música para dar vida aquela pintura. Assim se criou a exposição, o álbum e o show “CATOPEZERA O SOM DAS CORES”.

O projeto começaria a ser executado em 2019, com o lançamento oficial em Miami (EUA). Porém, com a pandemia, que assolou o mundo todo, o projeto teve que ser adiado.

A proposta sempre foi levar a cultura expressiva desse povo norte mineiro, para o mundo. Sendo assim, para não paralisar totalmente, durante 2019 e 2020, foram realizadas vários encontros virtuais, em embaixadas de diversos países, com palestras e execução das músicas, ao vivo. Assim, Tino Gomes e Monica Mendes, realizaram uma parte da proposta original.

Depois de visitar várias cidades e alguns países, alem, de seu lugar de raiz, Montes Claros, onde essa tradição se perpetua por mais de 180 anos, a exposição chega a Belo Horizonte, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

A artista visual Mônica Mendes, natural de Belo Horizonte, obteve seu título de Master Degree of Fine Arts em Painting, em 2016, pela Academy of Art University, em São Francisco, EUA. Os seus principais temas estão relacionados com as suas raízes ancestrais, com os desafios da sociedade em que o brasileiro se insere e suas diferenças sociais e culturais. A artista é cofundadora do projeto social sem fundos lucrativos, Atelier Without Borders. Participou de exposições individuais e coletivas no Brasil, Colômbia, EUA, Japão, Panamá, República Federativa da Guiana e outras.

Abertura: 30 de setembro de 2024 - das19h às 22h
Visitação: 30 de setembro até 18 de outubro de 2024, de segunda à sexta-feira das 8h às19h.
Local: Galeria de Arte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais
Rua Rodrigo Caldas, 30 – Bairro: Santo Agostinho
Classificação: Livre - Evento gratuito
Curadoria de obras e expografia: Orange Matos Feitosa
Texto curatorial: Oscar D’Ambrósio

Foto: Divulgação